De volta a Bíblia

Um dos grandes teólogos americanos J.Parcker, durante a comemoração de seu octogésimo aniversario, declarou que o grande desafio dos evangélicos no mundo inteiro é recatequizar suas igrejas, pois os cristãos de um modo geral, estão perdendo a capacidade de falar corajosamente sobre a esperança da volta de Cristo, arrependimento de pecados, inferno, criação, encarnação e a ressurreição, ensinos básicos do cristianismo. Com o surgimento de diversas teologias do tipo, prosperidade, relacional e outras mais, querendo reinventar a igreja e o evangelho, alguns dos pilares doutrinários do cristianismo estão sendo abandonados pela nova geração de pastores e teólogos cristãos. Quando nos paramos de levar a serio as verdades históricas da igreja, dos quais não podemos abrir mão, nos enfraquecemos nosso testemunho de fé, gerando conseqüências letais para o Reino de Deus. Durante minha passagem pela Universidade Gama Filho, no inicio da década de 80, um dos alunos que mais chamava atenção na minha turma, era o Mohamed, um nigeriano mulçumano, natural de Lagos que começou a organizar estudos islâmicos depois das aulas, fazendo proselitismo afirmando que os cristãos adoram três deuses: Pai, Mãe e Filho. Na época, ficava me perguntando: de onde esse muçulmano tirou essa idéia? Foi quando pesquisando a historia do cristianismo, descobri que os cristãos egípcios do século VII, abandonaram a Bíblia e abraçaram essa heresia, disseminando-a na África. Mesmo tendo nascido e criado no evangelho, e sendo membro de uma igreja histórica, eu era totalmente indiferente as verdades do evangelho, defendendo apena os fatos, e não a crença, e assim como eu, muitos dos meus amigos, mesmo conhecendo as doutrinas verdadeiras, temiam dizer a verdade Bíblica, com medo de ofender a religião dos outros. Diferente do apostolo Paulo, que quando confrontado no areópago, desafiou os atenienses referindo-se a sua própria cultura e seus falsos altares, pregando o evangelho, proclamando que Deus havia ressuscitado Jesus dentre os mortos. Devido a falta de ensino das doutrinas básicas do cristianismo em nossas igrejas, ou quando ministrados de forma insatisfatória, é que tem levado muitos cristãos a aderirem antigas heresias, por conta de nossa intranqüilidade com relação a idéia de um Deus irado com o pecado, fato que não é nada novo. Um dos mais antigos cristãos heréticos foi um homem chamado Marcião. Ele odiava tanto o conceito bíblico de um Deus irado que apareceu com a idéia de que na verdade havia dos Deuses na Bíblia. Um era o Deus tranqüilo e bondoso, conhecido nos dias atuais como “ Deus do Amor”. O outro Deus era o Deus mau, violento e vingativo, do Antigo Testamento. O grande projeto de vida de Marcião, era separar os dois Deuses. Gostaria de poder afirmar que a heresia de Marcião de Sinope morreu com ele no ano de 160 da era cristã, mais não posso. Pois as igrejas de hoje, estão repletas de pequenos marciões. Pois mesmo um marcião sendo filho de um bispo e teólogo cristão, autor de “ Antíteses” , isto não o impediu que Policarpo de Esmirna o chamasse de “primogênito de Satanás”, devido as suas heresias doutrinarias, que fortaleceram o movimento gnóstico chegando ate o século XIII. Precisamos voltar a defender as doutrinas Bíblicas em nossas igrejas, para que as pessoas do nosso tempo possam entender a verdade do evangelho que nos proclamamos e não permitir que os cristãos sejam cooptados por marcionistas da atualidade.