Entra ano e sai ano, e a História se repete. Milhares de templos são abertos e outros milhares são fechados. Milhares de pastores são ordenados para servir a Igreja e outros milhares são excluídos, se desviam ou causam escândalos. Muitas igrejas crescem, outras incham e algumas estão acomodadas num estado de letargia. Na virada do ano, tive oportunidade de pregar em uma congregação com 15 Anos de Fundação e apenas 15 crentes batizados, ou seja, 1 crente por ano. E nós pregamos que Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente. O que está acontecendo com a Igreja de Cristo no Brasil? O que está faltando para um verdadeiro avivamento espiritual?
Não se ouve mais profetas pregando arrependimento de pecados e mudança de vida. O que temos na mídia e nos púlpitos das mega-igrejas é o evangelho da Prosperidade e da auto-ajuda. Mas até quando? Parece que estamos vivendo os dias do profeta chorão na Terra de Benjamim, durante os reinados de Josias e Zedequias, pregando o concerto de Israel: “Emendai os vossos caminhos e as vossas obras, e eu os farei habitar neste lugar. Não vos fieis em palavras falsas, dizendo: Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor é este (Jr 7: 3-4).
Revendo a História do Movimento Pentecostal com seu início na Rua Azuza, onde Jesus usou um pastor cego de um olho, William Seimour, para pregar o avivamento em um púlpito improvisado de caixote de laranjas e o Senhor derramou do seu poder com salvação de vidas, chamando a atenção das autoridades e da imprensa da época. O Evangelho naqueles tempos era pregado de maneira simples por homens simples e Deus operava maravilhas.
No Brasil em Belém do Pará, também não foi diferente com Daniel Berg e Gunnar Vingren, anunciando as Boas Novas para os ribeirinhos e depois alcançando todo o território nacional com a explosão do pentecoste.
Naqueles dias se pregava nos mais longínquos vilarejos a luz da lamparina e com o som de uma acordeon ou pandeiro, por homens sem formação teológica ou musical, porém cheios do Espírito Santo e assim como em Atos dos Apóstolos, todos os dias o Senhor acrescentava a Sua Igreja – At 2:47. De uns tempos para cá, a vocação pastoral tem se transformado em mais uma opção profissional e o Evangelho genuíno foi acrescentado com a visão marqueteira para encher os bancos da “Igreja-Empresa”. A verdadeira visão espiritual, foi trocada pelos “visioneiros profissionais”, que somente enxergam carros importados, chaves de casas de praia e contratos milionários de empregos ganhando em dólares. Na passagem de ano, tomamos conhecimento que uma Igreja sexagenária na Região dos Lagos, fechou as portas durante uma semana e o pastor saiu de férias. Já outra igreja no Rio de Janeiro, os jovens foram pular ondas na praia de Copacabana em meio ao sincretismo religioso. Tudo isso, vem de encontro a profecia de Jeremias: “Os líderes do povo são insensatos e não consultam o Senhor, por isso não prosperam e todo seu rebanho está disperso”. (Jr 10:21). Graças a Deus, ainda existem os remanescentes, aqueles que buscam a verdade, o perfeito e simples Evangelho da graça de Cristo, sempre tendo a esperança maior no Senhor da Igreja, e sempre repetindo a palavra do profeta Habacuque: “Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide. Ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento, ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas e nos currais não haja gado, todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação”.
Necessitamos voltar com urgência aos primórdios da Igreja, onde o povo junto com os sacerdotes oravam e jejuavam buscando a grande manifestação do poder de Deus. A Igreja não necessita de data show, telões, grupos de coreografia, pregador de aluguel, profetas que invocam anjos, música gospel para buscar um avivamento verdadeiro.
Jesus, não mudou e jamais mudará. Portanto, sua noiva também não pode mudar. Não pode abrir mão da pregação bíblica, da oração sincera e do jejum mortificador da carne, pois somente assim, “o fogo arderá continuamente sobre o altar e não se apagará”. Lv 6:13. Baruch Há Shem!
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