sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Doenças Pastorais

Infelizmente, no Brasil, ataques a Igreja de Cristo e os desmandos de alguns pastores tornaram-se corriqueiros, sem que os grandes rebanhos populares consigam ultrapassar a barreira da impotência, face a dilapidação do patrimônio ético e moral a luz das Escrituras Sagradas deixados pelo Senhor da Igreja. Na verdade, a igreja evangélica brasileira através de um dos seus segmentos que mais cresce no pais e com seus pastores ditadores, padecem de certas doenças graves, que tem levado a morte de muitas ovelhas para os quais ainda não buscou o remédio eficaz da raiz de Jessé, correndo o risco com a aplicação do evangelho genérico levar a morte a igreja antes fundamentada no amor de Cristo e na doutrina dos apóstolos. A sobrevivência dos feudos religiosos e todos os seus filhotes, como o clientelismo, o patrimonialismo a distancia entre o alto clero e as ovelhas feridas, esta ainda fincada em passado histórico “de senhores” em que as frágeis conexões entre o servo e a teologia Bíblica permitiam manipulações por parte dos “ungidos”, diante de uma cidadania cristã frouxa e incipiente que, por muito tempo, enxergou no pasto seco que recebia do púlpito pobre, como “bênçãos” do pastor senhor. E ainda hoje em algumas placas denominacionais, onde predomina o governo episcopal centralizador escasseiam instrumentos para tornar mais audível o balir das ovelhas. Pois bem . A indiferença revelada por parte significativa do rebanho, quanto ao destino do que lhe pertence, atua como estimulo para deformar a burocracia eclesiástica, que em lugar de servir aos que necessitam, passa a condição de “ senhores da igreja” contrariando as palavras do Cristo Vivo: Eu vim para servir e não para ser servido. Não se pode ignorar que tais desfigurações de algumas denominações evangélicas, com suas estruturas arcaicas relacionam-se diretamente com a desconfiança pastoral sobre eles mesmos, fazendo parecer que, em cada passo do ministério , a preocupação com o controle opressor do rebanho sufoca o avançar da igreja, quando deveria assegurá-la. Por outro lado, todo um conjunto de leis, regulamentos, regimentos sem provimento bíblico, funcionam como “camisas de força” sobre as ovelhas, visando legitimar o abuso de poder e terminam atuando como bloqueios para o verdadeiro crescimento espiritual. Em uma Igreja da Região dos Lagos , um pastor sexagenário, que se intitulava o “senhor da igreja”, impôs o voto de silencio a um pastor auxiliar, proibindo-o de pregar a Palavra e ate mesmo fazer orações públicas, com receio de perder o cargo de presidente vitalício, do tipo: “Daqui não saio, daqui ninguém me tira”.
Posso parecer, mais não sou pessimista. A despeito de seus muitos problemas , a igreja evangélica brasileira e seus pastores em sua maioria permanecem de joelhos diante da Cruz de Cristo, resistindo as tentativas da doença síndrome de Lúcifer em destruir a igreja de Cristo com autoritarismo sacerdotal, sede de poder político, nepotismo, simonismo e etc. Ainda bem, que as Escrituras Sagradas nos afirma que: “ As portas do inferno não prevaleceram contra a igreja do Senhor”. Enquanto alguns “ senhores da Igreja” , com suas franquias e capitanias hereditárias, continuam se servindo da igreja, uma parte considerável do rebanho, os quais vamos chamar de tementes a Deus, vão continuar caminhando em direção a nova Jerusalém, porem sempre olhando para Jesus, o autor e consumador da nossa salvação. Já outras ovelhas, que alguns chamariam de teimosas, vão continuar orando persistentemente para que os espantalhos que hoje, ocupam a cadeira de Moises e assustam o beija flor, porem atraindo os urubus possam se converter e retornarem ao caminho bíblico. Como bem declarou o pastor Ricardo Agreste no texto atualíssimo: “ Entre pastores e tosquiadores”, muitos pastores do século 21 tem usado seu poder de influencia para induzir as pessoas a fazer aquilo que lhes beneficia, onde não é difícil encontrarmos pastores nos púlpitos, nas rádios e nas emissoras de TV, gastando mais tempo falando de suas realizações pessoais e de suas megas igrejas do que no verdadeiro pastoreio que consiste na centralidade da obra de Jesus na vida cristã. Muitos pastores, levantados por Deus, que esbanjavam saúde espiritual, foram acometidos pela síndrome de lúcifer e se transformaram em tosquiadores, vivendo da lã produzida pelas ovelhas. Precisamos orar mais a Deus, para que o Senhor possa sarar os seus sacerdotes que mudaram de visão pastoral para a visão empresarial, e possam retornar ao verdadeiro pastoreio, e não sejam enquadrados nas Escrituras: Meu povo tem sido ovelhas perdidas; seus pastores as desencaminharam e as fizeram perambular pelos montes. Elas vaguearam por montanhas e colinas e se esqueceram do próprio curral” (Geremias 50.6). Bruch Há Shem!

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