sábado, 6 de outubro de 2012

Falácia: A igreja precisa de representação política!

Já ouvi muitos argumentos que tentam convencer os crentes a votarem no candidato apontado pelo líder. Um dos mais usados é o que usa o exemplo de José de Arimatéia, membro do Sinédrio, que intercedeu junto a Pilatos para que liberasse o corpo de Jesus para ser sepultado. Não fosse sua intervenção, o corpo de Jesus teria tido destino semelhante aos dos outros crucificados: apodreceria na cruz e seria comido por urubus.

De igual modo, a igreja, Corpo Místico de Cristo, necessitaria de gente que representasse seus interesses nas esferas de poder.

Primeiro, não somos um corpo inanimado, um cadáver, como era então o corpo de Jesus. Não precisamos de quem nos carregue, nem mesmo de quem nos proteja. Estamos assentados nos lugares celestiais em Cristo, muito acima de qualquer autoridade, seja terrena ou espiritual. A posição de Advogado da igreja já está devidamente ocupada. Quem defende nossa causa é Cristo!

Ademais, a igreja não carece de quem a enterre, lançando uma pá de cal sobre a sua credibilidade e relevância.

Segundo, precisamos de quem defenda o direito do pobre, dos excluídos, dos desfavorecidos deste sistema iníquo, e não de quem faça lobby em favor dos interesses eclesiásticos.

Leia atentamente:
"Abre a tua boca a favor do mudo, a favor do direito de todos os desamparados.Abre a tua boca; julga retamente, e faze justiça aos pobres e aos necessitados." Provérbios 31:8-9
O sucesso da igreja no cumprimento de sua missão não depende da intervenção ou ajuda do Estado. Pelo contrário, ela geralmente prospera mais onde o Estado lhe faz oposição. Veja o exemplo da China, onde a igreja mantém-se na clandestinidade, reunindo-se em salas subterrâneas.

Quando Paulo se viu perante as autoridades do seu tempo, ele não fez lobby pela igreja, mas deu testemunho da verdade do Evangelho.

Que Deus levante em nossos dias líderes e cristãos comprometidos com o Reino e com a causa dos necessitados, mesmo quando isso representar qualquer prejuízo às instituições a que chamamos de igrejas.

Nestas eleições, vote com consciência. Exerça a sua cidadania terrena com a mesma seriedade que deve exercer a sua cidadania celestial. Por Hermes C. Fernande

Nenhum comentário: