"Bem-aventurados os que trilham com integridade o seucaminho, os que andam na lei do Senhor" (Salmos 119.1).Conta-se que um fazendeiro, precisando ir à cidade com certa urgência, incumbiu um dos seus empregados a iniciar a aradura de um pedaço de chão, que ficava ao lado de um pequeno pasto. O empregado, sem experiência nessa atividade, mostrou-se inseguro, alegando dificuldade em manter o arado em direção firme. Para ganhar tempo, o fazendeiro apressado sugeriu que ele procurasse traçar o primeiro sulco olhando na direção de um cavalo, que pastava a curta distância. Os demais sulcos viriam paralelamente e todos ficariam em linha reta.Na certeza de haver sido claro, o patrão tomou o seu carro e rumou para a cidade, onde teria de aproveitar muito bem o tempo na efetivação de negócios já pendentes. O dia passou célere e à tarde o fazendeiro voltou satisfeito, com oresultado das suas negociações. Entretanto, tão logo saltou do carro e olhou em direção ao terreno a ser arado na sua ausência, ficou desapontado porque toda a extensão da terra fora sulcada em ziguezague e não em linha reta, como haviarecomendado.Chamando o empregado, reclamou sobre a gravidade do erro cometido, que prejudicou o trabalho da semeadura já em fase de atraso. Entretanto, sem se preocupar nem um pouco com o nervosismo do patrão, o empregado se justificou explicando:- O senhor não recomendou que eu fizesse o primeiro sulco, pelo menos, olhando na direção do animal que pastava ali perto da figueira? Pois foi isso, exatamente, o que eu fiz...- Sim, achei que seria essa a maneira mais segura de orientá-lo, assim às pressas. Mas, o que tem a ver a minha orientação com o disparate dos seus ziguezagues? Pois foi para evitar isso que eu fiz a sugestão...- Acontece que, enquanto eu arava com os olhos fitos no cavalo, ele se movimentou para a direita, quando foi beber água; depois para a esquerda, ao voltar para descansar à sombra da figueira, e eu fui acompanhando com o arado asdireções que ele tomava. O resultado foi esse... Tive culpa?Podemos pensar até que esse empregado não seria muito normal. Onde já se viu cometer um erro tão primário? Qualquer pessoa, por mais leiga que fosse na arte de sulcar a terra, saberia conduzir o instrumento na direção apontada, mesmoque o animal já se houvesse saído do local. Pode ser que tenhamos certa razão em nosso raciocínio, mas na verdade há muita gente tida como normal e inteligente, cuja vida é toda traçada em ziguezagues. Nunca se permitem conduzir emlinha reta, isto é, não firmam jamais suas convicções, seus ideais, seus alvos. Por qualquer razão mudam de idéia. Não se mostram seguros em qualquer aspecto da vida e por esse motivo nunca se realizam e nem desfrutam de uma alegriaperene que é fruto da segurança, especialmente no sentido espiritual. Por isso o salmista falou: "Felizes os que trilham caminhos retos."
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