quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O Dinheiro que grita no púlpito


Certa vez ouvi um pastor midiático, daqueles que não possuem  cheiro de ovelha e tão pouco amor pelas almas perdidas, que não investem um centavo na obra missionária e cujo o deus chama-se Mamon , perguntar ao povo em seu grande templo, quem gostaria de ganhar muito dinheiro, ter carro importado, cobertura na beira da praia e uma vida nababesca? Obviamente, a maioria levantou as mãos de maneira positiva. A  formula mágica, explicou o profeta da prosperidade, bastaria apenas semear nos céus com ofertas generosas.  Tempos depois, aquele pastor esteve envolvido em um grande escândalo destruindo sua falsa imagem de homem de Deus.  Alguns pastores desejam ter dinheiro e não há nada de errado nisso, desde que seja conquistado de modo honesto, fruto do seu trabalho, sem roubar de ninguém – tão pouco através da política partidária no município, no estado e na nação. Dinheiro limpo da prebenda é bem vindo: proporciona conforto pra família viagens, alimentação saudável e a tranquilidade de não ter dividas. Pois um sacerdote sem dividas, dorme melhor, pensa melhor e apascenta o rebanho de Deus melhor. Quase todo pastor necessita de dinheiro. Até mesmo Jesus tinha amigos que o ajudavam a pagar as contas. ( Lucas 08.3), e o apostolo Paulo aceitou o apoio tanto de igrejas ( Fillipenses 4.15-16) como de pessoas, ( II Timóteo 15.1-18). O Ministério pastoral requer dinheiro, mais precisamos tomar cuidado para que o dinheiro não destrua o ministério. Quando isso acontece, o ministério pastoral Pará e a igreja que pastoreamos se transforma em agencia bancaria desfarçada com um marketing de negocio  religioso. Além de limpo e honesto, dinheiro bom, segundo um amigo mineiro com origem israelita é o dinheiro silencioso. Existem no Brasil, segundo dados divulgados pelo IBGE, mais de 200 mil pastores declarados, na sua maioria vivendo de salários pagos pelas suas congregações. Poucos são os pastores – empresários que se exibem se pavoneia, e aponta para si próprio dizendo com arrogância. Não preciso do dizimo e das ofertas recolhidas na igreja. O Pastor que ama mais o dinheiro do que as pessoas humildes desagrada a Deus.  Pois Jesus disse: “ Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou se devotara a um e desprezara a outro. Não podeis servir a Deus e as riquezas”. ( Mateus 6.24). O Pastor rico que dirige a igreja de forma empresarial, que esnoba pessoas humildes, que entra no templo e não fala com ninguém, certamente tem um dinheiro que grita no púlpito. Pastores mercenários que andam em carros que valem uma cobertura, que passam as férias na Europa, que prometem apoio político em troca de generosas ofertas para seus reinos, certamente tem um dinheiro que grita.  Já o pastor rico da Graça de Deus, derrama lagrimas quando um pecador se arrepende quando visita uma ovelha no leito do hospital, quando celebra uma cerimônia fúnebre. Ao contrario do pastor com visão empresarial que perdeu o prazer de apreciar as coisas gratuitas da vida e sente satisfação em pisar nas formigas no seu caminho, esquecendo-se que um dia, as formigas também comerão sua carne putrefada.  O pastor que dificulta o acesso a si mesmo através de um sem números de assessores, guarda costas, secretários e demais bloqueadores humanos tem o dinheiro que grita, pois não suporta o cheiro de ovelhas.  Vivemos dias em que o mundo religioso atual mede o sucesso pastoral pelo dinheiro e pelas posses do sacerdote, e torna-se fácil para os cristãos defenderem esses padrões falsos se não forem cautelosos. Jesus disse : “cautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundancia do bem que ele possui”. ( Lucas 12.15). Um pastor pode ser prospero, porem não pode ser mundano. Tanto a bíblia como a historia do cristianismo falam sobre pessoas ricas que andaram com Deus e que através de suas riquezas foram bênçãos para outras. Porem observam que os lideres nas Escrituras Sagradas tiveram cuidado em manter as mãos limpas em relação ao dinheiro, e não usaram sua posição ou autoridade para explorar a ninguém. Baruch Há Shem! Pr.Sergio Cunha.

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