quinta-feira, 30 de abril de 2009

Visitantes, estrangeiros e peregrinos.


Reconhecendo que eram estrangeiros e peregrinos na Terra. ( Hebreus 11.13 B)

Sábado passado, percorri a Rua das Pedras em Armação dos Búzios, com suas lojas de grifes internacionais e a badalação de artistas intelectuais famosos. Porem uma casa me chamou a atenção com sua beleza clássica e imponência arquitetônica, que no decorrer das décadas, tem abrigado centenas de visitantes, estrangeiros e peregrinos. Quando os transatlânticos durante as temporadas de verão ancoram na Baia de Búzios, trazendo milhares de turistas estrangeiros ao balneário descoberto pela artista francesa, vários deles visitam aquela casa, para buscarem um momento de meditação ou ouvirem os acordes musicais da banda regida pelo maestro Leone. Aquela casa, não é uma casa de shows onde as pessoas precisam pagar ingresso. Tão pouco é uma casa comum, erguida por mãos de trabalhadores humildes. Nem de longe, se parece com as catedrais góticas da Europa ou com o templo construído por Salomão. Mais com certeza, é a casa mais importante da Rua das Pedras. Seu valor não pode ser mensurado em moedas, que o ladrão rouba. Mais sim, em um lugar de resgate de vidas e reconciliações em pleno exercício de Fé. Afinal de contas, ainda que tenha se tornado um ponto de visitação turística, nunca deixou de ser uma Casa de Oração para todos os povos. No auge do verão, Búzios triplica a população, assim como também a Igreja recebe inúmeros turistas de fim de semana, e peregrinos todos os dias durante seus cultos regulares. O que diferencia os turistas religiosos dos peregrinos em visitação a Casa de Deus, está no fato de que o turista é aquele individuo que visita muitos lugares, mais não pertence a nenhum deles. Não cria raízes em lugar algum. Ele está sempre de passagem. Já o crente peregrino, diferente do turista, não busca entretenimento para sua vida em casas de Shows, onde os homens adoram a si mesmos. O peregrino recebeu uma grande comissão, com inicio meio e fim. O crente turista está envolvido. O peregrino está comprometido. O turista religioso segue pregadores famosos com seu poder de oratória, e cantores com louvor extravagante e seu poder de arrebatamento coletivo. Já o peregrino mantém um relacionamento profundo com aquele que lhe criou. No final de minha caminhada pela Rua das Pedras, abraçado a minha Esposa Ruth, fugindo do frio buziano, encontramos com a viúva do evangelista Ivan Felix, que durante o dia vendia salgado aos turistas e a noite evangelizava os estrangeiros com o Pão da Vida. Tia Cássia nos relatou, que sua sogra, a também viúva Patrocinia, com seus 86 anos, continua peregrinando para igreja na Rua das Pedras todas as semanas no seu compromisso de adorar a Deus, faça sol ou chuva ou em meio as tempestades da vida, com a certeza de que nada poderá lhe afastar do amor de Cristo, ou deixá-la a beira do caminho. Ao retornarmos para casa, ficou a pergunta: “Ate que ponto temos sido visitantes, estrangeiros ou peregrinos?”.

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