quinta-feira, 9 de julho de 2009

O Patriarca Enock continua vivo.


A Catedral da Assembléia de Deus em Cabo Frio, se prepara para sediar uma Assembléia Geral extraordinária da Convenção Estadual, reunindo cerca de 2 mil obreiros assembleianos no ano em que se comemora 69 anos de fundação do trabalho pentecostal na Região dos Lagos. No telão da igreja, provavelmente será exibido a foto do pastor Enock Alberto Silva, com seu rosto sulcado pelo vento e o sol escaldante da antiga terra do sal. As novas gerações de obreiros, não conheceram esse alagoano de poucos sorrisos, barbeiro de profissão, que trocou a navalha pela Bíblia e durante 40 anos plantou igrejas, desde Rio Douro na grande São Gonçalo até Santa Maria Madalena na região Serrana Fluminense.
Não importa se você o conheceu. Você ainda continua ouvindo suas curtas palavras, porem repletas de autoridades e unção: “ Jesus Salva, Cura, Batiza com o Espírito Santo e vai nos levar para o céu”. Você ainda freqüenta os templos construídos pelo pr.Enock, na época em que os obreiros da Seara, semeavam com sacrifícios e lagrimas a semente do evangelho. Quem o conheceu, tem guardado as suas lembranças. Tenho-as. Numa delas, já como presbítero e solteiro, fui acompanhando o pastor Manoel Francisco de Freitas, então presidente da Mocidade Estadual, fazer uma visita ao patriarca de Madureira na Região dos Lagos e pedir-me apoio para realização de um congresso regional de jovens, mais acima de tudo aprender como aquele homem franzino de pouca instrução e recursos matérias, conseguira construir mais de 105 templos e apascentar cerca de 17 mil ovelhas. O seu humilde e pequeno gabinete, não estava a altura do tamanho do seu ministério pastoral, pois tendo passado pelas igrejas de Campos dos Goytacazes, Volta Redonda e Bauru – SP, sempre atendendo as determinações do fundador do ministério de Madureira, o não menos saudoso pastor Paulo Leivas Macalão, mantinha uma vida simples, sem nenhuma ostentação, típica dos pioneiros pentecostais. Antes de nos despedirmos e retornarmos para o Rio de Janeiro em 1982, o pastor Enock fez-me um interrogatório: “ Um presbítero não pode ser solteiro, porque você ainda não se casou?”. Sua pergunta me irritou.
- Porque ainda não encontrei a moça certa.
- Então vou orar para Jesus colocar a moça certa no seu caminho, e o irmão se casar e se tornar um pastor aprovado.
Passado alguns anos, retornei a Cabo Frio, acompanhado do pai da moça, com quem me casaria, para pedir sua oração abençoadora como costume da época. Muito dos obreiros, ordenados ao ministério da palavra pelo pastor Enock, tais como: Benone Cardoso Valadares, Gentil Medeiros, Benedito Perreira, Jose Joaquim e outros que lhe ajudaram a pastorear esse imenso rebanho na região, já estão na gloria, após terem combatido o bom combate. Porem a semente que foi lançada pelo alagoano taciturno, continua germinando, crescendo e dando excelentes frutos para a Gloria do nome de Jesus. Quando no dia 12 de junho de 1996, madrugada de uma quarta feira, o pastor Enock descançou no Senhor, eu não estava presente em Cabo Frio. Tão pouco quando seu corpo foi velado no antigo templo de São Cristovão, hoje a imponente Catedral. Na minha memória ele continua vivo, e com muita alegria, fazendo uma oração abençoadora, pois este é o papel verdadeiro do bom pastor que através de seu pastoreio e das características que forjou em Cabo Frio, o evangelho foi apresentado na Região dos Lagos e o fogo do Espírito Santo aqueceu o coração de milhares de crentes pentecostais. Baruch Há Shem!

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