quarta-feira, 23 de abril de 2008
2007 - o ano que a Igreja ficou mais pobre.
A Igreja Evangélica Brasileira no ano de 2007 ficou mais pobre com a perda de duas grandes lideranças batistas. Primeiro na área de missões e o segundo na área teológica. Ambos descendentes de europeus, mas com grande amor pelo Brasil. Detalhe importante, os dois estiveram em Rio das Ostras em anos diferentes para ministrarem uma Palavra Bíblica, cristocêntrica, que marcaram o nosso ministério de visão do Reino. No dia 20 de abril, o Senhor convocou as mansões celestiais, o pastor Waldemiro Tymchak, filho de pai imigrante da antiga União Soviética e de mãe Romena, que abandonou a Universidade Federal do Paraná para ingressar no Seminário Teológico Batista do Rio de Janeiro e no Colégio Spurgeon em Londres – Inglaterra. Quando o pastor Waldemiro, assumiu a Junta de Missões Mundiais da Convenção Batista Brasileira em 1979, existia apenas 56 missionários na América do Sul e Portugal. Hoje, depois de 27 anos, através do trabalho desenvolvido por Tymchak, a Junta possui 598 missionários em 63 países, além de ter criado o Jornal de Missões com a tiragem de 150 mil exemplares. Tymchak esteve pregando na 1ª Igreja Batista de Rio das Ostras em 2000 a convite do pastor Francisco Gomes de Castro, ocasião em que traçou um panorama do campo missionário e suas necessidades, levando muitos cristãos a refletirem e se mobilizarem para fazer missões. Mesmo com uma enfermidade que lhe tirou o estômago durante 18 anos, ele encontrou forças em Deus para continuar avançando com a obra missionária, pois verdadeiramente era um apaixonado por missões. Uma semana após o 16º Aniversário de Rio das Ostras, completará 1 ano de sua última viajem missionária para se encontrar com o maior de todos os missionários: Jesus. Recordo-me bem de suas palavras de reflexão: “Missões não é responsabilidade ou privilégio de um pequeno grupo de fiéis que se sintam chamado ao campo missionário, e sim, de todos os membros, já que formam o “sacerdócio real” e foram chamados por Deus “para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (I Pe 2.9). Já no mês de agosto, todos aqueles que amam o estudo das Sagradas Escrituras, que acreditam na missão integral da Igreja, sentiram muito a passagem do servo peregrino, como ele mesmo se considerava. O neto de Checuslovacos, Darci Dusilek, que mais parecia um executivo norte-americano, onde tivemos o prazer de conhecê-lo quando assumiu o cargo de diretor executivo na visão mundial, Brasil e patrocinou o 1º Congresso Internacional de Pastores do Rio de Janeiro em 1988, ocasião em que o preletor convidado foi o pastor indiano Samuel Kamasleshon. Nessa época, estávamos atuando como secretário executivo da UMADER – União de Mocidade das Assembléias de Deus no Estado do Rio de Janeiro e fomos participar de uma palestra da Igreja Presbiteriana em Madureira, Subúrbio do Rio de Janeiro, promovida pela visão mundial, quando fomos indicados relator da Comissão de Impresso dão Congresso. Após assistimos a palestra do pastor Dusilek sobre as raízes do servo de Deus, onde ele dizia: “As raízes do servo de Deus devem ser para cima, e não para baixo. O único solo em que o servo de Deus deve lançar suas raízes é o solo da vontade de Deus”, passamos a enxergar no pastor Dusilek um desprendimento completo para servir na Obra de Deus. Quando da realização da 4º Expo Gospel – Congresso de Pastores de Rio das Ostras em 2006, resolvemos convidá-lo a realizar uma palestra ao lado do pastor Israel Belo de Azevedo, mediante uma pesquisa junto aos pastores batistas da região. Lembro-me que Dusilek com uma simplicidade franciscana, traçou um mosaico da Igreja Brasileira de maneira que todos pudessem entender, a multiforme graça de Deus. Ao final da reunião, me deu seu livro “O que Deus sabe sobre o meu futuro?”, o último lançamento. Aquele homem que havia sido pastor da Primeira Igreja Batista de Bangu, professor do Seminário Teológico do Sul do Brasil, da Universidade do Rio de Janeiro, da Universidade Gama Filho, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Universidade do Grande Rio presidente da Comissão Brasileira de Evangelização que reuniu cerca de 150 denominações evangélicas – e autor da Best Seller: A Arte da Investigação Criadora, não havia feito nenhuma exigência para ministrar a Palavra de Deus aos pastores riostrense, tão diferente dos atuais medalhões e estrelas da Igreja Evangélica Brasileira. Dusilek dispensava os títulos de especialista em documentação científica e mestre em ciências da informação. Ele gostava da alcunha de servo peregrino, que foi terminar sua peregrinação na Nova Jerusalém após uma fulminante parada cardíaca. Dusilek foi fazer um doutorado permanente no Céu, tendo como professor eterno, o Mestre dos mestres.
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