
Segundo o menino do rio, nas décadas de 40 e 50, no período da Segunda Grande Guerra Mundial, sua infância e adolescência foi tranqüila na Beira do Rio São João, onde barato viver e mesmo com o racionamento de energia, não faltava um peixinho na panela de Dona Martinha. Enéas Gomes da Silva, com suas histórias de pescador que nunca se aposenta, conta-nos que mesmo sendo filho de Armação dos Búzios, sua história está intimamente ligada ao rio São João, pois foi ali que praticou suas travessuras de garoto, mergulhou fundo nas águas turvas do rio e buscou sua alimentação. Foi ali, que trabalhou na fábrica de tamancos do prefeito para a construção da Igreja Assembléia de Deus na Rua Dr. Salgado Filho. Naqueles tempos, como bem definiu o escritor Ruy Castro: “Ali todos eram iguais e ninguém era mais igual do que os outros”. Para muitos, o velho Enéas que nunca fica velho, pois continua correndo no praião como se fosse um garoto de 15 anos, colocando os filhos, genros e netos no bolso, representa um pescador apaixonado. Já para as crianças, como João Victor, Netinho, Felipe e João Marcos, seus netos, ele é um sábio que conhece a direção do vento e a força da maré, sendo mais respeitado que um professor de História ou Medicina, porque ali ele é o garoto do rio, o capitão do barco.
Baruch Há shem!
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