sexta-feira, 29 de maio de 2009

A Canção da Sobrevivência


Existem pessoas que reclamam condições para realizações de tarefas. Há as que se desculpam por não mais terem progredido, galgado altos degraus porque lhes faltaram melhores oportunidades na vida. Entretanto, a engenhosidade humana não tem limite e quando o Espírito Humano deseja, concretiza seus anseios, embora os embates da vida com suas agressões e adversidades.
Durante a Segunda Guerra Mundial, num imundo campo de concentração em Sumatra, um bando de mulheres magras e desnutridas, foram se sentindo cada vez mais fracas. Ate que idealizaram algo que as pudesse aliviar da tortura do aprisionamento e das péssimas condições de alimentação e higiene. Foi em dezembro de 1943 que as prisioneiras principiaram a serem avisadas que suas colegas promoveriam um concerto ao ar livre, em um espaço cercado, a multidão de mulheres e crianças se apinhou.
Alguém escreveu no chão sujo: orquestra.
As participantes foram entrando, uma após a outra, cada qual portando um banquinho e algumas folhas de papel. Nenhum instrumento avista. Estranha orquestra. Seria uma brincadeira engendrada pelos guardas brutais, pelo fim único de abater o animo já tão escassos daqueles seres sofridos? Então, uma missionária presbiteriana , magra de grossas lentes, destacou-se do grupo miserável de vestidos remendados e gastos, de pés descalços, cabeças raspadas e atadura nas pernas e nos pés, para cobrir as feridas. Sua voz soou clara, como um arauto de boas novas: Essa noite vocês ouvirão um coro de vozes femininas produzindo musicas, geralmente executadas por orquestra.
Fechem os olhos, imaginem num teatro imponente e ouçam a musica imortal. As prisioneiras passaram a imitar o som da orquestra. Num crescendo as sinfonias invadiram o pavilhão pelas mentes cansadas das mulheres que ouviam as imagens se sucediam como por encanto. A Pastoral do Messias do Compositor Handel, evocou o natal, um prelúdio do polonês Chopin reavivou lembranças de um amor que um dia existira na fase do namoro e no casamento de muitas delas. O som de violinos podia ser ouvido, em certo momento, o guarda de baioneta no rifle, investiu contra o grupo. No exato momento o coro atingiu a auge de sua apresentação e permanecendo imóvel, como que hipnotizados pelos acordes vocais. Por mais três ou quatro vezes, o coro fez concertos. A musica lhes renovava as esperanças e o sentido de dignidade humana, quando cantava, esqueciam que se encontravam num campo de concentração, entre ratos e o mau cheiro. Suas almas alçavam o vôo a liberdade conduzia as companheiras. Alem das cercas, dos maus tratos elas andavam nos campos e respiravam o perfume das flores, adentravam salões de festas e participavam do grandioso concerto. Seu canto as levavam para muito alem dos muros, da miséria e do desamor. Você já reparou que tem na garganta uma flauta, disposta por Deus para modulação de uma canção de paz e louvor ao Senhor Deus. Use-a, todos os dias para executar a sinfonia da esperança e da fé aos ouvidos dos aflitos do coração para que eles possam alcançar a sua vitoria. Una-se a outras vozes da orquestra divina espalhada pelo mundo afora que glorificam o Deus do Amor, que abriu mão de seu único filho, por amor a humanidade.
Baruch Há Shem!

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