quinta-feira, 12 de março de 2009

Ainda Existe Simonia?


Recentemente fui convidado para participar da consagração de pastores em uma igreja neo-pentecostal, instalada a pouco tempo na cidade. Chegando lá, deparei-me com uma situação desagradável, pois um dos pretensos ordenados ao ministério pastoral, tinha pouco mais de 6 meses de vida cristã, porém uma conta bancária polpuda. Após conversar com discípulo de Simão Mago, que procurou comprar do apostolo Pedro, o poder de transmitir pela imposição das mãos o Espírito Santo para efetuar milagres, cheguei a conclusão de que a pratica da simonia com a ordenação para cargos eclesiásticos em troca de uma gorda contribuição financeira pra a igreja, continua de maneira nefasta sendo exercida, criando uma legião de obreiros desaprovados e com a multiplicação de novas denominações ou agencias da teologia da prosperidade pelo Brasil. A prática da simonia que tantos problemas causou a postura moral da Igreja na Idade Media, sendo condenada pelo reformador alemão Martinho Lutero ao escrever suas 95 teses e contestar a autoridade papal de Roma, continua avançando nos bastidores de algumas denominações lideradas por pastores mercenários, causando um verdadeiro estrago na igreja atual. O escritor Dante Alighieri, autor do clássico “ Divina Comedia” onde condena os simonitas ao oitavo circulo do inferno, e onde descreve o papa Nicolau III enterrado de cabeça para baixo, com as solas dos pés em chamas, se vivesse nos dias de ufanismo da igreja evangélica brasileira, certamente ficaria escandalizado com a prática de tal pecado, por lideranças sem compromisso com um verdadeiro evangelho do reino de Deus. Em muitas igrejas, onde o pastor exerce o poder episcopal, a simonia também é praticada como troca de favores políticos e eclesiásticos para plena manutenção de poder perpetuo, onde obreiros neófitos são ordenados ministros do evangelho e acatam suas decisões sem nenhuma contestação Bíblica, ainda que a igreja local tenha se transformado em uma sucursal de Laodiceia. Urge que Deus levante novos Luteros em pleno século XXI para extirpar de uma vez por todas esse câncer da historia do cristianismo, que tem alcançado longevidade pecaminosa.

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