quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Lealdade na espera


Assim que meu pai, comprou nossa primeira TV preto e branco em 1970, para assistirmos a Copa do México, onde o Brasil foi campeão com a seleção canarinho, todos os anos no período das festas natalinas, chamávamos os vizinhos para assistirmos um filme épico que falasse de Jesus ou do povo Hebreu, e derramávamos litros de lagrimas com o “ Manto Sagrado”, estrelado por Victor Mature, “ Os Dez Mandamentos”, de Cecil B. Mille e , “Jesus de Nazaré”, de Franco Zefirelli. Quando da crucificação e morte de Cristo, todos os anos, minha mãe e eu nos abraçávamos chorando, como se tivéssemos perdido um ente querido muito presente em nossas vidas. Nunca consegui tirar da cabeça uma das seqüências finais, onde Jesus declara: “ Toda via, digo-vos a verdade. Convém que eu vá, porque se Eu não for, o consolador não vira para vós. Mais se eu for, eu o enviarei”. (João 16.7). Naqueles tempos de inocência, perguntava a minha mãe, quando Jesus haveria de voltar? Se seria no próximo natal, ou quem sabe no dia do meu aniversario? Minha mãe cheia de convicção e fé, afirmava: Quando Deus mandar. Cabe a nos, apenas aguardar com lealdade sua volta nos céus.
A medida que ia crescendo, todas as vezes que se aproximava uma tempestade, olhava para os céus e ficava a perguntar: será agora sua volta? Passaram-se os anos, me batizei nas águas e depois fui batizado no Espírito Santo. Casei-me e gerei filhos. Almejei o episcopado e fui ordenado. Apascentei o seu rebanho. Preguei em seu nome e continuo aguardando seu retorno. Porque se Ele prometeu, certamente cumprirá. Cabe a nos apenas esperar. Bem, como estafamos falando de filmes triste, semana passada foi apresentado a platéia carioca no Festival de Cinema do Rio de Janeiro, o filme “Hachiko-A dog´s Story”, de Lasse Hallstrom. Hachiko, um cachorro da raça akita, nascido em 1924 em Tóquio, pertencia a um professor que morava no bairro de Shibuya. Todos os dias, o cão acompanhava o dono ate a estação de trem, quando ele ia para o trabalho. Todos os dias também, Hachiko, as 15 horas, voltava a estação para receber o professor, durante anos. Certo dia, o professor partiu no trem, deixando Hachiko na estação, porem ao chegar ao trabalho, teve um enfarto fatal, vindo a falecer. Porem, durante 10 anos Hachiko até morrer de velhice, foi todos os dias, as 15 horas, até a estação de Shibuya, esperar seu dono. Ficou conhecido em todo Japão após reportagem publicada no “Asahi Shimbu” como símbolo de lealdade ganhando inclusive uma estatua erguida enfrente a estação ferroviária de Shibuya. Definitivamente, “Hachiko”, deu prova de lealdade ao seu senhor, maior do que muitos cristãos que se desviaram no meio do caminho, e deixaram de crer na promessa de que Ele, o Senhor de nossas vidas, um dia voltará para buscar sua igreja, quando Deus Pai determinar. Baruch Há Shem!

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