terça-feira, 29 de abril de 2008

Como abrir uma Igreja?


No final do expediente de uma sexta-feira, um rapaz aparentando ter 30 anos, moreno, estatura de Zaqueu entrou no escritório do Conselho de Pastores de Rio das Ostras e foi logo perguntando: “Pastor, como faço para abrir uma Igreja na cidade?” Pego de surpresa, pedi que repetisse a pergunta. - Eu quero abrir uma Igreja para mim na Cidade, o que devo fazer? Aquele jovem – contou-me que fora ordenado pastor em uma congregação pentecostal em São João de Meriti na Baixada Fluminense, após dois anos de conversão e agora residindo em Rio das Ostras a cerca de seis meses, estava promovendo cultos em casa de família, contudo Deus havia lhe mandado abrir sua própria Igreja. Após perguntar-lhe o nome completo do pastor que o havia consagrado e a convenção denominacional o qual pertencia, ele esclareceu que sabia apenas o primeiro nome, pastor Manoel. Quanto a denominação, ele desconhecia. Isso me fez lembrar, um caso ocorrido em Rio das Ostras, onde um falso pastor vendia ao preço de quinhetos reais, credencial de pastor com direito a diploma e tudo mais. O final dessa história é que o falso ministro foi processado por estelionato e falsidade ideológica e graças a Jesus, sumiu do Município, após fazer um verdadeiro derrame de carteiras e diplomas sem nenhum valor eclesiástico e documental. Na realidade, tais fatos são apenas os capítulos mais recentes de uma longa história. Nos últimos anos, a população riostrense tem assistido a abertura de inúmeros templos ou salões com uma placa religiosa de origem duvidosa, onde o suposto obreiro, na maioria dos casos se auto-consagrou ao ministério pastoral. São pessoas sem nenhuma formação secular e tão pouco teológica, que se decidiram em fazer e Obra de Deus através de um chamado especial e passaram a viver pela fé, ou seja, não mais derramar o suor do rosto para garantir o pão de cada dia, enfim, acreditam que Deus proverá. Como a constituição federal, garante o direito de culto e expressão de fé, tornou-se mais fácil abrir uma Igreja do que um botequim. Diante dessa avalanche de novas denominações e muitas igrejas que tem surgido no meio pentecostal, já existe uma pergunta a ser feita: Quantos obreiros podem repetir em alto e bom som e com toda a honestidade o que o apóstolo Paulo declara aos Coríntios: “Eu quero vocês e não o dinheiro de vocês!” (2 Cr 12.14). Imediatamente, depois da vocação e do ministério precisa estar o amor. E muito distante da vocação e do ministério precisa estar qualquer vantagem financeira. O que distinguia Paulo dos eminentes “apóstolos atuais”, não era só o famoso trio (sinais, maravilhas e milagres), mas especialmente o seu desprendimento em relação aos bens das ovelhas. O apóstolo Paulo entendia que os filhos “não devem ajuntar riquezas para os pais, mas os pais para os filhos.” Assim, de boa vontade, por amor de vocês, gastarei tudo o que tenho e também me desgastarei pessoalmente. (2Cr 14.15). O ministério pastoral continua sendo uma vocação, um chamado para servir, e não uma profissão, um cabide de emprego, uma fonte de renda extra nem uma via em direção à riqueza. Para o pastor que não pensa como Paulo e para a sua Igreja, seria muito melhor que ele abandonasse o ministério. A outra via seria confessar tamanha distorção com lágrimas e experimentar uma profunda transformação operada por Deus. Até que possa garantir às suas ovelhas: “Não quero o seu dinheiro, quero, sim, vocês!”

Um comentário:

Unknown disse...

hei pastor eu prefiro uma nova igreja doque botequim...acho que o senhor radicalizou...qual o problema num vai te deixar mais pobre nem mas rico ...quem não é ´contra nos é por nós...