quarta-feira, 30 de abril de 2008
Síndrome de Manassés
Certa vez eu fui convidado para pregar a Palavra de Deus em uma Igreja sexagenária, berço do movimento pentecostal em uma cidade do interior paulista. Como não conhecia o templo, tão pouco o município, resolvi chegar cedo e me hospedei em uma pousada simples, porém acolhedora. Ao sentar-me no banco da praça principal, um senhor de cabelos grisalhos, iniciou um bate-papo informal. - Não me diga nada, mas você é... deixe-me pensar. Você é pastor? - Sim! Como o Senhor descobriu? Ele com um sorriso nos lábios declarou: - O senhor tem jeito e cara de pastor, segundo, sua roupa nesse calor infernal e o livro preto em suas mãos, além da sua pose de intensa concentração em direção aquela Igreja. A partir daí, nossa conversa ganhou novo ritmo. Fiquei sabendo que ele conhecia a maioria dos moradores do bairro e estava desviado da Casa de Deus. Ao perguntar-lhe o porquê do afastamento, ele me confidenciou, que não concordava com as atitudes do pastor daquela igreja, o qual sofria da Síndrome de Manassés. No momento, fiquei sem entender nada, porém, ao retornar para o quarto da pousada e meditar nas Escrituras Sagradas e orar ao Senhor pedindo discernimento para trazer uma mensagem profética ao coração daquele povo, fui levado a estudar o Reinado de Manassés e descobrir o porquê alguns pastores sofrem desta enfermidade. Manassés foi o pior Rei que os Hebreus tiveram, e segundo aquele crente desviado, o pastor daquela Igreja, estava sendo o pior dirigente daquele rebanho. Manassés era um homem absolutamente mal à frente de um governo corrompido ao extremo. Manassés não possuía amor pelo povo do seu reino, tão pouco amava a Deus. Ele reinou em Jerusalém por cinqüenta e cinco anos, meio século de trevas e pecado. Aquele pastor, também não amava o seu rebanho, pois todos que discordavam de suas atitudes, ele expulsava do templo, dava carta de mudança ou simplesmente colocava no banco, não permitindo de maneira alguma a ovelha expressar sua fé. Manassés incentivou a adoração pagã que envolvia todos os participantes em orgias sexuais. Trouxe mágicos e feiticeiros dos povos vizinhos que escravizaram o povo com superstições, manipulando-os com magias e crendices. Aquele pastor, segundo me fora revelado por outras ovelhas, não disciplinava os obreiros que se encontravam em pecado de adultério, os jovens que se encontravam em fornicação, antes passava a mão na cabeça de todos e lhes exigia fidelidade absoluta em troca do perdão de seus pecados. Com isso, o púlpito estava contaminado. O altar precisava ser restaurado. Os profetas somente podiam profetizar bênçãos dizendo: Está tudo bem! Os contrários foram silenciados, pelo peso de sua autoridade pastoral. Segundo o livro de Reis, não poderia ter havido um homem mais vil e maligno. Parecia não haver haver fim para suas maldades. Seu apetite pelo que é sórdido parecia insaciável. Aquele pastor não prestava contas ao rebanho sobre os dízimos e ofertas trazidos à Casa do Senhor, antes, porém, sua arrecadação parecia não ter fim, exigindo até mesmo dos obreiros o último centavo. Quem realmente tinha chamado de Deus para o episcopado e não devia sua consagração ao homem, não conseguia manter a comunhão com ele. Manassés arrastou o povo para dentro de um lamaçal muito mais podre do qualquer outro já visto no mundo. Os 55 anos de caos moral quase levaram a fé no verdadeiro Deus ao esquecimento total. Algumas pessoas idosas ainda recordavam os oráculos proféticos e os atos do culto verdadeiro. Rumores de santidade eram, sem dúvidas, ouvidos, mas sem nenhum alarde. As poucas pessoas que mantinham a fé genuína viviam a defensiva. Naquela Igreja, semelhantemente, os pioneiros fundadores da Obra, juntamente com os anciãos. Haviam sido afastados, estando reclusos em suas casas, clamando ao Deus vivo para que não os abandonasse e entrasse com providência. A sociedade de Jerusalém, porém, já não agüentava mais tenta maldade de Manassés. As pessoas haviam chegado ao limite da tolerância em Israel. Os cultos naquela Igreja, tornarem-se ritualistas sem vida e verdadeira adoração. A vida das pessoas tem a mesma qualidade da adoração que praticam o templo em Jerusalém era a evidência arquitetônica da importância que Deus tinha na vida do povo. O sentido da vida e seus valores foram estabelecidos naquele local sagrado. O tipo de culto define o tipo de vida. Quando o pastor da Igreja não permanece no púlpito, durante o culto e sempre se ausenta para tratar de assuntos no gabinete, alguma coisa está errada. Se o culto prestado for corrupto, a vida religiosa será corrupta. Por 55 anos, a luxúria e a violência nas dependências da Casa do Senhor tinham ultrapassados os limites daquela local e corrompida as vilas ruas e lares da Nação. A religião de Manassés estava centrada no seu pequeno ego convulsivo. Na busca de auxílio sobrenatural para a realização de tudo o que se desejasse: poder econômico, garantia de boa colheita, bem estar, mortes do inimigo ou vantagem sobre alguém. Foi preciso Deus levantar uma criança de 8 anos para restaurar o culto em Israel, centrado em um só Deus. Foi preciso ler o livro de Deuteronômio para realizar uma reforma completa na Casa de Deus. Foi preciso derrubar velhos altares, e as pessoas serem instruídas no verdadeiro caminho da fé. Se porventura essa história se repetir em sua cidade, em sua igreja, não desfaleça em sua fé, achando que Deus não governa mais sua Igreja. No tempo certo, Deus levantará um Josias para fazer uma verdadeira restauração. Mesmo que você seja cruelmente escarnecido e severamente perseguido, não abandone a Casa de Deus. Seja como “muros de bronze”.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário