quinta-feira, 1 de maio de 2008

Histórias de Esopo se repetem



O ano de 2008 promete com o lançamento de inúmeras candidaturas políticas no segmento evangélico como verdadeiros Moisés para levar o povo de Deus para a Terra Prometida. Os Absalões já chegaram no portão de Jerusalém prometendo serem juízes na terra, pegando as mãos dos homens para beija-las e furtar seus corações. (2Sm 15:1-6). Na região, não tem sido diferente de Israel dos tempos bíblicos. Os pastores e líderes de diversas placas denominacionais tem sido convidados para reunião de caráter espiritual, porém o que se descobre ao final são pré-candidaturas explícitas ao poder temporal. Um certo pastor me dizia ser possível conciliar a vida ministerial com a prática política. Lá no meu município, onde está a minha Igreja eu sou pastor, aqui eu sou político. Já outros pré-candidatos ao cargo de Absalão, declaram com hipocrisia: não olhem para mim como político profissional, sou apenas um pastor que deseja servir a sua cidade. Isto me faz lembrar um conto simples e célebre de Esopo que, de certa forma, aplica-se aos pastores-políticos, trata-se da história do asno vestido de pele de leão. Contava Esopo que, certa vez um asno encontrou uma pele de leão e vestiu-se com ela. Fantasiado, passeou pela floresta e todos que o viam passaram a respeitá-lo, pois pensavam que estavam diante de um leão e não de um asno. Até que, certo dia, o asno fantasiado quis impressionar a raposa, mas ela escutou o bicho emitindo o seu som natural e respondeu: Eu provavelmente teria me impressionado se antes não tivesse escutado o seu zurro. Moral da História: Qualquer um pode se esconder com belas roupagens, mas suas palavras dirão a todos quem na verdade é. Ou aplicado ao que nos interessa: alguém pode se apresentar apenas como pastor sem interesses políticos, mas o que vai provar se é mesmo ou não o que diz são os seus reais posicionamentos diante de determinadas questões de seu posicionamento difere de sua apresentação como verdadeiro pastor, é um asno posando de leão... sei que a figura do asno pode soar agressivo. Ao ser relacionada aos políticos pastores emergentes, mas, além de estarmos sendo fiéis aos personagens d conto de Esopo, a moral do conto se aplica muito bem ao caso. Outro detalhe importante não cabe ao Estado a proclamação do Evangelho através do patrocínio de Congressos de Pastores, shows gospel, Marcha para Jesus ou eventos similares, pois existe separação entre Igreja e Estado. A Constituição Federal não é católica ou evangélica e sim, laica. Jesus não comissionou Herodes ou Poncio Pilatos, como representantes do poder secular para pregar o seu Reino. Cabe a nós essa responsabilidade como sua Igreja. Já ficou provado na História do Cristianismo que quando a Igreja fica atrelada ao Estado e suas Benesses constantinas, a tendência natural é a falência múltipla de evangelização e por conseqüência sua morte. Como exemplos temos a Igreja Anglicana na Inglaterra, Luterana na Alemanha e Reformada na Holanda, que antes foram berço da Reforma Protestante e grandes avivamento, e hoje não passam de sombras do passado. O mandato espiritual da Igreja Evangélica Riostrense é para ganhar vidas para Cristo e “salgar” a sociedade, ser relevante, provocar transformações sadias. Que por meio da Igreja brilhe a luz de Cristo, dissipando as trevas espirituais em que está imerso o nosso país.

Nenhum comentário: