sexta-feira, 31 de agosto de 2012
ADEUS LO-DEBAR! VOU SENTAR A MESA DO REI!
Davi chamou à Ziba, então lhe perguntou será que existe alguém de Saul em que eu possa ajudar, lembrei me da aliança que a Jônatas eu fiz, de ser fiel a sua casa enquanto eu existir, e Ziba lhe respondeu, existe um
oh meu Senhor, que habita em Lodebá terra de tristeza assentar, diga a Nefibozete que o Rei manda chamar.
Coro
Tudo aquilo que era seu vou devolver, vou restituir, aquilo que você perdeu, és o último da casa de Saul, você não é mais um que ninguém da valor.
Você vai morar na casa do Rei, você vai sentar a mesa com do Rei, você vai se vestir como um Rei, você vai estar ao lado do Rei, a miséria nunca mais haverá, um Adeus a Lodebá você vai dar, todos vão saber quem é você, o Rei manda te chamar.
II
Se você está passando por deserto ou provações, saiba que Deus não te esquece acredite meu irmão, alguém se lembrou de você e disse onde tu estas, meu irmão fique de pé o Rei manda te chamar.
Coro
Tudo aquilo que era seu Deus vai devolver, vai
restituir, os sonhos que você perdeu, és o último da casa de Saul, você não é mais um que ninguém da valor.
Você vai morar na casa do Rei, você vai sentar a mesa com do Rei, você vai se vestir como um Rei, você vai estar ao lado do Rei, a miséria nunca mais haverá, um Adeus a Lodebá você vai dar, todos vão saber quem é você, o Rei manda te chamar
Em I Samuel 18:1-4, vemos o estabelecimento de um pacto de amor entre Jonatas, filho do rei Saul e príncipe herdeiro do trono, e Davi, ungido por Deus para ser o próximo rei de Israel. No capítulo 31:2 vemos a morte de Jonatas e, em II Samuel 1:26 vemos Davi chorando a morte de Jonatas.
Em II Samuel 4:4 somos apresentados a Mefibosete, filho de Jonatas que, aos cinco anos de idade, tornou-se aleijado devido a uma queda quando sua ama saiu às pressas, após receber a notícia da morte de Saul e Jonatas.
Este jovem estava destinado a sucessão do trono de Saul, senão fosse a morte de Jonatas, filho do Rei.
Porém, não teria mais direito ao trono, por estar aleijado.
Não teve uma infância normal. Não correu como as outras crianças, não pode se divertir da mesma forma que elas.
Se arrastava para locomover-se.
Levado a Lo-Debar, ficou lá, “tocando” a sua vida. Esquecido, no empobrecimento.
Davi um dia se lembra da aliança que um dia fez com Jonatas e procurou saber se havia algum descendente vivo, para que pudesse de alguma forma cumprir sua aliança. (II Sm 9:1-13).
Mencionaram Mefibosete, e imediatamente pediu que o trouxessem à sua presença. Mefibosete apresenta-se como um “cão morto”. Vemos então que a auto-estima de Mefibosete estava péssima, sem nenhuma perspectiva na vida.
Davi se compadecesse, e por amor a Jonatas e aliança feita entre eles, lhe restitui tudo o que pertencia à sua família, ao seu pai e ao seu avô.
Vemos aqui uma “virada de mesa”. Mefibosete sai de um lugar de esquecimento, de empobrecimento e vai para um lugar de paz, tranquilidade, abundância, e com certeza onde as feridas de tanto se arrastar por causa de seu aleijamento seriam tratadas e curadas.
Esta é uma história que nos mostra uma realidade mais espiritual do que material. Igualmente, na criação o homem foi criado para viver uma vida plena e de satisfação junto com o Altíssimo, o Todo-Poderoso, desfrutando de uma vida sem dores, sem sofrimentos. Vivendo a vida ao lado do Rei, desfrutando das delícias da mesa, da comunhão. Mas daí então entrou o pecado, destruiu a história do homem e o afastou de Deus, do Seu Criador e Rei.
Nossa situação enquanto mergulhados no pecado, mortos, é semelhante a vida de Mefibosete. O homem destruído pelo pecado, escravizado por ele fica tal qual Mefibosete – aleijado. Deformado.
Ele, o pecado, nos afasta da presença do Rei, nos priva de estarmos sentados à Sua mesa e desfrutarmos de suas delícias, prosperidade, paz, prazer, descanso e uma vida de bonança.
O pecado é o que destrói o homem. O pecado mata. A natureza e a criação gemem por causa do pecado.
“Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou,Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo.” Romanos 8:17-23
”Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou, e por ele me matou.” Romanos 7:11
“O pecado é um tirano cruel. É o poder mais devastador e degenerador que já afligiu a raça humana, de forma que a inteira criação “geme e suporta angústias até agora” (Rm. 8.22). Ele corrompe inteiramente a pessoa – infectando a alma, poluindo a mente, corrompendo a consciência, contaminando as afeições e envenenando a vontade. É o câncer destruidor da vida e condenador da alma, que apodrece e se alastra em todo coração humano não redimido, como uma gangrena incurável.” John MacArthur
Mas aprouve a Deus resgatar o homem. Resgatar a mim, a você, meu irmão, minha irmã, a nós. Aleluia!
”Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que enviou seu único filho, para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna” João 3:16
Deus se lembra de uma promessa feita a Adão e envia aquele que por meio de quem o pecado e a morte seriam derrotados – Jesus Cristo. Glórias a Deus!
A história de Mefibosete mostra uma verdade espiritual, e não terrena!!
Muitos, crêem que ao se render a Cristo terão suas dores, lutas, frustrações terminadas nesta vida. Terão prosperidade, seus sofrimentos terminarão. Isto é um engodo e não é o verdadeiro Evangelho. Nestes tempos, muitos de nós querem vitórias, bênçãos, prosperidade, cura, libertação. Frutos de uma pregação que não aponta para Cristo e sua obra na cruz, que unicamente foi para nossa salvação. Pregações, livros, CDs e DVDs aos montes enfatizam uma vida de prosperidade, felicidade, vitórias e bênçãos. Mas pastor, Cristo não tem o poder de curar? Ele tem todo o poder, Ele é o Senhor. Ele pode curar e Ele tem prazer em abênçoar. Mas não significa que todos serão curados, todos serão livres de sofrimentos e aflições nesta terra, nem todos terão a sua “vitória”. Alguns podem protestar contra, eu sei, contudo observe ao seu redor e veja quantos irmãos ainda sofrem. Quantos irmãos perecem todos os dias num leito de morte porque não obtiveram a cura tão esperada por eles e por seus familiares. Deus é injusto? De maneira nenhuma. Ele é soberano e Sua vontade prevalece, quer seja em uma vida regada com bens ou não, com saúde ou doença, com pobreza ou fartura.
Lembro-me de uma pregação do Pr. Renato Vargens, em que ele menciona sua viagem ao Haiti e ao ver o cenário de destruição e miséria, e ao visitar uma irmã que estava no que ele descreveu como uma tenda – pois chamar de casa ou barraco era por demais – cantava com toda a força de seus pulmões em dialeto crioulo: “Porque Ele vive, posso crer no amanhã, Porque Ele vive, temor não há; Mas eu bem sei, eu sei que a minha vida está nas mãos do meu Jesus que vivo está.”
Lembro-me dos apóstolos e mártires nos primeiros séculos, que por menosprezarem esta vida, as riquezas, as benesses que são passageiras, mantiveram sua confissão e fé em Cristo, pois como Paulo, consideravam tudo que tinham nesta vida como perda e esterco, para ganhar Cristo.
Lembro-me do irmão Dr. Hawkes no século XVI, que ao ser queimado na fogueira por defender as Sagradas Escrituras, defender sua fé e não voltar atrás, o povo esperava o ver rolando no chão envolvido no fogo. As correntes cairam de seus pulsos e de joelhos com as mãos em chamas, as ergueu para o alto, aplaudiu três vezes e disse: “Nada é como Cristo! Nada é como Cristo!”. As dores, lutas, frustrações, morte, decepções e toda espécie de males, serão extintos quando os salvos em Cristo gozarem da vida eterna.
Não obstante, lembro-me de Paulo ao dizer que “os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa muito mais”, ou seja, tem muito mais valor do que as coisas nesta e desta vida. 2 Coríntios 4.
”E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” Apocalipse 21:4
Certo é que, buscar melhorias de vida enquanto peregrinos nesta terra não é ruim. Devemos trabalhar, tirar nosso sustento e buscar dar um pouco de descanso e talvez conforto para nós, nossas esposas e esposos, nossos filhos. Teremos momentos de descanso, de paz, “flashes” de prosperidade e quietude, de bonanças das “intempéries da vida”. Entretanto elas são apenas sombras e uma amostra muito simplória e pequena demais, perto da grandiosidade e descanso que teremos na eternidade.
“E também que todo o homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho; isto é um dom de Deus.” Eclesiastes 3:13
Portanto, quando entoar este cântico, não o faça esperando melhoras aqui. Se acontecer, foi graça de Deus apenas e com um propósito específico: Que você abênçoe outros irmãos.
Entoe, como uma verdade espiritual e verdadeira que aponta para Cristo e uma vida com Ele em Sua Glória, sentado à sua mesa, ceiando com Ele, se alegrando com Ele, onde tudo terá um fim, você será transformado e todo o sofrimento acabará. O aleijado será curado. O esquecido será lembrado. De Lo-Debar [esta vida e este mundo miseráveis] diretamente para a mesa do Rei.
Somos crentes mimados. Queremos tudo nesta terra, quando não merecemos nada. Reconheçamos isto e nos arrependamos. Foquemos em Cristo.Por Anderson Alcides
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Jesus fracassou em sua missão, diz enredo de filme de Renato Aragão
O humorista Antônio Renato Aragão, mais conhecido como o trapalhão Didi Mocó, casou polêmica com a divulgação do seu novo filme.
‘O Segundo Filho de Deus’, é um filme onde Renato viverá um suposto filho de Deus, que segundo ele, irá terminar a missão que Jesus não foi capaz de realizar.
“Como Jesus veio à Terra e não conseguiu cumprir a sua missão, porque os homens não deixaram, Deus resolve mandar um segundo filho. Aí, sim, ele cumpre a missão”, disse Renato Aragão de acordo com publicação Padom.
O enredo que será baseado em ‘contos bíblicos’, contará a história de que Jesus não cumpriu sua missão na terra, por isso Deus envia o seu segundo filho para concluí-la.
O filme de Renato Aragão, que além de humorista é escritor, diretor e produtor, será o 49º de sua carreira. Ele está orçado em 8,1 milhões de reais e será dirigido por Paulo Aragão, seu filho.
A divulgação do filme causou polêmica e diversos internautas deixaram mensagens questionando o verdadeiro segmento religioso de Renato. Eles sugerem heresias no enredo por supor que Jesus não teria cumprido sua missão.
“Infelizmente mais um ‘cristão’ que fica encima do muro e para piorar, promove ensinamentos que vão contra a doutrina básica sobre salvação”, comentou um internauta.
Como escritor, em seu primeiro romance, “Amizade Sem Fim”, que evidencia atos espiritas, Renato, descreve uma regressão hipnótica por meio da qual o protagonista, um jovem milionário que fez voto de pobreza. Na história, ele descobre que em uma de suas vidas passadas, teve uma conexão de amizade com Jesus Cristo.
“Até pensei em fazer regressão para escrever sobre o assunto com mais consciência, mas ficou só na vontade. No final das contas, pensei: ‘Ah, não vou entrar nessa não!’” disse Renato sobre o livro.
Lições para vencer as competições da vida
Nas Olimpíadas de 1968, John Stephen Akhwari, da Tanzânia, foi o último colocado na Maratona. Ele correu a maior parte do percurso de 42 quilômetros pelas ruas da Cidade do México com uma perna enfaixada e sangrando, sentindo dores a cada passo, pois sofrera uma queda logo no início da corrida.
Muito depois da chegada dos competidores, ele entrou no estádio para a volta final, acompanhado pelas motocicletas da escolta policial, cujas luzes piscavam iluminando a noite fria e escura. O mundo assistiu pela televisão quando as arquibancadas romperam em aplausos ritmados, que se tornaram cada vez mais fortes à medida que ele rodeava o campo e cruzava a linha de chegada. Todos vibravam como se ele tivesse vencido.
Mais tarde, perguntado sobre por que tinha suportado a dor, em vez de desistir da corrida, Akhwari pareceu perplexo e respondeu simplesmente: “Acho que vocês não entenderam. Meu país não me enviou à Olimpíada para começar a corrida. Eu fui enviado para completar a prova”.
Por este exemplo, podemos comparar a vida a uma competição de maratona, com largada e chegada. Há muitas provas diferentes, na vida e nos esportes, as quais exigem as mais variadas gradações de esforços. Portanto, cada pessoa é responsável pela própria escolha de como enfrentará as competições da vida.
Não são poucas as pessoas que começam, mas não sabem como terminar. Perdem-se em algum lugar no caminho, cometem erros que as atrasam ou inviabilizam a sua trajetória. Há também aqueles que sequer sabem para onde estão indo, andam a esmo, sem alvos específicos, sem metas claras, de modo que qualquer caminho as levará para lugar nenhum.
Há os que, sob o peso das exigências normais da vida, perdem o compasso e desistem, deixam de lutar, ficam paralisados diante dos obstáculos, deixam de buscar seus alvos, prendem-se ao passado e, deprimidos, entregam-se às lembranças de conquistas de outrora.
Mas há também aqueles, como Akhwari, que lutam até o fim, começam e terminam, e completam a prova com a certeza de que, a despeito das adversidades, deram o melhor de si e chegaram lá.
O apóstolo Paulo, em seus ensinos, fez essa relação entre a vida e o esporte. Ele tratou especialmente de dois princípios elementares que, se seguidos, remeteriam as pessoas à conquista de sua retumbante vitória na vida. Aos coríntios, que viviam certos descontroles na comunidade, ele disse: “Todo atleta em tudo se domina, agüenta exercícios duros porque quer receber uma coroa de folhas de louro que, aliás, não dura muito. Mas nós queremos receber uma coroa que dura para sempre” (1 Co 9.25).
Ao jovem líder Timóteo, que vivia os altos e baixos de sua inexperiência e timidez, escreveu: “O atleta que toma parte numa corrida não recebe o prêmio se não obedecer às regras da competição” (2 Tm 2.5).
São várias as lições que aprendemos desses conceitos. Na vida, temos de aprender a exercer domínio próprio, de modo a não permitir que as circunstâncias venham a ser os elementos determinantes dos nossos alvos e da nossa carreira. Isso mostra que a nossa maior luta não é contra os outros, mas contra nós mesmos.
Dominar a si próprio é um dos maiores desafios da vida. A disciplina é, portanto, a marca maior de uma pessoa vitoriosa. Aquele que se domina, aprende também a dar o melhor de si. Em fazendo assim, mesmo que não venha a ser melhor do que um ou outro, certamente terá a consciência tranquila de ter feito o melhor que pôde.
Precisamos, igualmente, nos preparar e treinar, para quando as oportunidades chegarem, não sejamos por elas surpreendidos. O valor intrínseco de nossos alvos na vida é que determinará o tipo de preço que estaremos dispostos a pagar para alcançar a nossa meta. Quanto mais elevado o ideal, maior o preço.
Há também a lição de que, na vida, existem regras e princípios que devem ser observados. Não há atalhos, não podemos queimar etapas; é preciso percorrer o caminho todo e completar a prova.
Outra lição é que precisamos decidir que tipo de luta enfrentaremos. Um atleta decide a prova em que competirá, aquela que seja adequada à sua resistência. Isso indica que há a pessoa certa para o lugar certo. Um maratonista não será apto a correr cem metros rasos, e vice-versa. Em outras palavras, não temos de tentar ocupar o lugar de outra pessoa, mas descobrir o nosso lugar na vida e por ele lutar até a conquista.
A maior lição, porém, tem a ver com o nosso destino eterno, se a escolha que fizermos na vida incluirá ou não obedecer a Deus. Alguns vão preferir meros aplausos humanos na terra. Mas quem escolhe andar com Deus vencerá as competições da vida e herdará a glória eterna. Pr.Samuel Camara
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Quanto tempo é preciso para uma Igreja Apostatar ?
Comecei neste semestre o Seminário Martin Bucer, e na aula magna deste semestre, pregada na Igreja Batista da Graça, em São José dos Campos, o Pr. Paulo César do Valle nos lembrou de como em pouco tempo (cerca de 3 anos!*) a igreja da Galácia havia deixado o evangelho da graça. Paulo, admirado, escreve:
Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, (Gl 1:6)
Que alerta é este para nós! Três anos e uma igreja inteira praticamente apostatou. Como cresce a erva daninha da heresia! E, para nosso espanto, uma igreja plantada pelo próprio apóstolo Paulo! Não devemos estar todos atentos? Pastores, vocês estão atentos ao fato de que tão depressa as ovelhas que lhe foram confiadas podem estar crendo em heresias? Pais, vocês estão alertas à possibilidade de que em três anos seus filhos podem estar apostatando? E, não só aqueles que estão em posição de liderança. Você, membro de igreja, não fica preocupado com o que alerta Hebreus 3:12,13? Você o pratica? Encoraja seu irmão a cada dia e é encorajado por seu irmão a cada dia?
Que alerta é este para nós! Três anos e uma igreja inteira praticamente apostatou. Como cresce a erva daninha da heresia! E, para nosso espanto, uma igreja plantada pelo próprio apóstolo Paulo! Não devemos estar todos atentos? Pastores, vocês estão atentos ao fato de que tão depressa as ovelhas que lhe foram confiadas podem estar crendo em heresias? Pais, vocês estão alertas à possibilidade de que em três anos seus filhos podem estar apostatando? E, não só aqueles que estão em posição de liderança. Você, membro de igreja, não fica preocupado com o que alerta Hebreus 3:12,13? Você o pratica? Encoraja seu irmão a cada dia e é encorajado por seu irmão a cada dia?
Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo; pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de
vós seja endurecido pelo engano do pecado. (Hebreus 3:12,13)
vós seja endurecido pelo engano do pecado. (Hebreus 3:12,13)
Será que não menosprezamos o poder enganador do pecado para endurecer nossos corações? Lembremo-nos dos vários episódios no Antigo Testamento – escrito para nosso ensino (Romanos 15:4) – onde, em poucas gerações, a nação de Israel abandonara o Senhor e Seus preceitos (o livro inteiro de Juízes, especialmente, 2:10,11 e os reis em Crônicas). Não dizemos todos que destruir é muito mais fácil que construir?
Mas não desanimemos. “Atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados” (2 Co4:8). E o motivo de nosso ânimo é que embora grande seja o poder enganador do pecado, maior é o poder de Deus, o qual fazer grandes coisas por seu povo e em pouco tempo, como nos testemunha o reinado de Ezequias:
Ezequias e todo o povo regozijavam-se com o que Deus havia feito por seu povo, e tudo em tão pouco tempo. (2Cr 29:36)
Oremos para que Deus traga tal graça à nossa geração a fim de voltarmos ao Evangelho a cada dia. Oremos para que possamos vigiar e orar (Mc 14:38), vigiar e ensinar, vigiar e encorajar. Lembremos que para edificar algo esforço e energia são necessários. Precisamos ativamente lutar contra a tendência do nosso coração tão propensa a desviar-se, através da leitura da Palavra, da oração e do encorajamento mútuo entre os irmãos. Precisamos manter um equilíbrio saudável de alerta e confiança – cautela contra os enganos do pecado, do mundo e do diabo e esperançosos no poder de Deus. Sem cair no extremo da confiança ingênua, que não vigia e, portanto, não ora, pois é a angústia da tribulação que nos leva à oração (como bem nos exemplifica os salmos), nem no outro extremo do temor paralisante, que não vigia, nem ora, pois não confia no poder libertador de Deus.
Vigiai e orai!
*A data, obviamente, é aproximada. Estima-se que Paulo plantou a igreja na Galácia em sua primeira viagem missionária (46-47 d.C.) e escreveu a epístola aos Gálatas antes do concílio em Jerusalém (48-49 d.C.)
Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor, seu ministério e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.Por Vinícius Musselman Pimentel
terça-feira, 28 de agosto de 2012
APROVADO EM CRISTO
O versículo 10 do capitulo dezesseis da Epistola de Paulo aos Romanos menciona dois nomes de cristãos, cuja biografia é totalmente desconhecida, à luz do texto neo-testamentário, mas que mereceram uma menção honrosa por parte do apóstolo.
O versículo em referencia divide-se em duas partes, a primeira das quais contém as seguintes palavras: “Saudai a Apeles, aprovado em Cristo”.
Levando em consideração o fato de que Apeles é citado apenas esta vez no texto sagrado, temos em primeiro lugar a considerar que ninguém necessita ser uma pessoa de projeção na comunidade cristã em que vive, para ser aprovado pelo Senhor Jesus.
A Bíblia reserva um lugar de honra a vários personagens anônimos, bem como a alguns quase-anônimos, como Apeles.
O mais importante na vida cristã não é a posição que ocupamos no Reino, mas a natureza de nosso caráter, de nossa fé e de nosso labor.
Existem 3 classes de seguidores de Cristo mencionados na Bíblia: os provados, os reprovados e os aprovados.
Para ser reprovada ou aprovada necessariamente a pessoa tem que ser provada.
O cristão pode ser provado por Satanás, por Deus ou pelas circunstancias.
Quando a provação parte de Satanás, ela recebe o nome detentação.
Deus nos prova naquilo que corresponde ao nosso ponto forte, enquanto Satanás nos tenta em nossos pontos vulneráveis.
Deus conhecia a fé e a obediência de Abraão e nessas áreas ele foi provado e aprovado.
Apeles foi aprovado EM Cristo.
Podemos ser aprovados diante de Cristo, aprovados por Cristo e aprovados em Cristo.
Somente Deus sabe os testes a que Apeles foi submetido, mas todos sabemos pela leitura do texto sagrado que ele triunfou.
Para sermos aprovados devemos olhar para Cristo, depender de Cristo, obedecer a Cristo, confiar em Cristo e agradar a Cristo.
Devemos depender como servos, obedecer permanentemente, confiar sem reservas e procurar agradar em tudo.
Em seu exuberante sermão pregado no Dia de Pentecoste, o apóstolo Pedro declarou que Jesus foi aprovado pelo Pai celestial, At 2.22.
Todos sabemos, pela leitura dos Evangelhos, que essa aprovação foi fruto da dedicação integral, da plena pureza pessoal e da total fidelidade do Senhor Jesus ao maravilhoso Plano da Redenção, que culminou com o sacrifício do Calvário.
Levando em consideração as palavras de Pedro em sua Epístola, devemos seguir as pisadas de Cristo (I Pe 2.21), ou seja, devemos esforçar-nos para obter o mesmo nível de aprovação que o querido Mestre alcançou,
Todos os Obreiros da Casa do Senhor precisam meditar com coração piedoso e sincero nas palavras de Paulo dedicadas a Timóteo: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. II Tm 2.15.
O texto merece 3 observações: primeira, é preciso esforço de cada um para buscar a aprovação, até que a alcance; segunda, o obreiro aprovado anda de cabeça erguida e não tem de que se envergonhar; terceira, a aprovação divina está vinculada ao estreito relacionamento do homem de Deus com as Sagradas Escrituras.
Nada sabemos de Apeles, mas é fácil e plausível deduzir que se tratava de um homem humilde.
Homens vaidosos, soberbos, arrogantes, orgulhosos e pedantes não costumam ser aprovados em Cristo.
Eis o que Paulo nos deixou escrito: Porque não é aprovado quem a si mesmo se louva, mas, sim, aquele a quem o Senhor louva. II Co 10.18.
Ao longo da história bíblica muitos homens foram reprovados. Nessa lista se incluem Caim, Coré, Acã, os dez espias do livro de Números, Saul, Judas, Demas e tantos, tantos outros.
Ainda nesta vida é possível saber se contamos com a aprovação de Deus. Daniel foi chamado de homem mui desejado. Apesar de suas fragilidades, Davi foi mencionado como sendo um homem segundo o coração de Deus.
Precisamos ser mui cautelosos quanto ao perigo de buscarmos aprovação dos homens e nos esquecermos por completo da aprovação divina.
A julgar pelos fatos que a Bíblia menciona não se deve esperar aprovação dos homens quando executamos com fidelidade os propósitos de Deus.
Vejamos o que o Evangelho registra a respeito de Jesus: Mas primeiro convém que ele padeça muito, e seja reprovado por esta geração. Lc 17.25.
Parece comum na atualidade uma busca desesperada por aplausos e aprovação dos homens.
A Igreja precisa ser vigilante, a fim de não cometer o pecado da mistura. Não podemos repetir a situação de Efraim, um bolo que não foi virado, Os.7.8.
Cristo nos aprova quando estamos em sintonia com Sua Palavra.
Cristo nos aprova quando vivemos em harmonia com sua vontade.
Cristo nos aprova quando buscamos primeiramente o Reino de Deus, Mt 6.22.
Para onde estamos indo?
Moisés mereceu o desprezo de faraó por haver recusado integrar a linha de sucessão real do Império Egípcio, mas foi aprovado por Deus, a ponto de merecer o privilégio único de por Ele mesmo vir a ser sepultado.
O caminho da aprovação passa necessariamente pela Cruz.
Os pregadores devem ser aprovados quando pregam.
Os cantores devem ser aprovados quando oram.
Os lideres devem ser aprovados quando lideram.
Qualquer pessoa pode ser aprovada em.
Cristo, desde que se deixe governar pelo Espírito Santo.
Durante nossa peregrinação por este mundo podemos alcançar uma aprovação final.E, no Dia do Senhor, em pleno Tribunal de Cristo, a aprovação final, definitiva e eterna.
Se Apeles foi aprovado, você também poderá ser.
E eu também, graças a Deus. Pr.Geziel Gomes
domingo, 26 de agosto de 2012
Quando Deus Negou Jesus
Quem não chora, não mama, né? No mínimo é isso que escutamos hoje em dia por aí. E muitas vezes esse ditado tem se mostrado verdadeiro. Pedimos bastante durante o nosso dia e, especialmente, pedimos muitas coisas para Deus. Sendo honestos ao nos avaliarmos, a maioria das coisas que pedimos para a nossa própria satisfação, são pedidos egoístas. E para sermos bem sinceros, não gostamos muito de sermos contrariados e de recebermos um não.
Nesses dias parei para pensar se Cristo também pedia as coisas como a gente pede.
A princípio não me parece que Cristo pedia muito. Especialmente coisas para si mesmo. Nos evangelhos, de vez em quando vemos Jesus pedindo para que Deus cure ou ressuscite alguém, mas nunca pedindo algo que viria a beneficiá-lo. O foco maior de Cristo sempre foi o bem das pessoas a sua volta e nunca Ele próprio.
Pensando bem, Cristo não precisava de muita coisa, né? Aliás, Ele era Deus certo? Não tinha tudo que precisava? Ao estalar dos dedos, anjos não desceriam do céu e lhe dariam tudo que ele solicitasse? Ele tinha poder para fazer tudo que quisesse e sempre estava no controle, não?
Mas vamos imaginar por um momento, SE Cristo fosse pedir alguma coisa, o que Ele pediria? Mais poder? Mais glória? Menos inimigos? O que será que Ele pediria?
Na verdade, em um momento específico na Bíblia, Jesus pediu uma coisa pra Deus. E para nossa surpresa, não foi coisa pequena não.
Cristo pediu algo grande e difícil.
O Pedido de Jesus
Podemos encontrar o pedido de Cristo em Marcos 14:32-41 (e também em Mateus 26:36-46 e Lucas 22:39-47):
“Então chegaram a um lugar chamado Getsêmane, e disse Jesus a seus discípulos: Sentai-vos aqui, enquanto eu oro. E levou consigo a Pedro, a Tiago e a João, e começou a ter pavor e a angustiar-se; e disse-lhes: A minha alma está triste até a morte; ficai aqui e vigiai. E adiantando-se um pouco, prostrou-se em terra; e orava para que, se fosse possível, passasse dele aquela hora. E dizia: Aba, Pai, tudo te é possível; afasta de mim este cálice; todavia não seja o que eu quero, mas o que tu queres. Voltando, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Simão, dormes? não pudeste vigiar uma hora? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca. Retirou-se de novo e orou, dizendo as mesmas palavras. E voltando outra vez, achou-os dormindo, porque seus olhos estavam carregados; e não sabiam o que lhe responder. Ao voltar pela terceira vez, disse-lhes: Dormi agora e descansai. Basta; é chegada a hora. Eis que o Filho do homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores.”
A Bíblia é recheada de menções a ambas as naturezas de Jesus, tanto a divina (Cristo era 100% Deus) quanto a humana (Cristo era 100% Homem). Muita gente estranha essa passagem ao ver o medo e aflição do Salvador. Na verdade, esses versículos são uma janela aberta por Deus para que víssemos a humanidade de Cristo. Jesus era tão humano que o MEDO que sentia o levou a fazer essa oração.
Ele olhou para os lados e viu-se só. Seus discipulos dormiam quase que indiferentes a sua situação. Jesus, então, prostrou-se no meio daquele jardim e começou a falar com Deus. Foi nesse momento que fez seu pedido, “Pai, tudo te é possível; afasta de mim este cálice.”
Entendam o que Jesus está pedindo aqui. Ele está pedindo para que Deus transforme toda a história que Ele vem escrevendo desde antes da fundação do mundo. Deus Pai desenhou a história do homem com uma coisa em mente, o sacrifício de Cristo. A crucificação e a ressureição de Jesus seriam o ponto alto da história e Cristo estava pedindo para Deus mudar isso! Ele estava pedindo para que Deus desconsiderasse todo seu trabalho até aquele momento e bolasse outro caminho, outro jeito, uma nova maneira de salvar o mundo. Tudo isso quase em cima da hora!
Mas quais seriam os pensamentos que causavam tanto terror no coração do filho de Deus que o levaram a suar sangue? O que se passava por sua cabeça? O que motivara Jesus a pedir para que Deus não fosse adiante com seus planos? Do que será que Cristo tinha medo?
A Que Cristo Temia
Não sei se seria justo dizer que Cristo tinha medo de morrer. Acho difícil ser esse o problema, pois Jesus sabia muito bem o que aconteceria com ele após a morte, mas acredito que havia 3 coisas que faziam seu coração humano gelar:
1) O Sofrimento Físico da Crucificação - Como mencionamos acima, Jesus era 100% homem e portanto sentiria dor. Ele sabia que sofreria MUITO e tinha ciência que a dor e o abuso do seu corpo seriam intoleráveis para um ser humano. Seu corpo seria rasgado, moído e trucidado, culminando então no seu falecimento. Todo ser humano foge da dor, busca evitar seu próprio sofrimento e portanto é compreensível que Jesus tenha pedido para que Deus impedisse que tudo isso acontecesse com ele.
2) Seria a primeira vez que Cristo seria tocado pelo pecado - Jesus não tinha pecado. É óbvio que ele havia se deparado com um mundo mal e com as consequências da queda do ser humano, mas Cristo não havia sido TOCADO pelo mal. Ao ser pregado na cruz, todos os pecados dos filhos de Deus seriam derramados sobre Cristo. Ele, como um ser santo e perfeito, deve ter ficado amedrontado pela noção de que carregaria a culpa dos pecados do mundo sobre seus ombros e sabia que as consequências seriam terríveis…
3) Seria a primeira vez que se separaria de Deus - por fim, o que provavelmente mais causava temor no coração de Cristo era o fato de que Deus viraria as costas para ele e o abandonaria. Por ter sido tocado pelo pecado, Deus deixaria Cristo ali, sozinho para enfrentar toda a condenação e punição pelos pecados dos homens. Imagine ser separado, abandonado, desprezado e até punido por aquela pessoa que você mais ama.
Imagine a cabeça de Jesus ao pensar na situação. Primeiro em todo o sofrimento físico, seguido pelo contato com o pecado e culminando com o rompimento do relacionamento com seu pai. Que pensamentos angustiantes e terríveis devem ter passado pela sua cabeça e afligiam seu coração, não?
E foi nesse contexto que Cristo fez o seu pedido para Deus o Pai…
A Resposta de Deus
Mesmo ao ver seu filho Jesus passando por todas essas dificuldades, sabendo do sofrimento vindouro, da separação iminente, Deus disse NÃO ao pedido do seu filho!
Foi como se Deus dissesse: “Não meu filho, não vou tirar de você esse cálice. Minha vontade é que você passe por tudo isso.”
Isso não foi falta de compaixão, de misericórdia ou de amor. Na verdade foi EXCESSO de tudo isso. Excesso de compaixão, de misericórdia e de amor. É isso mesmo! Deus teve compaixão, misericórdia e amor por nós, e por isso Ele continuou com seu plano. Embora soubesse claramente do sofrimento que aguardava seu filho, Deus não o poupou e deixou seu corpo ser trucidado, moído e crucificado.
Temos que aprender a confiar em Deus quando recebemos um não. Deus sempre tem o melhor para seus filhos e todas as coisas cooperam para o nosso bem. Jesus entendia isso e aceitou perfeitamente a vontade do seu Pai. Não é errado pedir. Mas é errado pedir e se revoltar com a resposta. É errado pedir sem se humilhar perante a soberania de Deus. Jesus pediu, mas se submeteu à dor, ao castigo, ao abandono quando Deus o negou.
Acredito que esse foi o melhor “NÃO” da história.
Por causa desse “NÃO”, o sacrifício de Cristo por nós foi realizado.
Por causa desse “NÃO”, nossos pecados foram perdoados.
Por causa desse “NÃO”, fomos justificados na cruz.
E por causa desse “NÃO”, temos livre acesso a Deus.
Que bom que Deus negou o pedido de Cristo! Que bom que Deus deixou que seu plano se efetuasse e se cumprisse até o final!
Tudo porque Deus disse NÃO! Daniel
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
VOCÊ ADICIONARIA O APÓSTOLO PAULO ?
Precisamos de mais gente como Onesíforo na igreja de hoje. Ele é um desses personages bíblicos que são facilmente esquecidos por causa de nossa tendência a focar nos “gigantes” das Escrituras (por exemplo, Abraão, Moisés, Davi, Pedro, Paulo, etc).
Considere, por exemplo, o que aprendemos sobre Onesíforo em 2 Timóteo 1:15-18: Estás ciente de que todos os da Ásia me abandonaram; dentre eles cito Fígelo e Hermógenes. Conceda o Senhor misericórdia à casa de Onesíforo, porque, muitas vezes, me deu ânimo e nunca se envergonhou das minhas algemas; antes, tendo ele chegado a Roma, me procurou solicitamente até me encontrar. O Senhor lhe conceda, naquele Dia, achar misericórdia da parte do Senhor. E tu sabes, melhor do que eu, quantos serviços me prestou ele em Éfeso.
Três coisas sobre Onesíforo se destacam:
1. Quando todos os outros abandonaram Paulo, Onesíforo foi até ele. Onesíforo não era um daqueles que simplesmente “vão junto com a multidão”. Ele se arriscou ao ridículo, à zombaria e ao desprezo para realmente ir contra a corrente predominante da opinião popular sobre Paulo.
2. Onesíforo perseverou frente às dificuldades. Tantos de nós têm um grande idealismo – até que as coisas fiquem difíceis. Então, viramos as costas. Onesíforo não. Quando ele chegou em Roma e não conseguiu encontrar Paulo, o apóstolo fala da perseverança de Onesíforo: ” tendo ele chegado a Roma, me procurou solicitamente até me encontrar”. Lindo.
3. Onesíforo se orgulhava de Paulo. Isso é muito maior do que simplesmente dizer “Onesíforo me deu ânimo”. Se Paulo só dissesse isso, poderíamos imaginar Onesíforo fazendo-o silenciosamente – talvez à noite quando ninguém pudesse ver. Teria Onesíforo entrado sorrateiramente na cela de Paulo quando ninguém estava olhando porque ele tinha vergonha de sua associação com Paulo? Não este amigo. Paulo, talvez com lágrimas, escreveu que Onesíforo “nunca se envergonhou das minhas algemas”. Onesíforo não ligava se as pessoas fofocavam ou murmuravam – ele estava orgulhoso da determinação de Paulo a sofrer por amor de Cristo.
O que capacitou Onesíforo a agir desta forma? O que faz alguém ser tão contra-cultural? Eu só posso concluir que Onesíforo estava tão consumido por seu amor por Jesus que ele agora era livre da aprovação das pessoas; livre do medo de desprezo; livre do fascínio do mundo; livre da indiferença. Onesíforo, pelo poder do Evangelho, era livre para amar.
O que eu vejo em Onesíforo é a incorporação de Gálatas 5:6, a saber, “a fé que atua pelo amor”. A fé que havia em Onesíforo tinha um impulso – e este impulso era o amor. E este amor não era fraco ou medroso ou egoísta de forma alguma.
Que Deus me ajude a amar assim.Por Mike Pohlman
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Na Moral ... ou Imoral ?
Uma grande rede de TV brasileira lançou há poucas semanas um programa semanal noturno que pretende ser um fórum de diálogo especialmente sobre questões éticas ou morais. A propaganda incentiva os espectadores à reflexão e busca de definição neste tão importante campo da vida cotidiana, pois as questões no campo da ética sempre se fazem presente na agenda de discussões por toda parte, desde uma conversa entre pessoas comuns até nos principais meios massivos de comunicação do mundo.
Aliás, esta semana eu falava para meus alunos de ética e bioética que todo mundo tem ética. Sem dúvida eles estranharam, pois é normal ouvirmos a menção de que “fulano não tem ética”, especialmente nesta época em que os “mensaleiros” estão sendo julgados pelo STF. Aproveitando a ocasião, utilizei esse mesmo time para provar que todo mundo tem ética. A ideia foi provar que o ser humano por natureza foi criado como um ser ético, isto é, a natureza humana inclui a eticidade. O ser humano foi criado como um “ser que decide”, um ser volitivo e responsável, portanto. Sempre decidimos, mesmo que você afirma que não decidiu nada ainda a respeito de algo, na realidade decidiu não decidir, pois uma não-decisão é uma decisão (a de não decidir)!
Veja que todo mundo então tem ética ou é ético em termos de sua própria natureza humana. A questão não é esta, mas qual a fonte, os referenciais, os fundamentos da ética de cada um. Os “mensaleiros”, por exemplo e ao que tudo indica, se valeram da ética utilitarista em que os fins justificam os meios. Se votos podem ser obtidos por “doação” de dinheiro, então assim se faça. Na ética utilitarista tudo o que dá certo é certo e, portanto, deve ser feito. Claro que se você segue referenciais cristãos terá uma ética cristã. Os existencialistas terão uma ética existencialista, etc. Assim, sempre há ética, o mais importante é o seu atributo, isto é, qual a sua fonte de verdade.
Voltando ao programa citado no começo. A ideia é bem interessante e instigante não fosse o apresentador implicitamente mobilizar o público presente a aplaudir alguma atitude compatível com os pressupostos do programa sobre determinado tema que está sendo lançado. Por exemplo, há alguns dias o programa foi sobre o casamento gay. Desde o começo o apresentador levava o público ao delírio quando trazia ao programa pessoas que viviam na condição ou relacionada com o casamento gay. Em outras palavras, em vez de levar o público presente e os telespectadores à reflexão os induzia a acreditar que a posição favorável ao casamento gay era a correta.
Na publicidade durante o dia o programa convida ao debate e à reflexão, mas nada disso faz, pois impinge, manipula e domina os telespectadores a acreditarem que a posição tão bem conhecida da emissora e dele são a pura e cristalina verdade. Não há discussão, não há especialistas que debatem os fundamentos do tema, que discutem os prós e contra.
Por exemplo, o fundamento que o programa se valeu para induzir o público de que o casamento gay é aceitável e correto foi a busca da felicidade. Um artista, protagonista do apresentador do programa, afirmou que a felicidade é um direito de todos e se a opção pela homossexualidade faz a pessoa feliz, nada há contra.
Ora, todo estudioso de Filosofia sabe da discussão e incertezas surgidas ao longo da história sobre o estabelecimento da felicidade como referencial de verdade ética e moral.
Se a felicidade é o referencial seguro da verdade ética, então o sadismo, masoquismo, pedofilia, corrupção, tráfico de drogas, homicídio poderiam ser justificáveis se seus praticantes alegassem que se sentem felizes com estas práticas. Vejam o absurdo.
Outro sofisma que o programa utiliza é taxar de preconceituoso todo mundo que discorda. Há uma distância muito grande entre preconceito e convicção e é isso que os “amantes” da homoafetividade não conseguem entender ou não querem aceitar. Por isso mesmo, eles é que podem ser considerados radicais, preconceituosos, autoritários. Estamos hoje vivendo a ditadura da imposição ética nietzschiana em que a “vontade de potência” como um vulcão deve ser o guia da verdade além do bem e do mal. Querem que todos abandonem suas convicções para se submeter às suas convicções. E é isso que o programa “Na moral” faz. Com essa manifesta dominação ideológica da emissora será que o que temos mesmo é uma atitude descaradamente imoral??? Por Lourenço Stelio Rega. Fonte: Observatório Batista, via Ministério Beréia.
terça-feira, 21 de agosto de 2012
As tres Peneiras de Paulo
Sócrates, o pai da filosofia, costumava falar sobre a necessidade de passarmos tudo que ouvimos por três peneiras. Ele estabeleceu como critério o que mais tarde passou a ser chamado de As Peneiras de Sócrates.
Quando alguém chegava para contar-lhe alguma coisa ele perguntava: você já passou o que esta me contando pelas três peneiras? Então, o filósofo fazia três criteriosas perguntas.
A primeira peneira: É verdade o que você está falando? Se a pessoa titubeasse, dizendo: “Eu escutei falar que é verdade.” Sócrates prontamente dizia: “Bom se você escutou falar, você não tem certeza”. A segunda peneira: Você já falou para pessoa envolvida o que está me falando? Se você se importa tanto, a primeira pessoa que deve saber é a pessoa diretamente envolvida. A terceira peneira: O que você vai me contar vai ajudar essa pessoa? Vai ser boa, vai ser útil, vai beneficiar, vai ajudar alguma coisa? Se a pessoa não pudesse responder positivamente ao crivo dessas três perguntas, Sócrates então dizia: Não precisa nem contar; não quero saber.
A Palavra de Deus nos exorta a tomar muito cuidado com o uso da língua. Como cristãos devemos submeter nossa vida ao senhorio de Cristo, inclusive a nossa língua. As Escrituras nos orientam a passar nossas palavras no que iremos chamar de As três Peneiras de Paulo.
A PENEIRA DA VERDADE.
Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros. Ef 4.25
A PENEIRA DO AMOR.
Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. Ef 4.15
A PENEIRA DA GRAÇA.
Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe; e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. Ef 4.29
A santificação no falar é uma bênção, pois evita que pequemos contra o Senhor e contra o nosso próximo. Peçamos a Deus toda sabedoria necessária para que possamos abençoar vidas e glorifica-lo por meio do que falamos. Nós todos deveríamos orar como o salmista: “Põe guarda, Senhor, à minha boca. Vigia a porta dos meus lábios”. Sl 141.3 “As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, SENHOR, rocha minha e redentor meu!” Sl 19.14.Por Judiclay Santos
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
Que modelo de pai sou eu?
Agora que estamos um pouco distantes do Dia dos Pais, no qual fomos paparicados e inflados em nossos egos, é bom meditarmos sobre que modelo de pais temos sido, uma vez que a figura do pai numa família é fundamental, pois dele deriva, de várias formas, a formação psicológica e emocional dos filhos.
É natural que os filhos consigam ver na figura paterna um papel quase cinematográfico, o de herói; e outros papéis coadjuvantes, traduzidos em adjetivos como amigo, provedor, defensor, consolador, protetor. Por isso, cada pai deve tomar tempo para refletir a respeito do tipo de influência que tem sido principalmente aos filhos. A Bíblia diz: “Os filhos são herança do Senhor”. Isto aponta para a responsabilidade de prestar contas a Deus sobre que tipo de pais temos sido (Sl 127.3). Sendo assim, é bom que cada pai se pergunte: Que modelo de pai sou eu?
Muitos pais têm a experiência de ouvir do próprio filho pequeno a seguinte afirmação: “Papai, quando eu crescer quero ser como o senhor”. E qual pai não se emociona ao ouvir tão inocente desejo? Quem, no mínimo, não medita a respeito do modelo de pai que tem sido e sobre o exemplo que está passando aos filhos? Os pais sensatos, ao ouvirem esta expressão de desejo infantil, precisam ficar mais atentos, não para apresentar exemplos aparentes, mas atitudes sinceras que possam ser seguidas pelos seus pequeninos.
Uma boa referência para ajudar nessa avaliação é lembrar de seu próprio pai, do exemplo que foi, da influência que deixou. Bem ou mal, cada um de nós traz as marcas do pai e, muitas vezes, as reflete na vida. A própria relação entre nós e Deus, o Pai, pode ser afetada, positiva ou negativamente, a partir da realidade benéfica ou maléfica que recebemos como legado de nossos pais.
A sociedade ocidental tem sido marcada por profundas mudanças nas relações familiares. Certos ventos de uma pretensa modernidade têm deixado um rastro de confusão no aspecto comportamental dos filhos, pois não poucos pais deixaram de compreender os limites de sua responsabilidade no lar. Em nome da liberdade, confundem tolerância com frouxidão moral, permissão com permissividade, falta de disciplina com moderna psicologia familiar. Como resultado, há uma geração de jovens que desconhecem limites e se sentem emocionalmente inseguros por não terem uma forte referência moral e ética nas fronteiras do próprio lar.
A resposta à indagação sobre que modelo de pai somos vai determinar o legado que deixaremos aos nossos filhos e também vai dizer que tipo de filhos teremos. O exemplo (fidelidade, integridade, equilíbrio) é um dos maiores legados que um pai pode deixar aos filhos.
Os pais não devem transferir exclusivamente a outros (estado, escola, igreja, por exemplo) a formação moral e ética dos filhos. A Bíblia orienta: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (Pv 22.6). Não basta ensinar “o caminho”, tem de dar exemplo, andar “no caminho” com o filho.
Aos filhos cumpre obedecer aos pais e honrá-los, “pois isto é justo” diante de Deus. Os pais devem criar seus filhos numa vida disciplinada, mas não devem abusar de sua autoridade e suscitar ira nos filhos.
O General Douglas MacArthur, Comandante-em-Chefe das Forças Aliadas no Pacífico na 2ª Guerra Mundial, ao escrever a famosa “Oração de um pai”, revelou o modelo de pai que queria ser ao mostrar como desejava que seu filho fosse:
“Senhor, dá-me um filho que seja forte o bastante para saber quanto é fraco; e corajoso para se enfrentar a si mesmo quando tiver medo; que seja orgulhoso e inflexível na derrota inevitável, mas humilde e manso na vitória. Que ele te conheça e saiba que se conhecer a si mesmo é a pedra angular do saber. Guia-o, eu te peço, não pelo caminho fácil do conforto, mas sob a pressão e o aguilhão das dificuldades e dos obstáculos. Que ele aprenda a manter-se firme na tempestade; e a ter compaixão dos malogrados. Dá-me um filho de coração puro e ideais elevados; que saiba dominar-se antes de procurar dominar os outros. Que aprenda a rir, mas que não desaprenda a chorar; que tenha olhos para o futuro, mas nunca esqueça o passado. E depois que lhe tiveres concedido todas estas coisas, dá-lhe compreensão bastante para que seja sempre um homem sério, sem contudo se levar demasiado a sério. Dá-lhe humildade, Senhor, para que possa ter sempre em mente a simplicidade da verdadeira grandeza, a tolerância da verdadeira sabedoria, a humildade da verdadeira força. Então, eu, seu pai, ousaria murmurar: não vivi em vão.”
Então, se você, pai, quer ser um modelo para seu filho, sua oração deveria ter este cerne: “Senhor, ajude-me a ser aquele homem que eu oro para que meu filho se transforme”.
Jonathan Edwards e a Mentira do "Amor" pós-moderno
Jonathan Edwards pregou um sermão famoso chamado “Pecadores nas mãos de um Deus irado”. Mas também pregou outro sermão famoso chamado “O Céu é um mundo de Amor. “
Céu e inferno! – Jonathan Edwards foi uma pessoa rara (Um pregador mais raro ainda) – Pregou profundamente sobre o terror do inferno e sobre a extraordinária beleza e encanto do céu.
Ele entendeu que não temos um Deus de desenho animado. Não é o Deus piegas de um “amor” que pode compreender e fingir não ver o pecado. O Deus da Bíblia é um Deus de justiça inabalável e infinita misericórdia. E essas duas coisas nunca se divorciam e nem entram em conflito.
E quando ele fala sobre o amor do Céu, esse amor nasce a partir dos elementos mais fundamentais da teologia cristã. Quando alguns pregadores contemporâneos tentar exultar no amor de Deus, o que é dito soa muito mais como um hino ao amor que a Deus. Pois o amor é reduzido ao sentimento, a simpatia e versões pós-modernas da psicologia humanista de aceitação e afirmação.
Mas o amor que Jonathan Edwards exalta é rico em reflexão teológica sobre a Trindade, as duas naturezas de Cristo, a expiação substitutiva, Cristo como Mediador, a importância da igreja e a imutabilidade de Deus.
Imitações baratas do “amor” inventado no coração adâmico nunca sondam as profundezas do amor de Deus revelado em Cristo, mas apenas seguem e tomam a ideia de “amor” do espólio do mundo ( que é o amor que muitos cristãos tomaram como se de Deus fosse – um “amor social”, jamais moral ) que pode e tinha toda a aceitação, por estar desprovido das verdades profundas do Deus eterno, pelos Dalai Lamas, Ghandis… com concordância plena, pois está centrado no homem e não na glória do Deus eterno e único – é um “amor” adequado a todas as “religiões” humanas, uma “amor” pós-moderno que nada mais é que aceitação, afirmação…
Jonathan Edwards conta uma história diferente, nos lembrando que o Céu é um mundo (de amor) forjado pela Trindade Santa, marcado e comprado na cruz sangrenta, apaziguador da Justa Ira de um Deus santo que não pode sequer contemplar o pecado, centrado totalmente na Pessoa e Glória de Cristo, focado na igreja, transbordante e inesgotável.
Um amor que nasce em Deus e apenas em Deus se satisfaz – Como diz Jonathan Edwards:
“Deus é o melhor que o ser humano pode desejar, e desfrutar dele é a única felicidade com a qual as nossas almas podem se satisfazer. Ir para o céu, desfrutar plenamente de Deus, é infinitamente melhor do que as melhores acomodações que possam existir nesta terra. Pais e mães, maridos, esposas, filhos ou companhia de amigos na terra, são apenas sombras. Aqueles são apenas feixes de luz, Deus é o sol, sim, é o essencial. Aqueles são apenas raios; Deus é a fonte. Eles são apenas gotas, Deus é o oceano. Por que deveríamos nos esforçar ou prender nossos corações em qualquer outra coisa que não seja o nosso próprio destino, a nossa verdadeira felicidade?”
O amor almejado não se parece nem um pouco com a definição de “amor” de um coração caído: “Aceitação, afirmação…” – é centrado em Deus de uma forma que o homem natural sequer pode compreender em sua morte espiritual.
“E eu lhes fiz conhecer o teu nome, e lho farei conhecer mais, para que o amor com que me tens amado esteja neles, e eu neles esteja.” – João 17:26
No “O céu é um mundo de amor”, o sermão está cheio de um amor que só faz sentido no mundo do pensamento moldado por todo o conselho de Deus. Josemar Bessa
domingo, 19 de agosto de 2012
Orações Descabidas
O que estamos fazendo quando oramos? Essa é uma pergunta que me assombra há anos. Escrevi o livro O Pai Nosso justamente para abordar essa questão, pois acredito que na oração que Cristo nos ensinou há chaves que abrem portas do nosso entendimento a respeito de Deus e dos seus propósitos para conosco. Mas este post não é sobre essa oração específica. É sobre as orações que já ouvi e fiz, tanto publicamente quanto na solitude do meu quarto.
Embora não haja mal em se orar em público, muito pelo contrário, Jesus falou do perigo que há em determinadas orações públicas.
A alguns que confiavam em sua própria justiça e desprezavam os outros, Jesus contou esta parábola: “Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro, publicano. O fariseu, em pé, orava no íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho’. Mas o publicano ficou à distância. Ele nem ousava olhar para o céu, mas batendo no peito, dizia: ‘Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador’.” Eu lhes digo que este homem, e não o outro, foi para casa justificado diante de Deus. Pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado. (Lc 18.9-14)
A tônica dessa passagem é simples: há orações que Deus não atende. Ele ouve todas, em Sua onisciência, mas isso não significa que aquele que ora receberá o que pediu. Não é toda e qualquer prece feita “em o nome de Jesus” que Deus aceita ou responde. Algumas chegam a ser óbvias. Nas palavras do Senhor vemos claramente a arrogância do fariseu. É fácil crucificá-lo, o difícil é olhar para os nossos erros. E a nossa arrogância? E a minha? Aí pega. Pois nem sempre a vejo, tampouco meus erros. E que orações descabidas são essas? Peguemos alguns exemplos.
Existe a oração dissimulada: “Senhor, Tu sabes que a única coisa que quero na vida é fazer a Tua vontade. Aliás, nem vontade própria tenho mais.” Deus não se impressiona com isso, pois é claro que essas palavras configuram uma mentira, mas que é bonito é. Pior é que há aqueles que de fato acreditam na própria mentira.
Existe a oração pregação: “Senhor, como já falaste, por meio da Tua Palavra, em Mateus seis, versículos quatro a seis, na versão Almeida Corrigida e Revisada, mas não atualizada, sei que… primeiro… segundo… terceiro… e, portanto…”. São muitas as pessoas que usam o ensejo de uma oração pública para extravasar a sua ambição de serem pregadoras. Já vi isso inúmeras vezes. É maçante ouvir uma oração do tipo, pois fica óbvio que não é dirigida a Deus, mas aos homens. Melhor seria nem ter “orado”.
Existe a oração anúncio: “Senhor, abençoa a reunião de milagres que vamos realizar quinta-feira que vem, com entrada franca e lanchonete aberta após o culto, que começará às sete e meia em ponto.” Dispensa comentários.
Há ainda a oração feiticeira. São orações invocatórias que simplesmente informam Deus exatamente sobre como deve respondê-las: “Senhor, ajuda o Zé a descer do muro. Afinal, já namora a Maria faz sete anos. Tu sabes que os dois devem se casar. Tu sabes que o relógio biológico dela está correndo e que ele já poderia ter proposto o casamento. Mas, Deus e Pai, ele está protelando. Até quando, Senhor? Até quando? Mude o coração do Zé para assumir logo esse compromisso. Todos sabemos que os dois foram feitos um para o outro.” E por aí vai. Já ouviu orações assim? Eu já. Cansei de ouvir pessoas instruírem Deus e ainda tentarem manipular as circunstâncias por meio de uma oração “poderosa”.
Existe a oração presunçosa. Ela se assemelha muito à oração feiticeira. Mas em vez de dizer ao Senhor o que fazer, carrega em si mais a presunção de saber qual é a vontade de Deus: “Senhor, sei que Tu só queres que eu seja feliz e tenha vida em abundância. Sei que este sofrimento é contra a Tua vontade e que o Diabo é quem está me fazendo mal. Sei que Tu não queres isto.” Sim, a oração presunçosa é encharcada de certezas e citações bíblicas fora de contexto.
Existe a oração de poder pessoal, fruto da doutrina da Confissão Positiva: “Senhor, eu tomo posse agora. Eu declaro. Eu determino. Eu afirmo.” Essa você já entendeu, tenho certeza.
Ainda existe a oração fofoca: “Senhor, toca no coração do marido da Hermínia. Tu sabes que ele anda longe dos teus caminhos. Sabemos, Senhor, que ele está em pecado. Já houve quem o visse na praça falando com a sirigaita da farmácia, cujo nome nem convém mencionar, Senhor. Ô, misericórdia! Ô, mistério! E sabemos como ele está levando a nossa querida irmã a exagerar no seu licor de fim de tarde. É uma irmã querida, mas que está caindo em pecado também. Ajuda, Pai. Sabemos que a Tua igreja não merece mais um escândalo desses – escândalo como o do pastor auxiliar de três anos atrás, mas que a maioria nem sabe bem o que aconteceu e que o levou a repentinamente pedir afastamento e a se mudar para o Acre.” Essa geralmente é reservada para reuniões especiais entre pessoas que estão mais “em comunhão”.
Deus não responde essas orações. Abomina algumas delas. E há muitas outras formas erradas de orar, citei apenas essas para mostrar que, como intercessores, podemos ser absurdamente carnais e acabar pecando contra o Senhor.
Para orar, temos que partir de um pressuposto fundamental: Deus sabe tudo. Ele sabe quantos fios de cabelo temos na cabeça. Ele sabe quantos grãos de areia há no mundo. Ele não precisa que nós o lembremos do que quer que seja. Por outro lado, Paulo disse: “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus.” (Fl 4.6). Então, podemos pedir. Podemos, de coração aberto, pedir.
Por outro lado, Tiago nos avisou, quando disse:
De onde vêm as guerras e contendas que há entre vocês? Não vêm das paixões que guerreiam dentro de vocês? Vocês cobiçam coisas, e não as têm; matam e invejam, mas não conseguem obter o que desejam. Vocês vivem a lutar e a fazer guerras. Não têm, porque não pedem. Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres. Adúlteros, vocês não sabem que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Quem quer ser amigo do mundo faz-se inimigo de Deus. Ou vocês acham que é sem razão que a Escritura diz que o Espírito que ele fez habitar em nós tem fortes ciúmes? Mas ele nos concede graça maior. Por isso diz a Escritura: “Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes”. Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao diabo, e ele fugirá de vocês. (Tg 4.1-8)
O que as orações absurdas têm em comum? Voltemos à oração do fariseu para achar a resposta: orgulho.
Tiago nos admoesta a orar com modéstia, com humildade. Quando chego perante Deus, tenho que fazê-lo com temor. Ele sabe tudo, até as palavras que vão sair da minha boca. Sou absolutamente transparente para o Senhor. Só esse fato já me desmonta, me quebranta. Não há como enganar Deus. Não há lugar para pretensão. Não há lugar para manipulação. Ao orar, estou falando com quem me criou, quem conhece o meu ser, por dentro e por fora. E isso… ah, isso muda tudo.Por Walter McAlister
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