sábado, 3 de janeiro de 2009

Olhando pelo espelho retrovisor



“ Quem só olha pro passado perde um olho, mais quem esquece o passado perde os dois”
( Antigo provérbio Russo)

Todos nós temos um passado e ninguém pode se esquecer disso. Pois esta semana, conversando com um pastor batista em Rio das Ostras, que considero decano da cidade, o qual carinhosamente o chamo de meu Bispo, ainda que o sistema de governo das igrejas batistas não seja episcopal, ele me fez um desafio, - Você precisa voltar para suas raízes, pois nesse coração pulsa o amor pela palavra e missões, marcas de um crente batista.
Naquele momento olhei pelo espelho retrovisor da minha vida e fui buscar na minha adolescência no período escolar, no colégio Batista Pan-Americano, com as aulas e professores missionários, o inicio do amor pela literatura e pelas Escrituras Sagradas . lembrei-me também do batismo nas águas na Igreja Batista Central de Belford Roxo com 15 anos de idade pelas mãos do Pr.Paulo Roberto Seabra, que depois de tornaria secretario executivo da Junta de Missões Nacionais e presidente da Convenção Batista Brasileira. Naquela época, no templo velho, sempre recebemos pregadores ilustres, na sua maioria missionários no período de férias, falando das experiências de Willian Carey, Salomão Ginsburg e de Samuel Mitt, quando foi para Bolívia, lembro-me do debate acalorado para escolher o nome da embaixada, Organização Batistas para Meninos, sendo escolhido Billy Graham em homenagem ao grande evangelista batista norte-americano, que ganhou do defensor dos direitos civis, dos negros americanos, o também pastor batista Martin Luther King Jr. Depois de mais de 30 anos passados, recordo-me com alegria, quando fui recebido no grupo jovem liderado pelo brilhante Sócrates Oliveira de Souza, com seu cabelo Black Power, marca registrada de sua personalidade. Hoje, pastor Socrates, membro do conselho geral da Convenção Batista Brasileira.
A Igreja Batista da Rua Lucia, contribuiu com vários filhos na Fé, para liderança da igreja evangélica Brasileira, disso não tenho duvida alguma, que bons tempos aqueles que não voltam nunca mais. Esta semana recebi de minha mãe uma crente batista do pe roxo, a revista compromisso, com texto comemorativo dos 400 anos de surgimento histórico dos batistas em Amsterdã- Holanda, fugindo da perseguição religiosa da Inglaterra, sendo liderados pelo Anglicano John Smyth, que batizou a si mesmo e depois alguns irmãos, dando origem ao embrião do grupo que hoje chamamos batistas. Mesmo que ainda hoje o conceito de ser batista, esteja bastante fluido e elástico, com sua diversificação doutrinaria e sua ampliação de tendências eclesiológicas, o dialogo democrático, o respeito e o acolhimento dos diferentes, são ensinamentos que recebi na minha distancia adolescências, fazendo de mim um batista de coração, porem crendo nos dons do Espírito Santo, do qual alem da busca da Palavra Bíblica não abro mão. De vez em quando, torna-se necessário olharmos pelo espelho retrovisor para não esquecermos nossas raízes.

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