domingo, 20 de julho de 2008

Saindo na benção



Faz alguns meses, que um pastor amigo e conhecido de longas datas, esteve em meu escritório para comunicar que estava saindo da Igreja e da denominação pentecostal, o qual ele pertencia a cerca de 30 anos. Onde havia se batizado nas águas e no Espírito Santo. Onde havia se casado com sua Rebeca. Onde seus filhos haviam sido apresentados no templo. Onde ele havia sido ordenado ao Ministério Pastoral e após dirigir diversas congregações pelo Estado em obediência ao chamado de Deus se encontrava em litígio com seu superior eclesiástico, que segundo ele por motivos de vingança e perseguição, queria removê-lo para um lugar distante onde o evangelho não frutificava. Aquele pastor com aspecto cansado e com tristeza nos olhos estava com o coração dilacerado por estar quase que sendo expulso pelo suposto dono da Igreja, que naquele caso, não era Jesus,como ensinava as Escrituras Sagradas. Aquele pastor com a face sulcada pelo sofrimento ministerial, contava-nos que lhe fora cerceado o púlpito, a exemplo do que acontecera com João Wesley, lhe fora imputado o silêncio por ter questionado determinadas atitudes, tais como: a falta de transparência no uso dos dízimos e ofertas, onde o pastor não prestava nenhum relatório financeiro a membrezia.
Aquele desabafo, mas parecia um filme de horror religioso, onde muito de nós já passamos por isso. Naquele momento após orarmos juntos e buscarmos um conselho de Deus, para um ministro do Evangelho que deixa sua igreja amada em circunstância não tão satisfatórias, lembrei-me do aconselhamento feito pelo pastor Calvin Wittman, titular da Igreja Batista de Applewood no Colorado – EUA, na saída dos pastores debaixo da benção. Onde ele ensinava:
Quase todos os crentes já viram esse filme e muitos de nós já passamos por isso: um pastor que deixa sua igreja em circunstâncias não tão satisfatórias. Mesmo que certamente não seja do jeito que Deus queira, permanece o fato de que muitos pastores são forçados a deixar a igreja a que servem sob fogo cerrado. E mesmo que seja impossível evitar totalmente essas realidades infelizes, existem alguns princípios que, uma vez aplicados, podem ajudar a tornar a transição mais fácil para os dois lados – tanto o pastor quanto as igrejas. Então, se você se encontra na situação de ter que deixar, ou mesmo de querer deixar sua igreja, se surgir a oportunidade, aqui estão alguns detalhes a considerar.

1. Reconheça que a igreja ainda pertence a Deus e só ele pode fazer o que deve ser feito.
Você não precisa consertar tudo antes de sair. Como já deve ter percebido, muitas das coisas que forçaram sua saída, se é que a forçaram, são genéricas e já existiam na congregação muito antes de sua chegada. Se você não conseguiu perceber uma mudança entre as pessoas enquanto estava servindo lá, é muito improvável que consiga realizar essas mudanças quando estiver de saída. Existem algumas que você deve consertar antes de sair – mas não é necessário certificar-se de que tudo, e todo mundo, seja consertado. Deus é capaz de fazer isso muito melhor que você; então, deixe para Ele.

2. Perdoe aqueles que erraram com você
Perdoar o tornará livre para completar seus próximos objetivos, enquanto o rancor o faz prisioneiro do passado. Seguir em frente e deixar Deus cuidar daqueles que lhe maltrataram não é só bíblico, mas também muito prático. Depois de deixar uma igreja onde fui maltratado, tomei uma decisão consciente de não guardar rancor nenhum do mal que me foi feito.
A atitude de deixar isso para trás e seguir em frente me permitiu mudar diretamente para mais produtivo e frutífero ministério que conheço. Como é muito fácil levar as coisas para o lado pessoal, principalmente quando sua família está envolvida, devemos sempre nos lembrar de que somos servos do Senhor. Se sofrermos para a glória do seu Reino, então qualquer um que passar o que nós passamos e pregar o que nós pregamos terá o mesmo destino. Isso é um grande consolo.

3- Deixe que suas palavras de despedida reflitam a graça de Deus, e não ressentimento
Quando estamos de saída, é frequentemente tentador dizer coisas que não nos sentíamos à vontade para falar antes. Falar o que está “realmente pensando” quando você estiver de saída só servirá para destruir, sem necessidade, relações que foram construídas ao longo de tanto tempo. Além disso, as pessoas que ficaram ao seu lado nos dias difíceis se sentirão traídas se você agir de uma maneira profana na sua saída. Prove que a fé que elas depositaram em seu caráter e liderança não foi desperdiçada.
Sua esposa e filhos também estarão acompanhando todo este processo, e eles vão se lembrar de como você lidou com tudo. Seja um exemplo da graça de Deus. Afinal, sua melhor vingança é o espírito bom e generoso, conforme Romanos 12.20. ao sair de uma igreja, seja por qualquer motivo, procure dizer coisas positivas e que sejam verdadeiras. Por exemplo, o que Deus lhe ensinou ali? Como Ele o fez crescer naquela comunidade? E quais são as coisas positivas que você leva desta experiência? Lembre-se: uma das coisas mais trágicas no mundo é a dor desperdiçada. Ache algo bom para dizer. A dificuldade é melhor maneira de ver quem você realmente é. Ao sair, esmo que seja machucado, faça uma escolha consciente, para a graça de Deus.

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