quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O Retorno a Cava Roxa


O Retorno a casa paterna é sempre uma longa caminhada. Em outubro de 2012, depois de 36 anos fizemos o caminho de volta para Jerônimo Monteiro, pequena cidade no Sul do Estado do Espirito Santo, logo depois da famosa Cachoeiro de Itapemerim , terra do Roberto Carlos. Durante a viajem acompanhado da Esposa Ruth e os filhos Junior e João Victor, além do filho legitimo da Cava Rocha, João Benevides Cunha, que migrou  para o Rio de Janeiro aos 16 anos e agora retornava para rever os parentes e amigos do menino João Galego. Ao chegar a pequenina cidade fundada por um português no inicio do Século 19, paramos na praça principal onde na infância de João Galego acontecia as touradas nas tardes de sábado, porém as praças estavam vazias. Não havia ninguém para nos receber.  João Ratão e João Beiçola já haviam partido para a eternidade, sem mesmo se despedir do amigo galego.  Nesses vinte anos ele não teve noticias de sua família.  Foram duas décadas sem saber de nada, daqueles que amavam... Durante a viajem, João galego ao lado dos netos, deve ter parado para avaliar suas relações familiares com o velho Alceu Cunha que abandonou sua mãe com cinco filhos para se estabelecer em Agostinho Porto no Rio de Janeiro. No caminho de volta, ele provavelmente deve ter pensado num abalo sofrido por seu pai ao perder o sitio com gado e grande plantação de café aos pés da montanha imponente da Cava Rocha, perto de Alegre.  Durante os 02 dias em que percorremos as poucas ruas de Jerônimo Monteiro e visitamos a primeira igreja Batista fundada em 1921 pelo saudoso pastor Carlos Leiman, e colhermos um saco grande no laranjal do velho Dequinha e Tia Elisa e conhecermos a casa antiga onde nasceu a Família de Rita Benevides, a Matriarca da Família Cunha, que me criou em Belford Roxo na baixada Fluminense, e me ensinou a amar a Deus acima de todas as coisas. Naquele momento aprendi que não podemos escolher a família em que nascemos, mais podemos escolher o tipo de família que queremos ter. Aprendi também a conhecer o menino João Galego, guardado no coração de João Benevides no auto dos seus 73 anos, Aprendi também olhando para a imutável Cava Roxa, que as vezes precisamos reunir a família num encontro marcado pelo Senhor Deus para Ele agir em nós na confiança de que Aquele que começou a boa obra em nós, irá completada. Baruch Há Shem!

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