quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Retrospectiva de fim de ano


A cada fim de ano é comum a retrospectiva dos fatos que ocuparam a grande mídia de maneira abominável ou louvável, como diria o Pr. Ricardo Gondim da Betesda de São Paulo. Quando adolescente, era um momento de grande expectativa, com toda a família reunida na sala de estar, diante da caixa mágica com imagens em preto e branco da retrospectiva dos principais acontecimentos. Depois de assisti-los em um mixto de alegria e tristeza, corria para a Banca de Jornais para comprar uma revista que tivesse: os melhores do ano. Na Igreja, também não era diferente, principalmente na Rua Lúcia em Belford Roxo, quando o pastor Batista anunciava a nova diretoria e agradecia a velha pela sua colaboração no crescimento do Reino. Neste fim de 2009, também não será diferente dos anos anteriores, antes que os fogos estourem na Praia de Copacabana com cerca de 3 milhões de visitantes do maior Reveillon do mundo, sendo contemplado pelo Cristo Redentor de pedra de braços abertos, porém mudo, surdo e cego, para atender as orações, rezas e todas as petições do povo carioca e brasileiro, faremos nossa retrospectiva mental em um abrir e fechar de olhos.
Tenho certeza, de que nessa contagem regressiva, vai estar o “milagre no Hudson” com o piloto Chelsey Suhnerberg pousando o Airbus A320 nas águas geladas do rio Hudson em Mahatan em janeiro.
Em contrapartida, haverá o desabamento do teto da Igreja Renascer em Cristo no Cambuci em São Paulo, com 9 pessoas mortas e 100 feridas. A eleição do primeiro presidente negro dos EUA, Barack Obama, um fato histórico aplaudido por milhões de pessoas no mundo, também vai estar na contagem. Os atos secretos abomináveis de Brasília, foram a crise do senado, liderado pelo ex-presidente José Sarney e o escândalo do Panetone com o governador de Brasília, José Arruda, com o auxílio dos pastores-deputados corruptos e sua oração da propina. Revendo o ano, que está terminando, eu também consigo lembrar de coisas abomináveis do televangelista prometendo a benção do unção financeira para quem mandar dinheiro para o seu programa, do suicídio da pornô atriz Leila Lopes e sua carta dizendo que foi ao encontro de Jesus e que não se arrependia de nada em sua triste vida, o casamento de “pastores gays” no Rio de Janeiro, afrontando a Igreja de Cristo, a solicitação do trizimo pelo apóstolo mundial, a defesa do aborto pelo pastor universal, o brilho dos Hernandes ao serem recebidos pelo presidente Lula, após cumprirem pena em Miami-EUA e o sancionar da Marcha para Jesus, a mentira da advogada brasileira Paula Oliveira, residente na Suíça quando disse ter sido atacada e torturada por três neonazistas, o terremoto de 5,8 graus na escala Richter que atingiu a cidade de Áquila na Itália, matando 300 pessoas e deixando 60 mil pessoas desabrigados. A briga pela audiência entre a Rede Record e a Globo, a gripe suína também chamada de H1N1, que surgiu no México e matou 10 mil pessoas em 208 países, a queda do avião do Air France vôo 447 que caiu no oceano atlântico a cerca de 1.500 Kms de Recife-PE, matando 228 pessoas de 32 nacionalidades, o enterro em um caixão foleado a ouro no Cemitério Forrest Lawn em Los Angeles – EUA de Michael Jackson causando o uso abusivo de remédios, o blecaute que deixou 18 estados e mais de 90 milhões de brasileiros a escuras com o governo colocando a culpa em Deus, o crescimento da industria de tristemunhos de artistas em final de carreira, apologia gay pela aprovação da PL 122/06, visando prender pastores que não aceitam este descalabro, o descrédito de lideres para tratar do clima em Copenhague, o ritual macabro de Roberto Carlos Magalhães de Ibotirama-BA em inserir 42 agulhas em seu enteado de 2 anos, perfurando o pulmão e o fígado da criança, por ordem da feiticeira Ancelina, a oração da benção por R$ 7, a teologia do “dá ou desce”, a contribuição apostólica para a compra de avião em Manaus, a oração do TE-TE-TE TSS nos presídios cariocas para o desemcapetamento dos encarcerados, o contencioso no Estado do Espírito Santo entre homens de Deus, pastor da maior igreja pentecostal do mundo, a disputa televisiva entre os papas neo-pentecostais, as palavras inenarráveis e irrepreensíveis dos oráculos de algumas denominações da igreja brasileira, o legalismo farisaico que mata milhares de ovelhas e cria uma geração de desviados nas igrejas, pseudo-pastores que em busca de fama e dinheiro exploram a fé de pessoas incautas, o vale-tudo nos rins dos templos apostólicos, as cristotecas com suas baladas e funk gospe, unção de metralhadora e fuzis nas favelas do Rio de Janeiro em cultos pentecostais por obreiros neófitos, separação de cadeiras para os anjos sentados atrás do púlpitos, concurso de coreografia gospel tendo como madrinha a dançarina Gretchen cantando Piri-piri-piri para Jesus, pastor cabixaba prometendo o milagre da conta bancaria recheada mediante a contribuição para a conta dele, decretos de pastores que se julgam patrões de Deus, lista de assinaturas na porta da igreja para conseguir a emancipação e colocar o pastor na justiça, pastores que trocam de esposas como quem troca de roupa, profetadas do tipo: “Deus me revelou que Ele tem uma grande obra na sua vida”. Ameaça de punição do Conselho Federal de Psicologia, a psicóloga cristã Rosangela Justino, por ensinar que: “deixar o homossexualismo é um direito de todo o ser humano”, a proibição pela FIFA do direito dos jogadores em campo fazerem manifestações de fé, o aumento de divórcio no seio da Igreja Evangélica Brasileira, políticos assumindo os púlpitos nos lugares dos pastores, cultos por telefone de uma cantora baiana de axé, a campanha ateísta levada a cabo pelo escritor Richard Dawkins usando a imagem de 2 crianças, filhas de um músico cristão americano.

Milagres
O milagre de Bahia Bakari, adolescente francesa de 14 anos, que mesmo não sabendo nadar, foi a única sobrevivente entre 153 pessoas do acidente aéreo com o Airbus A310 da Yemenia irways que caiu no arquipélago de Comores, no oceano Índico.
Os 150 anos de fundação da Igreja Presbiteriana no Brasil por Ashebel Simonton os 400 anos de História da Igreja Batista, iniciada por John Smith em Amsterdan na Holanda, o lançamento do Best Seller “Feridos em Nome de Deus” da jornalista Marília Camargo.
A campanha do Movimento Rio pela Paz do pastor Antônio Carlos Costa da Igreja Presbiteriana da Barra-RJ, os blogs dos apologistas Renato Vargens, Altair Germano, Hermes Fernandes. Os 25 anos de evangelismo na Praia de Copacabana durante o Reveillon promovido por jovens evangelistas sonhadores chamados de jocumeiros, quando pessoas marginalizados e abandonadas pela sociedade de renderem aos pés da Cruz de Cristo, participar de congressos realmente cristocêntricos do tipo “Encontro para a Consciência Cristã” em João Pessoa – PB.
A Campanha contra a Pedofilia, promovida pelo pastor e senador Magno Malta, dando provas de que é possível fazer a diferença na política. A vinda ao Brasil do pastor e escritor Max Lucado com seus 65 milhões de livros vendidos, para pregar na Praça da Apoteose no Rio de Janeiro e lançar: sem medo e viver.
O início das filmagens da vida de Martin Luther King pelo cineasta Steven Spielberg, com o discurso inesquecível, símbolo na luta das classes menos favorecidas em, todo o mundo: Eu tenho um sonho”.
O retorno para Casa de Deus, após as incessantes orações de uma mar no movimento Desperta Débora, o testemunho de Kaká como finalista do prêmio Bola de Ouro, que elege as melhores do mundo no futebol.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A minoria pastoral


Quando da internação do meu filho Sergio Junior para operar uma apendicite no Hospital Central de Cabo Frio, uma cena me chamou a atenção para uma minoria especial. Na enfermaria 12, existiam 6 leitos, todos ocupados por diversos pacientes. Desde o baleado por cinco projetes de fogo até o operado hérnia de disco. Foi quando um senhor de cabeça branca com os seus 70 anos no horário da visita, portando uma Bíblia, se aproximou de cada paciente e de maneira silenciosa levantou suas mãos quase tocando o teto baixo e fez uma oração por cada enfermo, pedindo sua cura ao médico dos médicos, sem porém apresentar sua placa denominacional, falando apenas do Autor da Vida.
Pastor Vanderley Rodrigues Bento, mesmo liderando uma igreja com 70 congregações, continua fazendo parte de uma minoria pastoral que vive o Evangelho integral, chorando com os que choram e se alegrando com os que se alegram. Mesmo com a explosão de crescimento do ministério pastoral na Igreja Brasileira e o surgimento dos pastores profissionais para atenderem o mercado da fé mercantilizado, uma minoria que pratica o apascentamento com amor as ovelhas do sumo pastor é um grupo formado por poucos integrantes no Universo Eclesiástico. Acredito que hoje estejam em menor número do que a comunidade indígena que se tornou minoria por força da dizimação de suas tribos. O verdadeiro pastor de ovelhas que dá sua vida pelas ovelhas perdidas e que curam feridas, está em processo de extinção, e pouca gente tem se dado conta. A comunidade dos verdadeiros pastores que amam as ovelhas de Cristo, nunca se organizou formalmente em sindicatos, convenções ou denominações. Seus antepassados receberam o chamado direto de Deus e geraram filhos na fé com base na genuína Palavra Bíblica e na doutrina dos apóstolos. Não vieram para o Evangelho por causa do vil metal, mas foram alcançados pela graça e misericórdia do Bom Pastor. Com a introdução das técnicas de marketing do mercado e a alta competição religiosa, restaram poucos verdadeiros pastores que não se dobraram a Baal. Reconhece-los não é difícil. Eles costumam está nos hospitais orando pelos enfermos, visitando as ovelhas desgarradas e afastados do aprisco, derramando lágrimas nas madrugadas pelas vidas das ovelhas sem pastor, meditando na Palavra cristocêntrica para alimentar o rebanho com o alimento saudável, aconselhando casais em processo de separação, chorando no sepultamento da ovelha e consolando os que sofrem. Eles costumam ser objetivos em suas conversas e pregações, tem como único alvo levar as pessoas a Cristo. Eles seguem a admoestação no mártir Bonhoeffer: Não se queixam das suas congregações nunca a outras pessoas, mas também, não a Deus. Eles entendem que a congregação não lhe foi confiada para que eles se tornem seus acusadores diante de Deus e dos homens”.
Eles não são encontrados nos palácios governamentais, tampouco, no Congresso Nacional e muito raro nos mega-templos. Poucos são os que alcançam a fama na televisão e possuem livros teológicos publicados, e até mesmo o título de doutorado em divindade na Europa e nos Estados Unidos. A maioria deles, não vestem um terno Armani, estão mais para pele de carneiro. Muitos, não possuem nem mesmo uma bicicleta para buscar os perdidos, diferentes dos pastores executivos com seus conversíveis.
A nova minoria de pastores não pregam atalhos para chegar aos céus e se alegra quando um pecador se coloca de joelhos diante da cruz. Por falar, em joelhos, uma pequena minoria está calejada atrás do púlpito. Os verdadeiros pastores, não se impressionam com os exageros e delírios teológicos de seus pares com sua linguagem rebuscada repleta de citações filosóficas, preferindo manter do lado da Sagrada Escritura e falando a língua dos anjos que não se aprende em nenhum seminário ou faculdade. Para muita gente acostumada ao fast-food da fé, sua simplicidade é sempre atraso de vida, vá entender.
O verdadeiro pastor que faz parte de uma crescente minoria, não considera antiquado cumprir as leis sagradas de Deus para os homens. Antes, é a parte facilitadora do cotidiano de seu ministério. Para uma grande maioria de ovelhas expectadoras, o sucesso pastoral mede-se pelo tamanho do templo, o carro importado, o jatinho Hangar do aeroporto, os holofotes da mídia. Porém, para uma minoria que trabalha na operação sombra, como diria Ivan Illich, o verdadeiro trabalho do pastor é um trabalho que não é pago e poucos notam, mas que constroem um mundo de salvação, significado, valor e propósito, um mundo de amor, esperança e fé no Reino de Deus. Para aqueles, que fazem da minoria estão com poucas chances de sobrevivência de uma igreja onde está sendo adotadas as regras do mercado da fé, com seus pastores executivos que se morra em combate, como fez o apóstolo Paulo, pois o vosso galardão está guardado para ser entregue naquele grande dia. Minoria pastoral, resistam!
Baruck Ha Shem

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Cadê aquele vento?


A cena aconteceu em uma igreja pentecostal sexagenária. Cinco jovens na porta do templo comentavam a frieza do culto e alguém comenta alguma outra coisa sobre campanhas de avivamento na cidade. Foi quando uma delas, com tristeza reclamou:
- Eu sou de Belém do Pará, onde tudo começou. Estávamos acostumados com o calor pentecostal. Lá tínhamos o vento do Espírito com um culto agradável, cheio do poder de Deus sendo derramado sobre pessoas simples com grande amor para com as almas perdidas.
Um barrense mais empedernindo não se conteve:
- Aqui também tinha um vento impetuoso, que não vinha do mar, mas sim dos céus. Mas não tem mais. Desde então, fico a pensar com os meus botões. Que fim levou o vento do Espírito que fazia parte dessa igreja que começou em um porão? Que fim levou a pregação de arrependimento de pecados por evangelistas leigos, mas cheios de autoridade da Palavra, cheios de unção, que desbravaram sertões e florestas, enfrentando a morte por amor a Cristo. Semeando o pentecoste por todo o Brasil? Foi sugado pelo aquecimento global ou se acomodou nos templos climatizados e bancos acolchoados dos templos do entretenimento? Cadê aqueles templos em que, no auge do calor do culto de oração, a gente buscava o poder que vem dos céus e o refrigério da alma nas paginas da Palavra Sagrada? Naqueles dias, não buscávamos o refrigério na praia, tampouco no Rio São João, nem a brisa marinha do praião nos acalmava, somente a brisa do Espírito e ainda sim, a igreja crescia. O Evangelho avançava. Não havia escândalos com os obreiros mercenários e adúlteros. A Palavra não voltava vazia. Porque não se fazem mais cultos como antigamente? Que fim levou o vento pentecostal que veio das gerida Suécia para o calor dos trópicos paraense? Que fim levou a mensagem simples e objetiva que falava ao coração das multidões de que Jesus salva, cura e batiza como Espírito Santo? Que fim levou os profetas de Deus, que pregavam nas ruas, praças, estações de trem, sendo presos e humilhados pela turba multa e pelas autoridades constituídas? Que foram abandonados pelas suas famílias, por amor ao Redentor e não quebravam nada pela mensagem salvídica, confiando apenas na providência divina? Que fim levou, a igrejinha não simples e humilde, mas cheia do poder de Deus, onde os enfermos eram curados, os demônios expulsos e as almas recebiam a paz que o mundo não pode dar? Naqueles dias, éramos chamados de ignorantes e quadrados, assim como loucos pela língua dos anjos que falávamos. Os homens não usavam bermudas dentro da igreja e tampouco as mulheres mini-saias ou shorts nos cultos. Hoje, o mundo rola dentro da igreja com seus modismos alienantes. Foi mesmo buraco da camada de ozônio que mudou a vida espiritual da igreja, causando verdadeiras tempestades e inundações, deixando as pessoas desabrigadas ou como ovelhas sem pastor? Que fim levou as chuvas do Espírito, que não causavam tragédias, mas sim arrependimento, amor no coração e paz na alma? Que fim levou aquele grande movimento através dos anos de recuperação da verdade perdida, trazendo o povo de volta ao cristianismo apostólico originais, com curas, milagres e multidões sendo salvas? Que fim levou o movimento do Espírito com ênfase no evangelismo e discipulado sadio na família e na comunhão do lar, ao invés programação frenética de reuniões e louvores gospel que não permitem tempo algum para a construção de relacionamentos verdadeiros com o Espírito Santo? Que fim levou a humildade e o quebrantamento dos pastores responsáveis por este movimento que incendiou o Brasil com o fogo do Espírito? Que fim levou o compromisso dos pastores com o reino de Deus e sua justiça para trocá-lo com o reino dos homens com seus palácios repletos de corrupção e desprezo pela fé bíblica dos homens simples, que acreditam e confiam que Jesus Cristo é o Senhor de nossas vidas, da Igreja e do Universo.
As lideranças da Igreja Pentecostal Brasileira com suas diversas placas denominacionais, e sua mensagem triunfalista com base na teologia da prosperidade precisam receber de novo o sopro suave do Espírito que veio sobre a Igreja e a encheu de poder. Precisam ser lembrar que o Espírito Santo não é somente pneuma, o conceito do Novo Testamento para um Espírito manso e encorajador. Mas que Ele é também Ruach, a palavra do Velho Testamento para vento destruidor. (1)
Baruck Há Shem

Fonte: A Igreja do Século XX
A História que não foi contada - John Walker
Editora Atos – pág. 141.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O garoto do rio

Não sou um cara nostálgico, mas determinadas cenas nos remetem a um passado distante que deixou marcas profundas na vida de um garoto sonhador. Lembro com precisão a primeira vez que meu avô Artur de Oliveira levou os seus netos para pescar com tarrafas no Canal de Marapendi na Barra da Tijuca na década de 70. Eu tinha uns 10 anos, e estavam de férias em pleno verão carioca de 40 graus. Fiquei tão ansioso com a pescaria, que não conseguia dormir na noite anterior, e durante a semana inteira não falava em outra coisa para os meus amigos da rua Anhanguera. Parecia que iríamos caçar a baleia Moby Dick em alto mar. A paixão do meu avô pela pescaria foi transmitida geneticamente para o meu filho João Victor, que hoje se encontra também ansioso para subir o rio São João, em Barra de São João a bordo da voadeira de seu avô materno Enéas, que mesmo com seus 73 anos bem vividos, continua sendo o garoto do rio São João. A expectativa da viagem alimenta fantasias, sonhos e torna-se fonte de inspiração futura, assim como aconteceu comigo. Nos tempos do Império, a Beira Rio tornou-se local de pernoites do imperador Dom Pedro II, quando de sua viagem para Campos dos Goytacazes e local de recreação de Casimiro de Abreu, onde certamente versejava para a eternidade.
Segundo o menino do rio, nas décadas de 40 e 50, no período da Segunda Grande Guerra Mundial, sua infância e adolescência foi tranqüila na Beira do Rio São João, onde barato viver e mesmo com o racionamento de energia, não faltava um peixinho na panela de Dona Martinha. Enéas Gomes da Silva, com suas histórias de pescador que nunca se aposenta, conta-nos que mesmo sendo filho de Armação dos Búzios, sua história está intimamente ligada ao rio São João, pois foi ali que praticou suas travessuras de garoto, mergulhou fundo nas águas turvas do rio e buscou sua alimentação. Foi ali, que trabalhou na fábrica de tamancos do prefeito para a construção da Igreja Assembléia de Deus na Rua Dr. Salgado Filho. Naqueles tempos, como bem definiu o escritor Ruy Castro: “Ali todos eram iguais e ninguém era mais igual do que os outros”. Para muitos, o velho Enéas que nunca fica velho, pois continua correndo no praião como se fosse um garoto de 15 anos, colocando os filhos, genros e netos no bolso, representa um pescador apaixonado. Já para as crianças, como João Victor, Netinho, Felipe e João Marcos, seus netos, ele é um sábio que conhece a direção do vento e a força da maré, sendo mais respeitado que um professor de História ou Medicina, porque ali ele é o garoto do rio, o capitão do barco.
Baruch Há shem!

domingo, 6 de dezembro de 2009

A Igreja dos sonhos de Nega e Painho


Depois de 6 horas de viagem, cheguei ao bairro Serra Dourada 1, no município de Serra, Grande Vitória - ES, e reencontrei minha prima Hilda de Oliveira, agora conhecida como Nega e seu companheiro Gilvam, agora chamado de Painho, ambos caminhando na fé cristã. Fazia cerca de 20 anos, que não conversava com Nega, outrora Hilda, a cerca dos caminhos de Jesus. Ante, ela morava em um condomínio de classe media, na Zona Sul de Vitória, Capital do Estado do Espírito Santo, que possui uma das maiores concentrações de evangélicos do Brasil. Agora ela reside em uma chácara, diante de uma floresta de eucaliptos, ouvindo os gorjeios dos pássaros. Antes ela possuía um salão de beleza. Hoje, ela trata da beleza da Alma. Antes de conhecer a Jesus, Nega derramava lagrimas de tristeza pelo sofrimento do coração com a perda de seus filhos. Hoje, derrama lagrimas de alegria pelo jubilo da alma em ter encontrado alguém que lhe ama incondicionalmente. Em Serra Dourada, existem dezenas de templos evangélicos, quase que um do lado do outro, confirmando a terra fértil para pregação das Boas Novas, porem nega e painho estão procurando uma igreja saudável, do tipo Santa, Bíblica, Ética, Justa, Profética, Cristocentrica, Relacional, Comunitária e Missionária, cujos pastores possuam profundo amor pelas almas perdidas e Espírito de renuncia material. Que não seja legalista e farisaica, mais que tenha as marcas de Cristo em sua vida. Durante nossa estadia em Serra Dourada, pós-natal, colocamos nossas lembranças de infância em dia, tiramos duvidas bíblicas e oramos ao Senhor na comunhão dos Santos, segundo a tradição apostólica. Antes de retornarmos, um questionamento foi feito: O que é uma igreja saudável? Diante da minha pouca experiência pastoral e teológica, resolvi buscar os conselhos do pastor reformado Mark Dever, onde segundo seu entendimento, uma igreja saudável é aquela onde se conhece a alegria da mudança autentica, a alegria da comunhão e da unidade centrada na salvação e na adoração comum, alegria de "refletir a gloria de Deus" e de ser transformado a imagem d'Ele, em gloria sempre crescente.(II Corintios 3.18) . Essa Igreja saudavel tambem estou procurando. Baruch Há Shem!

sábado, 5 de dezembro de 2009

Qual o tamanho da Igreja ?

"Cristo amou a Igreja e a Sí mesmo se entregou por ela" (Efesios 5.25)

Essa pergunta foi feita ao pastor Marcos Amazonas, responsável por cerca de 6 congregações das Assembléias de Deus na região de Unamar - Distrito de Cabo Frio - RJ. Devido a necessidade de obreiros para uma ceara tão grande com um numero de habitante e extensão geográfica, maior ainda, fica cada vez mais difícil, encontrar obreiros aprovados que não façam esse tipo de pergunta em relação ao roll de membros e receita financeira da igreja, como se ela fosse uma empresa religiosa, cujo balancete mensal, tenha que apresentar um superávit. Muitos de nos, quando saímos do seminário e somos ordenados Ministros do Evangelho, sonhamos em pastorear uma grande igreja do tipo Catedral em centros urbanos, onde as ovelhas conhecem seu pastor, mais o pastor não conhecem suas ovelhas pelos nomes. nos costumamos errar quando olhamos para igreja , apenas como um lugar de culto e adoração, tampouco como números estatísticos. Depois de pastorear a pequena congregação do Palmital em Rio das Ostras, com 40 anos de fundação e apenas 30 membros efetivos, como motivação para fazer crescer o rebanho e torna-la naquilo que eu achava que deveria ser, uma comunidade de famílias, unida por adoção por meio de Cristo, foi que descobri que uma igreja é um povo, não um lugar pequeno ou grande. Como bem escreveu o pastor John Brown no século 19 a um de seus alunos recém ordenado em uma pequena igreja com poucas ovelhas e quase nenhum recurso financeiro; "Eu conheço a vaidade do seu coração e uma das coisas que vai atingido profundamente é que a congregação, que lhe foi confiada, é muito pequena e principalmente quando você a compara as congregações de seus irmãos ao seu redor. Mais se sinta seguro em uma palavra vinda de um homem já idoso e experimentado. Quando estiver perante Cristo prestando conta desta congregação que recebeu, lá no trono do julgamento, você saberá que recebeu o suficiente". Quando a igreja que recebemos para pastorear, não atende os nossos desejos, não preenchem nossos sonhos pastorais, a tendência natural é suportarmos as ovelhas, empurrando com a barriga ou de maneira acomodada, aguardar-mos a nova igreja para qual seremos designados ou convidados. Hoje, chegando perto dos 50, peço a Deus, que depois de algumas experiências, possamos reconhecer a importância de amar-mos o rebanho sobre os quais Deus nos colocou como pastores auxiliares do Sumo Pastor. Baruch Há Shem!

Fonte 1: Memory of the Rev. Alexander Waugh. Hay James - Edinburg - 1839 - p.64.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Narciso – o tradutor dos sonhos


Houve um tempo, em uma cidade da região dos lagos, no interior fluminense, que existiu um homem especial com um Don dado por Deus, para homem do tipo de Daniel, conselheiro do rei Nabucodonosor ou Jose, filho de Jacó, governador do Egito. Narciso, possuía uma pequena barraca de secos e molhados no final da praia da Baleia, onde com muita simplicidade, tirava o sustento de sua família na década de 80, no século passado. Aos olhos humanos , aquela era uma barraca pobre, desprovida de prateleiras repletas de mercadorias, com um comerciante desprovido de qualquer ostentação. Porem, na avaliação de Cristo, ele era rico , cheio da graça. Aqueles que o conheceram, como foi o caso do saudoso pastor Enock Alberto Silva, pioneiro do Movimento Pentecostal na Região dos Lagos e o 4°Ministro do Evangelho, ordenado pelo também não menos saudoso, Pastor Paulo Leivas Macalão, fundador do Ministério de Madureira, diziam que narciso, não pertencia a nenhuma denominação pentecostal, mais sim, a igreja de Esmirna do Apocalipse. “conheço a tua tribulação e a tua pobreza. (Mas tu és rico).” Assim como Naamã, general sírio foi procurar o homem de Deus, muitos buscavam os conselhos do velho Narciso para uma oração de grande intimidade com Deus e a revelação de sua vontade , como acontecia com o povo de Israel no Velho Testamento. As vezes , as pessoas que avaliavam as roupas simples, sua barraca humilde, como também sua falta de cultura secular, não o faziam com justiça. Julgavam-no segundo seus interesses e não com retidão. Mesmo sujeito ao preconceito, narciso não se incomodava com a avaliação externa das pessoas, o importante era que Deus conhecia o seu interior e se fosse injustiçado, Deus sempre sairia em sua defesa. Em seu peito, ecoava a garantia encontrada na palavra: “ois a nossa leve e momentânea tribulação produz para nos eterno peso de gloria, acima de toda a comparação” ( 2Corintios 4.17). Contrariando os cessassionistas, o irmão Narciso, manteve o don no sentido de “ conhecimento e profecias” recebidos por poder sobrenatural imediato (1Coríntios 14.6). Diferente dos falsos profetas que mercadejam pelas igrejas em campanhas de avivamento e correntes intermináveis em busca do vil metal, o irmão Narciso não se auto proclamava como profeta em nome de Deus, tão pouco falava para agradar seus ouvintes (1 Reis 22.1-6), ou tirar vantagens no seus “Dons” (Números 22.7), ou com as profecias afastar o povo da Palavra de Deus ( Deuteronômio 13. 1-4). Ao contrario de muitos, buscava primeiro a revelação da Palavra Bíblica, e depois com uma prolongada oração para aqueles que se encontravam com o coração amargurado e repleto de dores e duvidas. Eu fui um desses, que em 1984, dobrei os joelhos ao lado dele nas areias na praia da Baleia. Para os antigos, o irmão narciso foi apenas um homem pobre usado por Deus. Para aqueles que tem o conhecimento do Espírito, ele foi um dos homens mais ricos da região. Isto, me fez lembrar da historia do homem mais rico da cidade. Conta-se, que em certa cidade do interior, existia uma igreja freqüentada pela grande maioria dos habitantes, menos, pelo maior fazendeiro com milhares de cabeças de gado e grande extensão de terras. Após inúmeros convites do pastor da igreja, o fazendeiro resolveu assistir ao culto de adoração a Deus. Durante o culto, antes da pregação da mensagem bíblica, Deus usou uma irmã, dirigente do circulo de oração, para falar a igreja, que naquela noite, estaria para sua mansões celestiais, o homem mais rico da cidade. Aquelas palavras, trouxeram desespero ao fazendeiro, fazendo-o se arrepender dos seus pecados, mais também perder a noite de sono. Ao amanhecer, centenas de pessoas estavam na porta de sua fazendo, para velarem o corpo do homem mais rico da cidade. Porem, para desapontamento de muitos, que não gostavam dele, devido ao seu orgulho pela riqueza acumulada no decorrer da vida, no tratamento com total indiferença para com seus empregados, o fazendeiro continuava vivo e forte como um touro. Foi onde, muitos deixaram de dar créditos as revelações trazidas naquela igreja. Quando o capataz da fazenda, foi procurar o Zé Narciso, para trabalhar no cabo da enxada debaixo daquele sol escaldante, após muito chamar seu nome, na porta de seu casebre de parede de barro e telhado de palha, descobriu que ele havia morrido aos 70 anos, com um sorriso no rosto e a Bíblia aberta na cabeceira da cama no salmo 23.4 “ ainda que eu andaste pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque Tu estas comigo, a tua vara e o teu cajado me consolam.” Ao comunicar ao fazendeiro, a morte do lavrador Zé Narciso, que só possuía duas mudas de roupa, não sabia escrever direito nem seu próprio nome, não possuía um dente se quer naquela boca de sorriso largo, porem estava sempre glorificando a Deus pela sua salvação, o fazendeiro pode entender quem era o homem mais rico da região com tesouros nos Céus. Baruch Há Shem!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Do Exílio a Primeiro Ministro


Samson Kisekka voltava para sua casa num Domingo à tarde, quando deparou com uma grande faixa na beira da estrada, na qual se lia, com grandes letras, o anúncio: CRUZADA A BÍBLIA FALA.
Estacionando seu carro, entrou na grade tenda onde foi difícil achar um lugar. Prestou muita atenção em tudo, no povo sorridente e cativante, nas músicas religiosas que sempre o haviam atraído, e particularmente impressionou-o profundamente o sermão pregado pelo evangelista. Pela primeira vez em sua vida, a Bíblia realmente falava!
Três meses depois, batizava-se, juntamente com sua esposa Mary, a 15 de maio de 1954. Tudo mudara em sua vida – a meditação, a oração, a leitura da Bíblia, a assistência aos cultos. Sua vida devocional enchia-se de significação!
Samson Kisekka havia encontrado a Jesus, a dimensão que faltava em sua vida!
De1930a 1960 o Dr. Kisekka desempenhou importante papel na luta pelos direitos dos médicos nativos e pelo reconhecimento de sua competência. Era uma época em que a colonização trazia grandes frustrações, e os preconceitos raciais se faziam sentir de forma intensa. Seus posicionamentos firmes quanto à autodeterminação de seu povoe à justiça social tornaram-no pouco a pouco um líder respeitado em seu país, Uganda, e no exterior.
Com a independência de Uganda, e 1962, o Dr. Kisekka estava exultante! Ele e seus companheiros de ideal rejubilavam-se pelo início deu a nova era de liberdade!
Em fins de fevereiro de 1966, mediante um hábil golpe de estado, o Primeiro Ministro Milton Obote suspendeu a Constituição, dissolvei o Parlamento e assumiu todos os poderes, declarou-se Presidente e promoveu a Comandante do Exército o Coronel Idi Amin.
As condições e Uganda começam a deteriorar-se rapidamente.
Em janeiro de 1971, enquanto participava de uma reunião dos países a Comunidade Britânica, Obote é deposto por Idi Amin, e inicia-se um verdadeiro reino de terror em Uganda, até 1979.
Após uma tentativa frustrada de invasão da Tanzânia, Idi Amin foi deposto por uma coalizão das forças de resistência ugandenses com os exércitos da Tanzânia.
Depois de alguns governos provisórios, novamente Obote assume a presidência de Uganda em 1980. Foi alegada fraude no processo eleitoral, e levantou-0se imediatamente forte oposição a seu governo. O povo se dividiu em facções políticas, étnicas e religiosas.
O Dr. Kisekka descreve a situação com suas próprias palavras: “As perspectivas eram sombrias. Até dezembro de 1980, eu tinha pratifamente perdido minhas esperanças com relação ao futuro de meu país. A liberdade de expressão havia sido suprimida, as liberdades cerceadas, o povo estava sendo exterminado. Oramos muito durante aquele período e esperávamos que Deus nos mostrasse o que deveríamos fazer. Eu e milhões de outros ugandenses sentíamos que nada mais restava, senão aguardara nossa vez para sermos mortos.”
Durante o período de 1977a 1979, em que a Igreja Adventista foi proibida de exercer suas atividades pelos governo de Idi Amin, dedicou o Dr. Kisekka muito tempo e esforço para a preservação e manutenção da fé de seus irmãos.
Em 1978, estabeleceu bastante conhecido Hospital Kisekka e um berçário de cinquenta leitos. Era a culminação de seu acariciado sonho – a prestação de um serviço médico altamente qualificação para o povo de Uganda, por médicos, cirurgiões, especialista em vários campos, todos eles naturais do próprio país.
A partir de 1980, o Dr. Kisekka começou a manifesta-se publicamente contra a política de Obote, tornando-se imediatamente um homem marcado. Sua via estava em perigo, e seus dias em Uganda, contados.
No Natal de 1981, finalmente, descia o Dr. Kisekkano aeroporto de Nairobi, iniciando seu período de exílio no Quênia, impedido de permanecer em seu querido país. Quatro dias depois, suas propriedades foram devastadas. O hospital foi saqueado. Os pacientes internados foram espancados. Um dos funcionários foi morto no serviço pelas tropas do governo. São suas as palavras: “Todo meu envolvimento social em Uganda teve um final abrupto em 1981”.
Sempre com perigo de vida, o Dr. Kisekka continuou a atender as necessidades de seu país e de sua igreja. No exílio, seu lar foi um abrigo constante ara os banidos que o procuravam. Continuou a ser abençoado por Deus e pôde continuar a ajudar as causas a que dedicou sua vida.
Nos últimos meses do movimento de insurreição que surgira contra Obote, o Dr. Kisekka passou a coordenar as atividades do Movimento de Resistência Nacional em Londres, iniciando conversações de paz, com a mediação do Presidente do Quênia, Daniel arap Moi. O tato e a capacidade de negociação do Dr. Kisekka, bem como suas fervorosas orações levaram a bom termo sua coordenação com a assinatura do tratado de paz em janeiro de 1986.
Havia, entretanto, uma pergunta que surgia naturalmente: Quem seria o Primeiro Ministro em Uganda? A resposta não demorou! Foi anunciado o nome do Dr. Samsou Kisekka como o novo Primeiro Ministro. Ninguém poderia questionar suas credenciais. Como médico, havia servido a sociedade. Como pai de família, havia sido exemplar. Como empresário, havia demonstrado capacidade para dirigir. Como líder civil, havia se destacado. Havia demonstrado seu interesse pelo paíse pelo povo, arriscando sua própria vida. E, como cristão, havia demonstrado estar em perfeita comunhão com Deus.
Ao sumir o cargo, com quase 74 anos de idade, o DR. Kisekka pronunciou as seguintes palavras: “Ao ser indicado como Primeiro Ministro, penso que Deus poderá usar-me. Conheço os problemas de meu povo, seus temores, seu potencial. Esta não é somente uma oportunidade para eu ajudá-los a reconstruir a nação; é uma oportunidade para ajudá-los a reconstruir suas vidas mediante uma reforma espiritual. Creio que posso ajudar Uganda a melhorar! Posso agora instruir através do exercício de minhas funções, bem como pregar através do púlpito. Usarei, além de outros bons livros, a Bíblia Sagrada. Deus haverá de ajudar-me!”

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Os “apóstolos” estão chegando


Assim como Napoleão Bonaparte se auto coroou imperador da França, tomando a coroa real das mãos do papa, da mesma maneira muitos obreiros desaprovados pelos padrões bíblicos, estão se auto consagrando pastores, e os mais ambiciosos se auto proclamando “ apóstolos”. Mais porque falar desta verdadeira industria de consagrações espúrias, que tem assolado o seguimento neo pentecostal da igreja evangélica brasileira? Dias deste, fui convidado para ministrar a Palavra de Deus em uma igreja recém fundada em Rio das Ostras, e la encontrei “pastores e apóstolos” que em algumas semanas passadas, serviam a Jesus como diáconos, e em um verdadeiro passe de mágica, foram alçados ao ministério pastoral, através de testemunhos mirabolantes, graças a ingenuidade e ignorância do povo de Deus em relação aos requisitos para o episcopado. Com a explosão do movimento neo pentecostal e a pregação exaustiva da teologia da prosperidade, hoje em dia, qualquer individuo se torna pastor, missionário, conferencista, apostolo, e geralmente não possuem nenhum vinculo denominacional, sendo pastor de si mesmo, levando ao descrédito e a descaracterização do verdadeiro pastor. Tornou-se incontável a quantidade de indivíduos que inventam testemunhos sensacionalistas do tipo: Ex bruxo, es Gay, ex soldado do comando vermelho, que com bordões e frases de efeitos previamente estudadas e decoradas, diante do espelho tem percorrido centenas de igrejas , para venderam uma graça barata em troca de algumas moedas, mercadejando a fé. Alguns desses falsos evangelistas itinerante, trazem no seu currículo eclesiástico, títulos de doutores em divindade, mestres em ciência da religião, ou ate mesmo carteira de apóstolos impressas na lan house de seu bairro. Não existe limites, para criatividade curricular desses pseudo-s pastores com vida pregressa desconhecida de grande parte da liderança da igreja, em um pais de dimensões continentais. A cerca de 10 anos passados, um certo individuo, morador do bairro Nova Cidade em Rio das Ostras – RJ, fundador de um movimento na garagem de sua casa alugada, começou a espalhar cartazetes nos postes nas ruas onde existiam igrejas evangélicas, devidamente constituídas e organizadas, segundo os preceitos bíblicos, anunciando a venda de credenciais de pastores, evangelistas e missionários, mediante o pagamento financeiro. Na época , o presidente da Associação de pastores da cidade, era o pastor Elbio Pereira Melo, então delegado titular da Policia Federal em Macaé, com jurisdição sobre cerca de 30 municípios, que tomou as devidas providencias contra o estelionato eclesiástico , enquadrando o mercenário e recolhendo o derrame de diplomas e carteiras falsas. Porem, caso continue essa indústria de auto consagrações, chegara o tempo em que para cada ovelha tosquiada, haverá 10 pastores neófitos e mercadejadores, formados na escola de pilantragem gospel com doutorado. Como diria o jornalista Boris Casoy: “ isto é uma vergonha!” . Baruch Há Shem!