sábado, 20 de junho de 2009

Aprendendo a lavar os pés


Você almeja o episcopado? Sente que Deus o chamou para ser um pastor? Sente orgulho de pertencer a igreja local que mais cresce no bairro, que pertence a uma das maiores denominações evangélicas da Nação? Sente orgulho de ser ovelha de um pastor famoso com vários livros teológicos publicados e pregador do evangelho na grande mídia eletrônica, que veste terno Armani, que possui um carro importado ultimo modelo? Se este é o sentimento que enche o seu coração e fazem os seus olhos brilharem, ao invés de derramarem lagrimas pelas almas perdidas, tenha certeza que deve colocar o orgulho e a sede de poder de lado, pois ambos destroem a vida espiritual dos pastores. O orgulho o forçara a buscar as melhores posições na igreja por conta do seu conhecimento acadêmico e teológico, devido a entrega dos dízimos e ofertas gordos, por causa da sua pregação eloqüente com textos bíblicos decorados. Tudo isso vai acontecer, ao invés de levá-lo ao lugar que Deus escolheu para você. O orgulho cega as pessoas, principalmente no ministério pastoral, levando-as a considerarem os membros da igreja, seus servos em uma relação feudal. O orgulho petrifica o coração e faz-nos esquecer de que a soberba precede a ruína, e a altivez de espírito, a queda.
Conta-se que certa noite de culto festivo , foi convidado para pregar na Catedral da Assembléia de Deus em Madureira, no Rio de Janeiro pelo saudoso pastor Paulo Leivas Macalão, seu filho, o jovem missionário Paulinho, que ao subir os degraus em direção ao majestoso púlpito daquela catedral, estufou o peito e olhando de maneira altiva para as ovelhas, prometeu pregar o melhor sermão na historia da Igreja, um dos berços do Movimento Pentecostal na cidade do Rio de Janeiro. Depois de uma hora de pregação com citações de heróis da fé cristã, depois de ler vários versículos bíblicos e entoar alguns cânticos e falar a língua dos anjos, o apelo foi feito para conversão de vidas, com a certeza diante da retórica, que dezenas de pessoas haveriam de se arrepender de seus pecados, entregando suas vidas a Jesus. O primeiro, o segundo, o terceiro apelo foram feitos, mais ninguém se levantou do lugar.
O jovem pregador, agradeceu a oportunidade e desceu do púlpito triste e envergonhado, e cabisbaixo, como jamais estivera em sua vida. Seu pai, um homem de Deus, muito humilde e com grande comunhão com o Senhor, declarou : “ Meu filho, se você estivesse subido ao púlpito como desceu, com humildade no coração, Deus teria te exaltado e o Espírito Santo teria convencido os pecadores a se arrependerem e Jesus teria se alegrado nos céus”.
Jesus começou seu ministério com os discípulos com esta declaração : “Bem aventurados os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos Céus” ( Matheus 5.3). o orgulho é o oposto da humildade e da confiança centrada em Deus. O orgulho é uma visão destorcida de quem realmente somos. O monge alemão Martinho Lutero, no livro de Jesus, declara que ao lavar os pés dos discípulos, Jesus Cristo deu um exemplo de amor e humildade, pois esta é a natureza do amor cristão, servir e sujeitar-se uns aos outros. Em nossas igrejas, observamos muito entusiasmos e desejo de vários jovens de serem alçados ao ministério pastoral, não para servirem e sim para serem servidos, contrariando o que Jesus disse: “ Porque eu vos dei o exemplo, para que, com eu vos fiz, façais vos também” ( João 13.15). Certa vez , ouvi de um pastor pentecostal em Barra de São João de que ele, sentia muito orgulho de ser o presidente da Igreja, pertencer a elite da denominação. o que poderia ser motivo de alegria para ele, tornou-se ondas de tristeza para igreja com sucessivas crises ministeriais. Os pastores que são nomeados para as igrejas ou os que são eleitos pela igreja, devem pensar antes de falarem o sentimento do seu coração. Devem verificar seus atos e a influencia sobre a igreja e o corpo ministerial. Se você não estiver ajoelhado aos pés de Cristo, usando a toalha de servo, então esta ano lugar errado. Baruck Há Shem!

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