sábado, 2 de agosto de 2008

Heróis sem medalhas na China


O mundo acabou de assistir as Olimpíadas na China, com seus heróis e suas medalhas. O País mais populoso do mundo, deu uma demonstração de força e beleza para todos os povos!
Porém, a História do Cristianismo revela-nos que existem aqueles heróis sem medalhas, que nunca subiram ao Podium Olímpico, tão pouco receberam louros de glória, mas realizaram uma verdadeira revolução espiritual em solo chinês, maior que a do líder Mao Tse-tung, construíram uma muralha de fé maior que a muralha da China. Seus nomes não constam na cidade proibida, no livro dos Imperadores da Dinastia Ming, porém foi escrito com sangue carmesim no Livro da Vida pelo Rei dos Reis da Dinastia de Davi e suas moradas celestiais, será na Nova Jerusalém. Esses homens extraordinários, que incendiaram a China milenar, superando com fé todas as dificuldades no limite de suas forças, crendo na força do Espírito Santo para evangelizar o povo chinês, tais como: Jônatas Goforth que mesmo cego, ganhou cerca de 38.724 almas chinesas para Cristo, registradas no famoso livro intitulado: “Vidas Milagrosas da China”.
Durante seu ministério, Goforth perdeu seus três filhos, Gertrude, Donald e Florença, sendo necessário levar os cadáveres a uma distância de setenta e cinco quilômetros, lugar onde se permitia enterrar os estrangeiros, contudo nada o fazia desistir de pregar o Evangelho, pois o lema de sua missão era: “Avançar de joelhos”.
Com o médico inglês de apenas 21 anos. Hudson Taylor, o pai de Missões no interior da China, também não foi diferente. Com muita dificuldade ele levou cinco meses para desembarcar em Xangai em 1854 e iniciar seu trabalho missionário, adotando o hábito de vestir-se como os chineses, raspando a cabeça na frente e deixando o resto dos cabelos a formar trança comprida. Na China, também, Hudson Taylor, perdeu sua família interrando sua filha Graça de 8 anos, o filho Noel e a esposa Maria Dyer Taylor, vítimas de cólera. Durante 52 anos visitou cinqüenta e uma cidades onde nunca antes se ouvira a mensagem do Evangelho, preparou um hinário e a revisão do Novo Testamento para os novos convertidos no Norte da China.
Ao subir o grande Rio Yang Tse, para evangelizar as nove províncias do planalto da Mongólia as montanhas do Tibet no ano de 1874, Hudson Taylor escreveu em seu diário: “A minha alma anseia, e o coração arde pela evangelização de centenas de milhões de chineses nessas províncias sem nenhum obreiro. Oh, se eu tivesse cem vidas a dar ou gastar por eles!” Esse desejo de Hudson Taylor se cumpriu, por toda sua vida foi gasta na pregação do Evangelho de Cristo para milhares de chineses, sabendo que a salvação de suas almas valiam mais do que todo o ouro do mundo. “Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria”. (Sl 126.5).
O soluço de mais de um bilhão e duzentos milhões de almas na terra onde se adora o dragão, tem soado aos ouvidos e comovido o coração de homens da estatura do irmão Yuni, morador da Província de Henan, no Sul da China, que foi alcançado pela graça do Senhor Jesus em 1970 e durante cerca de mais de trinta anos, tem percorrido toda a China para pregar as Boas Novas de Salvação como um líder de sua geração na Igreja Doméstica da China, com muitos sinais, milagres e maravilhas, seguindo seu ministério, provando que ele tem sido um verdadeiro apóstolo da fé (2Co 12.12) que, mesmo sendo perseguido, preso em Nanyang, torturado, nunca renegou sua fé em Cristo Jesus, recebendo inclusive o título de seus compatriotas de “O Homem do Céu” tamanho os livramentos recebidos do Senhor da Igreja diante da perseguição do Governo Comunista Chinês e de sua Igreja Oficial: O movimento patriótico das três autonomias.
O irmão Yun é um presbítero da Comunidade Sinim, mencionada em Isaías 49:12. “Eis que estes virão de longe, e eis que aqueles, do Norte e do Ocidente, e aqueles outros, da terra de Sinim”, que congrega cerca de 58 milhões de crentes.
Os verdadeiros heróis da fé na China, não tiveram seus nomes estampados nos principais jornais do mundo, tão pouco deram entrevistas as redes de televisão, durante o massacre da Praça Tiananmen (Praça da Paz Celestial), mas com certeza, “resplandecerão como o fulgor do firmamento, os que a muitos conduziram a justiça, como as estrelas, sempre e eternamente” (Dn 12.3)

Sérgio Cunha é jornalista, articulista, conferencista e presidente do Conselho de Pastores de Rio das Ostras

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