quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Precisamos de um Elias



Durante uma palestra para obreiros ministrada pelo Pr. Francisco Machado Rodrigues, titular da 2ª Igreja Batista de Rio das Ostras, há cerca de 25 anos, sobre a crise de caráter que se abate sob re a Igreja Evangélica com a inversão de valores morais e a aceitação e conivência com o pecado de alguns líderes eclesiásticos, chegamos a conclusão imediata de que precisamos de um profeta da estatura moral de Elias para derrotar os falsos profetas de Baal que tem se levantando no seio da Igreja enganado o povo com a indústria de revelações e promessas de falsas bênçãos em detrimento da pregação da verdade bíblica.
Para falar com autoridade com os Rei Acabe e as Jezabel, que se consideram ter o controle da situação. Precisamos ter um novo Elias, para dizermos em alto e bom tom para o mundo que jaz no pecado que “o Senhor é o nosso Deus”, e o seu nome é Jeová, e Ele é o único a quem sua Igreja serve e adora.
Elias, o Tesbita, nunca foi um homem de fina educação sofisticada diplomata. Nunca estudou nos melhores seminários teológicos da época. Muito pelo contrário, provavelmente rude, queimado do sol e forte como um típico homem do campo. Mas com uma autoridade dada por Deus, que não se encontra atualmente na boca de muitos pseudo-profetas, que sabem fazer apenas barulho e arrebanhar multidões com verdadeiras cenas teatrais.
Os hábitos de Elias, beiravam a grosseiras e a severidade com, a aplicação da justiça de Deus, não muito diferente de outros homens levantados pelo Senhor da Igreja em momentos de crise, tais como John Knox, o grande profeta da Escócia, o qual a Rainha temia e respeitava mais que os exércitos inimigos.
Geralmente os profetas não estão nos palácios com os reis, tão pouco nas catedrais em púlpitos adornados com ouro e pedras preciosas. Não estão na grande mídia. Não são capa da Veja Times. Não dão entrevistas não Jornal Nacional. Não publicam Best Sellers. Mas com certeza possuem seus nomes escritos no Livro da Vida e na galeria dos heróis da fé.
O Brasil é hoje, uma das maiores nações da América Latina com 1/3 da população evangélica, contudo qual o impacto causando na sociedade? Qual a diferença da Igreja Evangélica Brasileira para a Igreja Americana Pós-Moderna, para a Igreja Chinesa Oficial, para a Igreja Romana?
No âmbito da Igreja Evangélica Riostrense, com suas mais de 205 casas de oração e representando ¼ da população, será que temos sido referencial, sal da terra, luz nas trevas?
Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra, para que eu não a destruísse, mas ninguém achei. Ez 22:30.
A busca continua. Deus ainda está procurando profetas que façam a diferença em Rio das Ostras, no Brasil e no mundo. Vamos continuar orando, para que Ele possa achá-los.
Quem sabe, se você não é um deles, mesmo com o seu português precário, seu terno velho e puído, sua falta de formação teológica, mesmo você morando de aluguel no subúrbio de sua cidade, mesmo você não tendo nem mesmo uma bicicleta para ir à Igreja, mesmo você não tendo nem mesmo oportunidade para fazer uma oração no templo.
Deus procura alguém que tenha a coragem de dizer: Está errado Acabe! Alguém se habilita?

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

A Síndrome da Primeira Impressão


Quando fui designado para assumir a direção da maior congregação do campo de trabalho de Barra de São João no Município de Rio das Ostras, meu coração se encheu de alegria. Minha posse foi em uma sexta-feira com a Igreja vazia.
O pastor que substituí, não queria entregar a direção do trabalho, estava enraizado no púlpito e possuía o coração das ovelhas como Absalão.
Após receber as chaves do templo que possuía 40 anos de fundação com paredes sem embolso, o terreno sem muros e portões, e o livro caixa com recursos suficientes apenas para pagar a conta de energia. Naquele momento estávamos passando pelo teste da primeira impressão. Diga-se de passagem, bastante desanimadora.
Diante daquela imensa Igreja, totalmente vazia, com paredes descascadas, o teto cheio de vazamentos e ninho de pombos, instrumentos musicais velhos e caindo aos pedaços e uma membrezia composta na sua maioria de senhoras-idosas, viúvas e pensionistas, uma pergunta vinha a mente: o que eu estou fazendo aqui?
Estava claro que meu ministério pastoral, estava sendo colocada a prova. Por outro lado, o Espírito Santo me dizia: “Não desista”.
Com isso, aprendi que nunca devemos subestimar a primeira impressão, pois ela em geral é um teste.
Fico imaginando, o profeta Elias em seu treinamento avançado em Sarepta depois de viajar centenas de quilômetros por uma terra seca e estéril, e ao chegar ao seu destino desesperado por água, encontra uma mulher apanhando lenha e lhe pede água e comida. Porém, ela respondeu: tão certo como vive o Senhor, teu Deus, nada tenho cozido; há somente um punhado de farinha numa panela e um pouco de azeite numa botija; e vês aqui, apanhei dois cavacos e vou preparar esse resto de comida para mim e para meu filho, comê-lo-emos e morreremos. (I RS 17:12).
Que surpresa! Bem-vindo a Sarepta! Bem-vindo ao Palmital! A Igreja do Palmital, foi uma escola de treinamento ministerial. Pois logo na primeira semana, comecei fazendo um sepultamento do filho de um filho do presbítero auxiliar. Algo bastante animador, para não dizer o contrário, que não estava nos meus planos.
Nas primeiras semanas naquela comunidade, confesso que foi derrotado pela primeira impressão. Foi desolador. Porém, da mesma maneira como o Senhor falou com Paulo, ele me disse: a minha graça te basta!
Ao procurar conselhos com um pastor de mais de 40 anos de ministério, ele me disse:
- Sérgio, essas dificuldades você não aprende como enfrentá-los no Seminário, não permita que a decepção da primeira impressão o derrote. Olhe para as possibilidades da Igreja, obedeça a Deus sem hesitação e tenha fé nas suas promessas: “A farinha da tua panela não se acabará, e o azeite da tua botija não faltará, até o dia em que o Senhor fizer chover sobre a Terra. (I Rs 17:13-14).
Assim como a viúva de Sarepta conheceu a Deus na cozinha, olhando para a panela e encontrando farinha. Olhando para a botija e encontrando azeite. Da mesma maneira, no período em que durante 2 anos estive na Assembléia de Deus no Palmital conheci a Deus do profeta Elias, pois nunca faltou farinha como alimento da Palavra e tão pouco o azeite do Espírito Santo, para a glória do Nome do Senhor.

sábado, 2 de agosto de 2008

A sombra do cajado dos pioneiros


Com a exibição do filme de 6 minutos na Catedral das Assembléias de Deus em Cabo Frio, relatando parte da história do movimento pentecostal com seus 68 anos de fundação na Região dos Lagos, e o início repleto de lutas e dificuldades superadas pelos pioneiros, dentre os quais, podemos destacar, aquele que foi considerado, o apóstolo da Região dos Lagos, o saudoso pastor Enock Alberto Silva, meus olhos começaram a lacrimejar e o coração se encheu de alegria pelo resgate ‘histórico de homens e mulheres que devotaram suas vidas a causa do mestre Jesus e o pleno derramar do Espírito Santo na região da Costa do Sol.
Lembro-me que quando cheguei à Cabo Frio nos idos da década de 80, acompanhando o pastor Manoel Francisco de Freitas, líder da Assembléia de Deus no Galeão – Ilha do Governador/RJ e presidente da UMADER – União de Mocidade das Assembléias de Deus do Estado do Rio de Janeiro para uma visita ao pastor Enock em sua residência no bairro São Cristóvão, para pedir-lhe apoio para a realização de um Congresso Regional, pensávamos que fôssemos encontrar um missionário sueco, grandalhão do tipo de Daniel Berg, morando em uma mansão na beira da praia do Forte, e fomos recebidos por um homem franzino, de rosto sulcado pelos sofrimentos na pregação do Evangelho, porém, forte e resistente como convém a todo sertanejo alagoano, morando em uma casa simples sem nenhum luxo e ostentação, apesar de na época, ele liderar um rebanho de 17 mil ovelhas e ter aberto 105 igrejas desde Rio Douro na grande São Gonçalo até Santa Maria Madalena na região serrana do Norte do Estado. Pastor Enock, que aceitou Jesus como Salvador em uma Igreja Batista, tinha como profissão secular, o ofício de barbeiro e foi o quarto pastor a ser ordenado ao ministério da Palavra, pelo pastor Paulo Leivas Macalão, fundador do Ministério de Madureira, e durante mais de 40 anos construiu um legado de fé com milhares de filhos gerados pelo Espírito Santo.
O seu casamento com a irmã Ilka, não teve filhos biológicos, porém, devido ao seu amor pela obra do Senhor Jesus, resultou em milhares de filhos na fé.
Pastor Enock, abandonou a navalha do barbeiro para utilizar a Palavra de Deus, fiel e digna de toda aceitação. Ele trocou a navalha pela espada do Espírito para anunciar as Boas Novas do Evangelho em Campos dos Goytacazes, Volta Redonda, Bauru e finalmente se radicando em Cabo Frio, trazendo o pentecoste para toda a região, como um verdadeiro apóstolo.
Os pastores ordenados pelo pastor Enock, tais como Benone Valadares, Gentil Medeiros, Gessildo Mendes, todos de saudosa memória, revelaram em vida, que o saudoso patriarca, valorizava muito o caráter bem como a firmeza de personalidade do obreiro e investiu em recém-nascidos espirituais que necessitavam ser “amamentados” e cobertos pelo seu cajado pastoral. Eu mesmo, fui um deles. Após uma reprimenda pública, diante de toda a Igreja, fiquei durante muito tempo com mágoas em relação às duras palavras trazidas pelo anjo da Igreja cabofriense. Contudo, quando do meu casamento com minha esposa Ruth, filha do então presbítero Enéas Gomes da Silva, um dos fundadores da Assembléia de Deus em Barra de São João, Igreja vinculada à Cabo Frio, fui procurar o pastor Ebock para pedir-lhe perdão e receber sua benção e permissão para o casamento.
Para minha surpresa, após ficar na fila de obreiros, que mensalmente levava os problemas do povo para ele julgar, como se ele fosse o nosso Moisés, fui recebido com um abraço caloroso e um sorriso largo, o que não era da natureza do pastor Enock, pois sempre fora taciturno, desde sua infância em Alagoas.
Lembro-me ainda hoje, na firmeza de suas palavras:
- Há meses que estava lhe aguardando, para lhe dizer que o pai que ama seus filhos, procura corrigi-los para que eles possam se tornar obreiros aprovados.
Naquela época, estava servindo à Jesus como presbítero e secretário executivo da mocidade estadual. Foi quando ouvi de seus lábios, palavras proféticas.
- Meu filho, no tempo certo de Deus, mesmo com o seu temperamento nordestino, você ainda vai ser um pastor. Basta apenas permanecer debaixo do cajado.
Diante do filme exibido no telão da Catedral, veio a mente uma pergunta: “O que anda acontecendo a nossa geração de obreiros?” Porque será que poucos conseguem permanecer debaixo do cajado? Ministérios estão sendo “abortados” por causa da incapacidade de esperar o momento de Deus. Poucos estão dispostos a oferecer o “lombo” para as pancadas inerentes ao ministério e a honra que ele requer.
Com o saudoso pastor Enock Alberto Silva, aprendi que “No tempo de Deus, você nunca está atrasado!” E que precisamos em meio a nossa imaturidade espiritual aprender a andar “no passo do gado, como fez Jacó depois do Vau de Jaboque, e a respirar o ar dos pastos verdejantes do pastoreio de Deus.
Escreveu o salmista Davi com muita propriedade e conhecimento de causa: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo: A tua vara e o teu cajado me consolam”. Sl 23:4
Que possamos ter como exemplo de vida ministerial, homens de Deus na estatura de gigantes da fé, como o pastor Enock Alberto Silva, que não possuía uma pregação inteligente, uma admirável eloqüência e polida oratória, mas tinha a autoridade do Espírito Santo e as marcas do caráter de Cristo e o comprometimento com o Reino de Deus e a Igreja que lhe representa. Que toda honra e glória sejam dadas ao Senhor.

Sérgio Cunha é jornalista, articulistas, conferencista e presidente do Conselho de Pastores de Rio das Ostras.

Heróis sem medalhas na China


O mundo acabou de assistir as Olimpíadas na China, com seus heróis e suas medalhas. O País mais populoso do mundo, deu uma demonstração de força e beleza para todos os povos!
Porém, a História do Cristianismo revela-nos que existem aqueles heróis sem medalhas, que nunca subiram ao Podium Olímpico, tão pouco receberam louros de glória, mas realizaram uma verdadeira revolução espiritual em solo chinês, maior que a do líder Mao Tse-tung, construíram uma muralha de fé maior que a muralha da China. Seus nomes não constam na cidade proibida, no livro dos Imperadores da Dinastia Ming, porém foi escrito com sangue carmesim no Livro da Vida pelo Rei dos Reis da Dinastia de Davi e suas moradas celestiais, será na Nova Jerusalém. Esses homens extraordinários, que incendiaram a China milenar, superando com fé todas as dificuldades no limite de suas forças, crendo na força do Espírito Santo para evangelizar o povo chinês, tais como: Jônatas Goforth que mesmo cego, ganhou cerca de 38.724 almas chinesas para Cristo, registradas no famoso livro intitulado: “Vidas Milagrosas da China”.
Durante seu ministério, Goforth perdeu seus três filhos, Gertrude, Donald e Florença, sendo necessário levar os cadáveres a uma distância de setenta e cinco quilômetros, lugar onde se permitia enterrar os estrangeiros, contudo nada o fazia desistir de pregar o Evangelho, pois o lema de sua missão era: “Avançar de joelhos”.
Com o médico inglês de apenas 21 anos. Hudson Taylor, o pai de Missões no interior da China, também não foi diferente. Com muita dificuldade ele levou cinco meses para desembarcar em Xangai em 1854 e iniciar seu trabalho missionário, adotando o hábito de vestir-se como os chineses, raspando a cabeça na frente e deixando o resto dos cabelos a formar trança comprida. Na China, também, Hudson Taylor, perdeu sua família interrando sua filha Graça de 8 anos, o filho Noel e a esposa Maria Dyer Taylor, vítimas de cólera. Durante 52 anos visitou cinqüenta e uma cidades onde nunca antes se ouvira a mensagem do Evangelho, preparou um hinário e a revisão do Novo Testamento para os novos convertidos no Norte da China.
Ao subir o grande Rio Yang Tse, para evangelizar as nove províncias do planalto da Mongólia as montanhas do Tibet no ano de 1874, Hudson Taylor escreveu em seu diário: “A minha alma anseia, e o coração arde pela evangelização de centenas de milhões de chineses nessas províncias sem nenhum obreiro. Oh, se eu tivesse cem vidas a dar ou gastar por eles!” Esse desejo de Hudson Taylor se cumpriu, por toda sua vida foi gasta na pregação do Evangelho de Cristo para milhares de chineses, sabendo que a salvação de suas almas valiam mais do que todo o ouro do mundo. “Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria”. (Sl 126.5).
O soluço de mais de um bilhão e duzentos milhões de almas na terra onde se adora o dragão, tem soado aos ouvidos e comovido o coração de homens da estatura do irmão Yuni, morador da Província de Henan, no Sul da China, que foi alcançado pela graça do Senhor Jesus em 1970 e durante cerca de mais de trinta anos, tem percorrido toda a China para pregar as Boas Novas de Salvação como um líder de sua geração na Igreja Doméstica da China, com muitos sinais, milagres e maravilhas, seguindo seu ministério, provando que ele tem sido um verdadeiro apóstolo da fé (2Co 12.12) que, mesmo sendo perseguido, preso em Nanyang, torturado, nunca renegou sua fé em Cristo Jesus, recebendo inclusive o título de seus compatriotas de “O Homem do Céu” tamanho os livramentos recebidos do Senhor da Igreja diante da perseguição do Governo Comunista Chinês e de sua Igreja Oficial: O movimento patriótico das três autonomias.
O irmão Yun é um presbítero da Comunidade Sinim, mencionada em Isaías 49:12. “Eis que estes virão de longe, e eis que aqueles, do Norte e do Ocidente, e aqueles outros, da terra de Sinim”, que congrega cerca de 58 milhões de crentes.
Os verdadeiros heróis da fé na China, não tiveram seus nomes estampados nos principais jornais do mundo, tão pouco deram entrevistas as redes de televisão, durante o massacre da Praça Tiananmen (Praça da Paz Celestial), mas com certeza, “resplandecerão como o fulgor do firmamento, os que a muitos conduziram a justiça, como as estrelas, sempre e eternamente” (Dn 12.3)

Sérgio Cunha é jornalista, articulista, conferencista e presidente do Conselho de Pastores de Rio das Ostras

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

O General dos Pregadores



A nave da Catedral de Cabo Frio, estava completamente lotada durante as festas alusivas ao 68º Aniversário de Fundação do Trabalho Pentecostal na Região dos Lagos. Quando o pregador paraibano com forte sotaque assumiu o púlpito, houve uma reverência solene. Antes foram feitos as devidas apresentações daquele que é considerado pelas gerações passadas como o General dos Pregadores Pentecostais, ainda em plena atividade evangelística, depois de mais de 40 anos, percorrendo todo o Brasil e vários países do mundo, sempre declarando em alto e bom tom que: Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e ainda leva para o Céu, no bom estilo pentecostal. O nosso Billy Graham assembleiano, foi ganhado para Jesus, por um barbeiro semi-analfabeto de nome Manoel Victor, quando com uma tesoura cega aparava seus cabelos e com muita autoridade espiritual, lhe revelou que ele era um vaso escolhido de Deus, para ser profeta para as Nações, causando-lhe verdadeiro temor e tremor na velha cadeira, que começou a quicar ruidosamente.
O pastor Napoleão Falcão, revelou-se do tempo nos primórdios do Movimento Pentecostal no Brasil na época em que ser crente não era chique e tão pouco dava ibope. Onde os crentes eram discriminados e perseguidos com pedradas, ovos podres e tomates estragados, lançados em rosto nas praças públicas e muitos até mesmo presos durante o regime getulista, outros sem poderem ser sepultados nos cemitérios católicos. Naquela época, segundo o pastor Napoleão, quando do início do Avivamento Brasileiro, os crentes eram convertidos e conheciam o plano de salvação. Os pastores de origem simples, sem nenhuma formação teológica, conheciam a Bíblia e o Senhor da Bíblia. Muitos foram marcados pelos irmãos tradicionais como "bodes" e filhos das seitas, mas na sua maioria, ficaram conhecidos como "os Bíblias", "Pentecostes", "Canelas de Fogo..." Isso porque, assim que alguém se convertia, a primeira coisa que fazia era comprar uma Bíblia, um terno e buscar o batismo com o Espírito Santo.
O Brasil assembleiano que estava sendo construído, não possuía teólogos, mestres e doutores na Palavra, mas quando um daqueles pedreiros, pescadores, barbeiros, padeiros abriam a boca para falar de Jesus, com um português nada lusitano, o fogo do Espírito Santo convertia os corações dos pecadores. Gente que não sabia ler, levava a Bíblia debaixo do braço, assim mesmo, como símbolo de suas conversões, e procuravam aprender a ler para poder ler a Bíblia. Nos cultos evangelísticos, os novos irmãos davam seu testemunho com muita humildade e singeleza de coração, com os olhos encharcados de lágrimas. Naquele tempo, segundo o pastor Napoleão, existia testemunho de vida, e hoje, existe vidas de tristemunhos.
Naquele tempo não existia catedrais, não existia seminários, emissoras de rádio e televisão evangélicas, mais o pentecoste era derramado, as pessoas curadas, os cativos libertos e o diabo envergonhado. Que saudade dos tempos, que os Bíblias davam certo. Onde não existia artistas nos púlpitos, mas apenas servos.
Como era de se esperar, mais ma vez o Espírito de deus veio sobre o pregador e ele foi usado como uma caixa de ferramentas para a Glória do Nome de Jesus. Naquela reunião, enquanto eu via o Senhor operando da sua graça e misericórdia, pude perceber que Deus continua colocando estes dons à disposição de seu povo em todo lugar e em todos os tempos.
"Porque a promessa pertence a vós, e a vossos filhos"