segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

CÂNCER NA IGREJA DE CRISTO

Distorções e feridas da personalidade quando não são curadas são canalizadas de forma espiritual

Por: Peterson Clay França
Nos últimos meses tenho conversado com várias pessoas; jovens, namorados, adolescentes, senhoras, senhores, líderes de células e mocidade. Observei algo em comum nos problemas por eles apresentado. Um câncer na igreja. A maior incidência dos problemas relatados por eles sempre passava por uma liderança doentia. Existem líderes doentes, sedentos de poder, carentes de reconhecimento. Pessoas com frustrações em diversas áreas da vida e que acabam buscando uma compensação na igreja. Para nossa alegria temos muitos líderes sadios, com visão de servir. Mas há muita liderança patológica. Quando notei essa doença de imediato busquei literaturas para poder me embasar e solidificar minha fé e minha liderança. Nessas leituras concluí que distorções e feridas da personalidade quando não são curadas, cedo ou tarde acabam sendo canalizadas de forma espiritual, depois compensadas através do ativismo ministerial ou de uma posição de autoridade. E quando propagadas, produzem uma nova geração de discípulos machucados e líderes deformados. Sei que seria querer demais em poucas linhas resolver um mal como esse, mas não posso deixar de contribuir, quero lançar para que muitos outros se atentem e busquem a cura. Liderança não se limita a cargo ou capacitação de manobrar nos bastidores. Liderança é intrínseca de personalidade, de trato pessoal e de toque humano. Uma liderança opaca levará a igreja, o seu ministério, seu pequeno grupo, ou até mesmo sua empresa ao marasmo, ou no caso de ministérios, em crise doutrinária ou gerencial. Sabe-se lá se não mergulhar numa crise espiritual, o que é pior. Faz-se necessário que os líderes cristãos tenham seriedade no exercício de sua atividade. Chamo aqui a atenção de pastores e autoridades que exercem lideranças sobre outros líderes, para que tenham atenção para as necessidades de seus liderados. Como disse parágrafos atrás não resolverei o problema, mas pelo menos quero dar meu alerta! Liderança não é capacidade de mando, ou de dar ordens. Existem líderes deficientes emocionalmente e que precisam que alguém os obedeça. Querem ter a sensação de mando. Está longe de ser uma liderança sadia. O exercício da liderança não é sinônimo de autoritarismo. Não é gritar ou impor. Não é se impor nem fixar sua vontade. Um policial não é uma autoridade porque é obedecido. Ele é servidor, cumpridor da lei, isso o torna uma referencial como autoridade. Um líder não deve ser manipulador, nem deve se valer das pessoas para consecução de projetos pessoais ou para colocar-se em evidência. Uma liderança em Cristo, em verdade não usa pessoas, as respeita. Nossa sociedade personifica tudo, o carro tem nome, “coisifica” pessoas também. Não é isto que torna ninguém um líder. A liderança cristã deve se sustentar sobre uma base: Cristo, a Bíblia e a Igreja lavada e remida no sangue do Cordeiro. O verdadeiro líder cristão precisa ser um apaixonado por Jesus Cristo e seu evangelho. Toda autoridade cristã deve exalar, estar impregnado do amor incondicional por Cristo e pelas almas, deve estar longe interesses próprios. Deve poder recitar Gálatas 2.20: “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.” O povo de Cristo seguirá um líder apaixonado por Cristo. Esta paixão por Jesus dá ao líder uma grande autoridade moral. Líder seja um apaixonado pela Bíblia. Rebanhos doentes seguem líderes doentes que têm suas revelações e esquisitices. Mas um rebanho sadio não age assim. O pastor não pode ler a Bíblia profissionalmente, buscando mensagem. Deve lê-la com avidez, sabê-la, respeitá-la. Ao subir ao púlpito, o povo deve ver seu amor e seu zelo pela Escritura. É dever de um líder saber explanar as sagradas escrituras. Deve ser alguém que mostre conhecimento da Bíblia e como ela se aplica à vida do povo. Isto significa estudá-la e ter conhecimento de pessoas também, afinal não se ensina a Bíblia a seres irracionais. O líder cristão precisa ser regido pela Bíblia e aplicá-la na sua vida. Aí, terá autoridade para levar o povo a aplica-la. Como líder você deve amar seus liderados. Eles não são coisas nem pretexto para atrair aplausos para você. A liderança amorosa, de alguém interessado, é sempre mais acatada que a liderança que vê a necessidade de progresso da empresa que o sustenta. Sei que muitas vezes na igreja nos machucam, irritam, e nos fazem repensar sobre o ministério. Como se diz por aí, “faz parte”. Mas essas experiências nos traz amadurecimento, fortalece o relacionamento tanto com os liderados como com Deus. Há superação das crises e se vê que é possível continuar o trabalho. A liderança eclesiástica deve ser sadia e serviçal. Quando se notam as marcas de Cristo, o zelo pelas Escrituras e o amor pela igreja na vida de um líder, ele tem mais possibilidades de ser acatado. A igreja tem sofrido porque os líderes atualmente se centram mais em compêndios de liderança secular que na Bíblia. Jesus Cristo o maior de todos os líderes, em todos os tempos, Ele escolheu doze sem brilho acadêmico, para mudar a face do mundo. Seria simplesmente ridícula tal pretensão em qualquer outro! Dos doze, um o traiu, dez fugiram e um seguiu de longe para ver o que ia acontecer. Morreu vergonhosamente. Pois bem, seu impacto no mundo foi tão grande que ele dividiu a história em antes d’ Ele e depois d’Ele. Fator marcante e inegável; sua liderança não foi senhoril, mas serviçal. Ele se mostrou como servo. Em Marcos 10.45: “O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e dar a sua vida em resgate de muitos”. Uma liderança sadia leva os liderados a reflexão, veja: Os seguidores de Jesus se recuperaram e se dispuseram a morrer por Ele, porque Ele fez isto. Ele morreu por eles. Ele deu o exemplo. Conseguiu seguidores com mentalidade de servos porque era servo. O líder dá exemplo. Teremos liderança sadia quando tratarmos nossas feridas. Faça um diagnóstico, se cure. Este é o segredo: o verdadeiro líder move pelo exemplo. Sejamos exemplos!

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