Alguns dias atraz, encontrei um antigo pastor de Barra de São João, já jubilado na casa dos 70 anos e com cerca de 40 anos de ministério pastoral. Após liderar diversas igrejas na Região dos Lagos, durante anos seguidos, ele se encontrava trabalhando na reconciliação e aconselhamento de casais, mais principalmente na reconciliação de homens com Deus. Depois de uma conversa amiga, que não durou 20 minutos, ele se confessa cansado e decepcionado com o pastorado, e revela para meu espanto, que caso fosse mais jovem, abandonaria o ministério para o qual foi chamado por Deus. Em suas considerações, não existe mais espaço para os pastores da reconciliação , desde que o significado da vocação pastoral foi completamente perdido e abandonado pelos pastores-executivos da igreja moderna, que se tornou um supermercado da fé com suas prateleira repletas de alimentos industrializados ao gosto do freguês. Para o pastor da reconciliação, que conhece suas ovelhas pelo nome, as mudanças ocorridas na igreja, que esta prestes a completar 100 anos de fundação, são tão profundas e rápidas que o ministério pastoral perdeu suas características bíblicas, bastando apenas observar os novos executivos eclesiásticos, com seus laptops no púlpito ao invés da Bíblia, suas agendas eletrônicas , o telefone celular de ultima geração, alem de um batalhão de assessores para atender uma agenda de pregações em cruzadas congressos e conferencias , que não lhe permitem visitar suas simples ovelhas. O pastor da reconciliação, não possui fôlego suficiente para competir com os pastores executivos, sempre com suas agendas repletas de compromissos profissionais, onde não encontra tempo suficiente para orar pelos doentes, para construir amizades verdadeiras e profundas, para cuidar das ovelhas feridas. Por outro lado, nosso pastor da reconciliação, com sua experiência de vida e comunhão com o Sumo Pastor, revela-nos com alegria na alma, a ausência da necessidade de ser reconhecido, admirado e aclamado pelas ovelhas, pois entende, que toda gloria seja apenas para o Senhor, e que Jesus tinha discípulos e não um fã clube.
O pastor da Reconciliação, diferente dos pastores-executivos, entendem que quando assume o púlpito aos domingos, não precisa vestir a fantasia de “Messias” intocável e papa infalível, antes chora com muita humildade, pedindo misericórdia e graça ao Senhor da Igreja. Depois da curta conversa com o Ancião que orou pelo meu noivado em uma garagem de automóvel a quase duas décadas atraz, fiquei feliz por sentir um frio na barriga, todas as vezes que subo ao púlpito para pregar a reconciliação dos homens com Deus. Pois isto, revela que não fui alcançado pela profissionalização da fé.
Baruck Há Shem!
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