quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A Igreja que não existe mais

Há estudos muito bem pesquisados que mostram que dentro das fileiras da maior denominação pentecostal do mundo, fundada por Missionarios suecos em Belem do Pará, no coração da Amazonia brasileira, e que esta caminhando para completar seu primeiro centenario em 2011, que já se observam os primeiros sinais, do " pentecostalismo popular", aliado ao analfabetismo biblico com consequencias da separação entre a fé e a etica, com uma igreja massificada, porém, irrelevante em seu impacto social e cultural. Quando morava em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, e frequentava a Igreja Batista Central, na decadá de 70, ao descer a rua Anhanguera passsava em frente a casa de uma familia assembleiana, de origem nordestina, muito humilde, que realizavam cultos fervorosos, e falavam linguas que na minha ignorancia, pensava ser um idioma estrangeiro. Os demais moradores da rua ao ouvirem os fortes "aleluia" e "Gloria Deus", os consideravam com um julgamento critico um bando de loucos, e eu dizia para mim mesmo: " Como alguem pode frequentar uma igreja com tamanha rigidez moral e de costumes antiquados e com barulho extremo ? Aquela igreja de templos humildes, formada de pessoas simples, sem formação academica, porém, com grande amor e paixão pelas almas perdidas, cujos os pastores não trocavam os pulpitos pelos palanques, e pregavam apenas o arrependimento de pecados com ousadia e temor de Deus, não existe mais. Hoje, inumeros templos, outrora casas de oração, tornaram-se gigantescas apinhadas de pessoas que buscam o entretenimento, como se estivessem em um club social, onde vai se apresentar o artista do momento, onde a Palavra pregada não confronta suas mentes carnais. Onde os programas exibidos parecem mais pacotes de TV a cabo no final de semana. Onde versiculos de prosperidade e vitoria triunfalista são tirados e distorcidos do seu contexto. Onde o arrependimento tem prazo de validade vencida. Onde as musicas e louvores exaltam ao homem, massageando seu ego. Onde procura-se agradar ao homem com mensagens de vitoria financeira e invencibilidade permanente. Onde o visitante incredulo, sai satisfeito do culto, porém, sem compromisso nenhum com Deus, onde ele retorna para sua casa e dorme tranquilo, achando que Deus deseja apenas seu coração e ofertas generosas de barganha. Para onde foi aquela igreja que começou em uma casa de familia, onde Celina de Alburqueque recebeu a cura da infermidade e o batismo com Espirito Santo ? Para onde foi aquela igreja onde seus pastores que viviam pela fé e com joelhos calejados de oração, eram apedrejados em praça publica e presos pelas autoridades policiais por pregarem um evangelho de confrontação com o pecado, assim como aconteçeu com o Pastor Moises Soares da Fonseca, entre outros pioneiros da fé pentecostal ? Para onde foi aquela igreja onde a mensagem, vida e testemunho pregado era para gloria e engrandecimento do nome de Cristo ? Para onde foi aquela igreja que não aceitava misturar o pulpito com a politica partidaria de maneira altamente perigosa, onde os lideres eclesiasticos não resistem as tentações de poder e do dinheiro que são claramente evidente no periodo eleitoral ? Onde alguns "ungidos" trocam poder de Deus pelo poder temporal se candidatando a cargos politicos, quando muitos deles nem se quer possuem chamada para politica, muito menos pastoral ? Para onde foi aquela igreja, onde não se pregava a graça barata com perdão sem arrependimento, batismo sem disciplina comunitaria, Ceia do Senhor sem confissão de pecados ? Onde os crentes em nada se gloriavam se não na cruz, limiar de sua separação do mundo ( Galatas 6.14) ? Para onde foi aquela igreja biblica, onde a pregação da Palavra era clara, minuciosa, essencial, simples, porem profunda, onde os corações eram perscrutados e as mentes iluminadas pelo Espirito Santo. Onde não existia pregadores famosos, mais homens e mulheres com joelhos calejados de orações e lagrimas nos olhos pelas almas perdidas? Onde somente Jesus era Senhor da Igreja, e os homens seus servos. Onde não havia shows para lotar auditorios, mais o poder de Deus era derramado de maneira inconfudivel? Baruch Há Shem! Sergio Cunha

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