sexta-feira, 1 de agosto de 2008

O General dos Pregadores



A nave da Catedral de Cabo Frio, estava completamente lotada durante as festas alusivas ao 68º Aniversário de Fundação do Trabalho Pentecostal na Região dos Lagos. Quando o pregador paraibano com forte sotaque assumiu o púlpito, houve uma reverência solene. Antes foram feitos as devidas apresentações daquele que é considerado pelas gerações passadas como o General dos Pregadores Pentecostais, ainda em plena atividade evangelística, depois de mais de 40 anos, percorrendo todo o Brasil e vários países do mundo, sempre declarando em alto e bom tom que: Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e ainda leva para o Céu, no bom estilo pentecostal. O nosso Billy Graham assembleiano, foi ganhado para Jesus, por um barbeiro semi-analfabeto de nome Manoel Victor, quando com uma tesoura cega aparava seus cabelos e com muita autoridade espiritual, lhe revelou que ele era um vaso escolhido de Deus, para ser profeta para as Nações, causando-lhe verdadeiro temor e tremor na velha cadeira, que começou a quicar ruidosamente.
O pastor Napoleão Falcão, revelou-se do tempo nos primórdios do Movimento Pentecostal no Brasil na época em que ser crente não era chique e tão pouco dava ibope. Onde os crentes eram discriminados e perseguidos com pedradas, ovos podres e tomates estragados, lançados em rosto nas praças públicas e muitos até mesmo presos durante o regime getulista, outros sem poderem ser sepultados nos cemitérios católicos. Naquela época, segundo o pastor Napoleão, quando do início do Avivamento Brasileiro, os crentes eram convertidos e conheciam o plano de salvação. Os pastores de origem simples, sem nenhuma formação teológica, conheciam a Bíblia e o Senhor da Bíblia. Muitos foram marcados pelos irmãos tradicionais como "bodes" e filhos das seitas, mas na sua maioria, ficaram conhecidos como "os Bíblias", "Pentecostes", "Canelas de Fogo..." Isso porque, assim que alguém se convertia, a primeira coisa que fazia era comprar uma Bíblia, um terno e buscar o batismo com o Espírito Santo.
O Brasil assembleiano que estava sendo construído, não possuía teólogos, mestres e doutores na Palavra, mas quando um daqueles pedreiros, pescadores, barbeiros, padeiros abriam a boca para falar de Jesus, com um português nada lusitano, o fogo do Espírito Santo convertia os corações dos pecadores. Gente que não sabia ler, levava a Bíblia debaixo do braço, assim mesmo, como símbolo de suas conversões, e procuravam aprender a ler para poder ler a Bíblia. Nos cultos evangelísticos, os novos irmãos davam seu testemunho com muita humildade e singeleza de coração, com os olhos encharcados de lágrimas. Naquele tempo, segundo o pastor Napoleão, existia testemunho de vida, e hoje, existe vidas de tristemunhos.
Naquele tempo não existia catedrais, não existia seminários, emissoras de rádio e televisão evangélicas, mais o pentecoste era derramado, as pessoas curadas, os cativos libertos e o diabo envergonhado. Que saudade dos tempos, que os Bíblias davam certo. Onde não existia artistas nos púlpitos, mas apenas servos.
Como era de se esperar, mais ma vez o Espírito de deus veio sobre o pregador e ele foi usado como uma caixa de ferramentas para a Glória do Nome de Jesus. Naquela reunião, enquanto eu via o Senhor operando da sua graça e misericórdia, pude perceber que Deus continua colocando estes dons à disposição de seu povo em todo lugar e em todos os tempos.
"Porque a promessa pertence a vós, e a vossos filhos"

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