sábado, 21 de maio de 2011

Saudades dos Pastores canônicos

Enock Alberto Silva , barbeiro alagoano, radicado em Cabo Frio, trocou a navalha pela lâmina da Palavra de Deus, durante mais de 40 anos, percorrendo as areias escaldantes com vento frio sudoeste na face marcada pelo sofrimento e amor pelas almas perdidas da Região dos Lagos, ajudando a despovoar o inferno e a povoar os Céus. Durante muito tempo, o velho profeta da antiga Assembleia de Deus , foi considerado por toda uma geração, de jovens obreiros, o que eu chamaria de um pastor Canônico , porque sabia o que procurar no evangelho para redenção de homens pecadores. Paulo Leivas Macalão, com seu legado pastoral, foi muito além da fundação do Ministerio de Madureira no Brasil, tornando-se o Cânone dos compositores sacros pentecostais. Não é que não houvesse musicas e compositores antes dele, na historia das Assembleias de Deus. Mais ele deu a hinos da Harpa Cristã em um pais de dimensões continentais alicerces que duram até hoje, em termos de harmonia e dignidade melodica com adoração ao Deus Trino, com embasamento biblico e totalmente diferente das atuais composições chamadas gospel, que se tornaram fonte de lucro imensurável. Macalão, se tivesse cobrado direitos autorais dos dezenas de hinos, teria ficado rico em pouco tempo, mais como pastor chamado por Deus preferiu acumular tesouro nos céus, onde o ladrão não pode roubar. Um Cânone normalmente se caracteriza como um conjunto de regras ou um conjunto de modelos, sobre um determinado assunto. O Termo deriva da palavra grega Kanon, que designa uma vara utilizada como instrumento de midida, partindo desse principio estamos sentindo a ausencia de alguns cânones, para servir a igreja de Cristo, e não ser servido por ela. Na Historia do Cristianismo, encontramos diversos cânomes, que deixaram um legado de centenas de vidas alcançadas pela graça e o amor de Cristo. Os CÂnone tinham a maneira correta de fazer a obra, que não foi entregue aos anjos nos céus, tão diferente dos dias em que a igreja atravessa. e Isso não tem nada haver com a boa educação teologica, mais sim, com o carater de Cristo na vida do obreiro. Lideranças jovens tem rompido com o conceito de tradição liturgica, visando adequar a igreja aos novos tempos, porém existem valores que são inegociaveis e irremoviveis. O pecado travestido de mordenidade , está asfixiando a Igreja Biblica, trazendo saudades dos pastores cÂnonicos e criando o eterno conflito entre os jovens e os pastores mais velhos. No Choque, com a realidade vivenciada pela igreja onde existem muitos " Navios piratas", navegando nos mares emcapelados por ai da teologia da prosperidade, confição positiva, auto-ajuda, e ainda mais recente e teismo aberto, temos que entender que a tradição não existe em abstrato: Ela tem de dar conta das realidades novas e combater os movimentos hereticos, por mais desafiadores que eles sejam. E ao longo desse combate, a nova geração de profetas vai descobrindo oque pode ou não pode ser feito. Eventualmente errando, pois os cÂnones tambem erraram, como todo ser humano. Mais é desse "Trial and Erron", que é feito o dia a dia da igreja de Cristo através dos seculos. O pastor Antonio Gilberto como bem declarou no blog teologia e graça do pastor Esdras Bentho, é considerado mais notavel mestre das Assembleias de Deus do BRasil, e como um verdadeiro CÂnone vivo, jamais atraiu atenção para si, mais antes colocou todo seu prestigio e conhecimento afavor da escola biblica dominical, missão que lhe rendeu impropérios, ao ponto de ser chamado de " A besta do apocalipse", além de, sem sucesso, tentarem exclui-lo em certa convenção de pastores. Antonio Gilberto ( foto) , como um cânone do ensino biblico e completamente desapegado a gloria denominacional que lhe atribui, possui mais cicatrizes do que medalhas em favor do aperfeiçoamento dos Santos. O Verdeiro Cânone em vez de conduzir sua propria bandeira pelo Reino, busca a expansão do Evangelho de Cristo em vez do sucesso pessoal, oque nos remete a um certo saudosismo dos antigos pastores cânonicos. Baruch Há Shem !

sexta-feira, 20 de maio de 2011

ELES NÃO PRECISAM DE PASTOR




Parte dos desigrejados rejeitam a liderança pastoral - Por: Renato Vargens
Estou impressionado com a quantidade de cristãos que se dizem avessos a Igreja, bem como a liderança pastoral.
Ouso afirmar que em nome de uma espiritualidade descompromissada, alguns dos chamados desigrejados abominam os cultos no templo, amaldiçoando com veemeência a liderança pastoral, as contribuições ordinárias, além é claro de satanizar toda e qualquer estrutura eclesiástica. Para estes, a igreja não precisa de pastores, mesmo porque, eles os são, não precisam de ensino, eles o possuem, não precisam de templos, as casas são suficientes. Como bem afirmou Ciro Sanches Zibordi, aumenta a cada dia o número de crentes que não se sujeitam aos líderes e pensam que estão certos. Tais pessoas não respeitam pastores, verberam contra a liderança e afirmam que só devem obediência a Deus. “Igreja não é quartel general”, argumentam. E, generalizando, chamam qualquer liderança firme, segura, de coronelista.
Pois é, os sem igreja defendem a causa que é possível ser crente em casa, excluindo assim todo e qualquer envolvimento com a “communion Sanctos” Para estes, a igreja é uma instituição falida, hipócrita e intolerante, com a qual preferem não possuir nenhum tipo de compromisso. Se não bastasse isso, parte dos desigrejados em nome de uma autonomia irresponsável rejeitam a liderança pastoral, afirmando com todas as letras ser o pastor um fardo na vida dos crentes.
Ora, como já escrevi anteriormente reconheço que nem todos os sem igreja podem ser incluidos neste contexto, mesmo porque, existem inúmeras pessoas, que estão fora dos arraiais cristãos em virtude da perversidade institucional. Todavia, boa parte dos desigrejados, não se relacionam com a igreja simplesmente pelo fato de não possuirem desejo de se submeterem a autoridade das Escrituras.
Caro leitor, vale a pena ressaltar que eu não defendo a instituição organizada denominacional, até porque, não consigo acreditar num tipo de estrutura cujo principal fundamento é a politica eclesiástica. Eu defendo é a Igreja fundanda por Cristo, que se reune em casas, sem contudo negligenciar o templo, que possui pastores na condução do rebanho e não anarquistas; que tem por fundamento de fé as Escrituras Sagradas e não os achismos escalafobéticos de gente que interpreta as Escrituras de acordo com suas patologias e enfermidades emocionais.
Isto posto, concluo este artigo usando as palavras de Éber Lenz Cesar, que diz: "por maiores que sejam as fraquezas e os defeitos que se possam encontrar, a Igreja ainda é a noiva do Senhor e caminha ao encontro do Noivo buscando se aperfeiçoar sobre o tripé santificação, comunhão e missão”. Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela para a santificar. Assim como Ele amou, nós também devemos amar a nossa igreja e nos santificarmos para que ela possa ser melhor a cada dia”.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

O Filho da Dona Netinha

O Filho da Dona Netinha, apesar de morar na Zona Rural de Cabo Frio, na localidade de Parque Arruda, e ter as mãos calejadas pelo cabo da enxada, possuia um nome afrancesado, dificil de se pronunciar, que o tornava diferente dos meninos da sua idade. Naquela época, sua mãe, como sacerdotiza de cultos Afro, era temida na região, para alguns uma mãe de santo, para outros uma feiticeira, mais para Gervellin, apenas sua mãe querida, que vivia com outra senhora, rompendo a tradição familiar. Sendo o caçula de uma grande familia, o menino arteiro, iria ser iniciado nas praticas do camdomblé, para suceder sua mãe fazendo a cabeça no ritual africano. O dia marcado para a iniciação religiosa, causara grande ansiedade no coração do garoto e medo no seus amigos de futebol. Seguindo a orientação materna, o garoto franzino se recolheu ao quarto escuro, para buscar seu destino de sacerdote afro, e suceder no tempo certo, a lider do terreiro. Porém, um acontecimento inusitado haveria de mudar sua vida para sempre, e que o jogo dos buzios, não havia previsto. Ao rufar dos tambores e atabaques que causava uma catarse coletiva dos participantes da iniciação, uma voz gutural rasgou o barracão, causando medo e espanto. Parem tudo e tirem esse menino daqui, pois ele já foi comprado por preço de sangue! sem entender nada, os adeptos silenciaram os tambores e a cabeça não foi feita. Muito contrariada, porem submissa aos orixás, dona Netinha obedeceu e desistiu de iniciar seu filho caçula na feitiçaria. Passado alguns meses e retornando as atividades normais de todos os garotos, Gervellin recebeu em sua casa, a visita da irmã mais velha, agora completamente transformada e com o semblante alegre, e acima de tudo com uma paz interior, que contagiava as pessoas ao seu redor. Foi quando declarou a familia, sua nova condição de filha do Santo Jesus, e que naquele momento no dia da iniciação do irmão caçula, havia sentido um desejo incontrolavel de orar de joelhos pelo irmão que ela mais amava, para que nenhuma ferramente forjada contra ele prevalecesse, porquanto era vazo escolhido pelo Senhor. O Misterio foi revelado, o caçula cresceu, se tornou homem, aceitou a Jesus como Senhor e Salvador, foi batizado com Espirito Santo, foi separado ao Presbiterio, e hoje lidera mais de 100 jovens que adoram o filho do Santo Deus. Quanto a dona Netinha, sem ter sucessor no terreiro e percebendo que o Deus de seus filhos, verdadeiramente era o Santo dos Santos, acabou se convertendo e hoje está casada com um pastor, servindo ao Deus que é Santo, Santo, Santo.Atos 9:15 : "Disse-lhe porém o Senhor: Vai! Este é para mim um vazo escolhido, para levar o meu nome perante os gentios, os reis, e os filhos de Israel". Baruch Há Shem!

domingo, 15 de maio de 2011

Fuja da gaiola dos aproveitadores da Fé

É triste constatar que há muitos tirando proveito do rebanho de Deus. Usam da credulidade do povo para alcançar seus fins, nem sempre louváveis. Fazem promessas mirabolantes, que jamais poderão cumprir. Loteiam o céu, e vendem o que jamais podem entregar. Pedro denuncia os tais que prometem “liberdade, sendo eles mesmos escravos da corrupção; porque de quem um homem é vencido, do mesmo é feito escravo” (2 Pe.2:19).
Infelizmente, o povo de Deus tem sido massa de manobra nas mãos desses homens inescrupulosos. O que nos consola é saber que um dia eles terão que prestar contas a Deus.
Vemos muito abuso de autoridade, em que a vida privada das pessoas é invadida, e seus direitos violados. As Escrituras estão cheias de advertências acerca dos que usam tais expedientes. Paulo adverte aos crentes de Colossos a que tivessem cuidado para que ninguém os fizesse “presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo” (Col. 2:8).
Tudo começa com um inofensivo alçapão estrategicamente armado. Desavisado, o pássaro avista um pouco de comida e logo se aproxima. Depois de pego é levado para uma gaiola. Seja de bambú ou de ouro, gaiola é gaiola. Pássaros foram feitos para a liberdade. Engaiolado ele até canta, mas de saudade de voar livremente.
Ninguém tem o direito de invadir a privacidade de outrem, ditando o que lhe é ou não permitido fazer. Os Colossenses estavam sendo assediados por gente dessa extirpe. E o pior é que eles usavam de artifícios espirituais, tais como visões e culto a anjos, para subjugar os crentes. Paulo adverte: “Ninguém vos prive do prêmio”! Que prêmio é este de que os crentes de Colossos estavam sendo privados? A liberdade!
A lógica paulina é imbatível: “Se estais mortos com Cristo, quanto aos rudimentos do mundo, por que vos sujeitais ainda a ordenanças, como se vivêsseis no mundo, como: não toques, não proves, não manuseies? Todas estas coisas estão fadadas ao desaparecimento pelo uso, porque são baseadas em preceitos e ensinamentos dos homens. Têm, na verdade, aparência de sabedoria, em culto voluntário, humildade fingida, e severidade para com o corpo, mas não têm valor algum contra a satisfação da carne” (Col.2:20-23). O que parecia “culto voluntário”, não passava de mais um artifício para manter as pessoas cativas e oprimidas.
Os mais duros discursos de Jesus foram dirigidos aos religiosos de Seu tempo. Jesus os desmascarava, pois atavam “fardos pesados e difíceis de suportar”, e os punham “nos ombros dos homens”, porém, eles mesmos nem com o dedo queriam movê-los. “Tudo o que fazem é a fim de serem vistos pelos homens”! Jesus não poderia ser condescendente com tamanha hipocrisia. Ele vociferou: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações. Por isso sofrereis mais rigoroso juízo. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito, e depois de o terdes feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós” (Mt.23:4-5a, 14-15). Que triste ironia! Tenho a impressão de já ter visto este filme antes! Quantos deixaram a bruxaria, cansados de todas as obrigações impostas pelos espíritos? Mas ao migrarem para as igrejas evangélicas, encontram fardos semelhantes, e por vezes, mais pesados, que lhes são impostos por líderes vorazes e inflexíveis.
O Evangelho não pode ser reduzido a um monte de regras, do tipo “pode/não pode”. Isaías diz que os sacerdotes de seu tempo andavam “errados na visão”, e tropeçavam “no juízo. Todas as suas mesas estão cheias de vômitos e de imundícia, e não há nenhum lugar limpo. A quem se ensinaria o conhecimento? E a quem se daria a entender a mensagem? Ao desmamado, e ao arrancado dos seios? Porque é: Preceito sobre preceito, regra sobre regra; um pouco aqui, um pouco ali” (Is.28:8-10). Tal como os sacerdotes contemporâneos de Isaías, muitos líderes atuais têm reduzido a Palavra de Deus a um amontoado de regras desconexas, e as imposto ao povo de Deus deliberadamente.
Alguns, mais escrupulosos, apresentam tais regras como “princípios”, ignorando toda e qualquer regra hermenêutica. O Evangelho acaba sendo transmitido como uma receita de bolo. Se as pessoas fizerem tudo direitinho, hão de colher os resultados esperados.
Todo tipo de arbitrariedade é praticado, usando como pretexto a autoridade espiritual que recai sobre o líder. A doutrina que advoga a infalibilidade papal agora encontra seu par entre os herdeiros da Reforma Protestante. Quem quer que ouse questionar o líder, é chamado de rebelde, e, por isso, deve ser expurgado, excomungado, excluído do meio do rebanho.
Em alguns casos, o pastor se acha no direito de dizer com quem a pessoa deve se casar, onde deve morar, em que deve trabalhar, e etc. Não atender às ordens pastorais é insubmissão que deve ser rigorosamente punida. Quão atual é orientação que Pedro dá aos pastores:
“Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente, não por torpe ganância, mas de boa vontade; não como dominadores dos que vos foram confiados, mas servindo de exemplo ao rebanho”. 1 Pedro 5:2-3
Coerção, imposição, autoritarismo, são palavras que deveriam ser riscadas do dicionário eclesiástico e pastoral. O líder cristão deve desempenhar sua função através do exemplo. Em vez de mandar, ele demonstra como se faz. Em vez de se servir de seus subordinados, ele os serve. Em vez de impor, ele expõe e propõe. Hermes Fernandes.