O que pode fazer Deus sorrir? Vendo a feiosidade do mundo de hoje, teria Deus motivos para tal? Evocando-se também as centenas de anos de teologias que mostram um Deus irado e carrancudo, poderíamos minimamente pensar que Deus seja dado a sorrisos? E, decerto, talvez Deus tenha tantos motivos quanto na época de Noé, quando se arrependeu de ter criado o homem e pensou em destruir a raça humana que se havia irremediavelmente corrompido (Gn 5.6). De qualquer modo, foi nesse meio tempo que Deus descobriu, entre tanta podridão comportamental, um homem chamado Noé, que lhe dava prazer e certamente o fazia abrir um largo sorriso. Foi exatamente quando Deus decidiu começar tudo de novo com a família dele. A razão de estarmos vivos hoje é que Noé agradou a Deus. O modo de Noé agradar a Deus se baseava numa legítima adoração, a qual perpassava a sua vida inteira e fazia dele alguém especial e possuidor de uma vida com propósito, o que o tornava, inclusive, diferente do resto das pessoas de sua geração. Deus verdadeiramente tinha nele motivos para sorrir. Ele cria que tinha sido criado por Deus e para Deus; e foi em Deus que Noé descobriu a sua origem, identidade, significado e propósito. A ideia de fazer Deus sorrir pode parecer absolutamente estranha para muitas pessoas, principalmente àquelas que se acostumaram à imagem de Deus como um velhinho carrancudo e irado, com raios nas mãos para atirar no primeiro pecador que sair da linha. Rick Warren, em seu livro “Uma Vida com Propósitos”, ainda hoje um best-seller, aborda a intrigante questão do propósito para o qual fomos criados, trazendo como exemplos da observação da vida de Noé, os cinco atos de adoração que faziam Deus sorrir. Isso, no fim das contas, serve como contraponto de que alguém pode conseguir poder, dinheiro, sucesso e alcançar os pícaros da glória humana, mas, mesmo assim, vir a sentir o imenso e inominável vazio de ter corrido a vida toda atrás do vento. O que, porventura, pode fazer Deus sorrir? Deus sorri quando o amamos acima de qualquer coisa. Isso ocorreu com Noé, que amava a Deus mais do que tudo, mesmo quando ninguém mais o amava. A sua vida era pautada por seguir a Deus ininterruptamente e isso o fazia desfrutar de um íntimo relacionamento com Ele. Deus sorri quando confiamos Nele completamente. Noé confiou em Deus mesmo quando isso não fazia nenhum sentido. Deus o mandara construir um gigantesco barco para salvar a sua família e os animais, pois iria alagar o mundo. Ora, Noé jamais vira uma chuva, pois naquela época apenas o orvalho irrigava a terra. Também não sabia o que era um barco e morava a centenas de quilômetros do oceano. Mesmo assim, Noé levou 120 anos para construir a Arca, a despeito das críticas de ser louco varrido; tudo porque confiava completamente em Deus. Deus sorri quando o obedecemos incondicionalmente. Deus dera a Noé instruções detalhadas (tamanho, forma, matéria-prima) a respeito da construção da Arca e sobre que tipos de animais deveria recolher. A Bíblia diz que “Noé fez tudo exatamente como Deus lhe tinha ordenado”, pois ele sabia que esse era o modo certo. Obediência parcial é uma completa desobediência. A obediência a Deus é um ato de adoração, pois nela dizemos o quanto o amamos. Obedecer a Deus incondicionalmente é um tipo de devoção que o faz sorrir. Deus sorri quando o louvamos e damos graças. Quem não gosta de receber um agradecimento? Deus também gosta. E Noé sabia disso, tanto que a sua primeira atitude após o dilúvio foi expressar a sua gratidão a Deus oferecendo-lhe um sacrifício “tomando alguns animais e aves”. Hoje, diferentemente daquele tempo, podemos oferecer a Deus sacrifícios de louvor e gratidão (Hb 13.15; Sl 116.17). Deus sorri quando usamos nossas habilidades. Alguém pode pensar que Deus só se agrada de nós quando estamos em atividades “espirituais” — ler a Bíblia, ir ao culto, orar, testemunhar etc. — e que Ele é indiferente às outras áreas de nossa vida. Deus disse a Noé e sua família que eles deveriam ser férteis, se multiplicar, encher a terra; que eles podiam trabalhar e comer animais e vegetais. É como se Deus dissesse: “Siga a sua vida, eu vou estar por perto. Eu me importo com você”. A Bíblia diz: “Os passos dos justos são dirigidos pelo Senhor. Ele se agrada de cada detalhe da vida deles” (Sl 37.23). Assim, todas as atividades humanas, com exceção do pecado, podem ser feitas para agradar a Deus. Sendo assim, permita-se um momento de reflexão, se você está ou não agradando a Deus, se sua vida tem sentido ou é um mero correr atrás do vento. E, finalmente, responda: será que Deus tem algum motivo para sorrir pela sua vida? Samuel Camara
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