Algum tempo atrás, um jornal carioca de grande circulação, publicou um anúncio de uma igreja no mínimo inusitado:
“Precisa-se de um pastor”, que tenha dons especiais, boa palavra, simpático, amoroso e experiência no meio religioso. Paga-se bem, com todos os direitos trabalhistas.
Procurar igrejas, tal, tel, tal...
Estamos vivendo dias, em que o ministério pastoral deixou de ser chamado vocação sacerdotal, para tornar-se profissão com uma disputa selvagem no mercado religioso, onde as técnicas de marketing e manipulação estão lotando auditórios ávidos por riquezas materiais propaladas pela teologia importada da prosperidade. Relendo o clássico “O Pastor Desnecessário” do pastor canadense Eugene Peterson(foto), depois de mais de 40 anos de pastorado, de que existem em nossa cultura secular forças poderosas, determinadas a transformar Jesus em um sábio camponês, simpático, errante, que ensinou como viver bem, com uma sabedoria simples e estão determinadas a transformar-nos, os pastores e líderes da Igreja em figuras religiosas simpáticas, homens que orientam em momentos de dificuldade, tais como morte, enfermidade, desempregos e que levantam a auto-estima a caminho do céu, sem porém pregar arrependimento de pecado, pois isto está fora de moda. O Evangelho que leva multidões aos templos e estádios, que dá audiência aos tele-evangelistas, segundo as leis de mercado, é a pregação água com açúcar, recheada de palavras de auto-ajuda.
A competição entre pastores e suas respectivas denominações, seguindo a lógica da concorrência predatória, está nos reduzindo à profissionais da fé, em réplicas de políticos que usam a tribunas na procura do poder, influência e prestígio.
Alguns meses passados, o prefeito de Rio das Ostras, convidou um pregador famoso que está na mídia nacional para pregar na cidade, ao que ele pediu de oferta para seu ministério, cerca de oito mil reais, pois segundo ele, um pastor vitorioso é um bem sucedido executivo da fé, que necessita se trajar com ternos de corte italiano, sapatos como alemão, gravatas de seda, carro importado, e tudo isso, custa muito caro.
Em uma igreja assim, cujos líderes ostentam riquezas e glórias humanas, fica difícil cultivar uma verdadeira palavra de Jesus, crucificado e ressurreto. Durante meu período no seminário, aprendi com professores experientes e pastores idôneos, que é obrigação dos pastores manterem clara a distinção entre as mentiras do mundo e a verdade do Evangelho.
Para minha decepção, após 10 anos de ordenação pastoral, é que houve inversão de valores em muitas Casas de Oração. Pastores de cabeça branca abandonaram o compromisso de manter vivo a proclamação das Boas Novas e de olhar pelas almas perdidas e tornaram-se animadores de platéia, fazendo vista grossa ao pecado que silenciosamente está destruindo a vida de muitas ovelhas, a exemplo do sacerdote Eli.
Há forças do Inferno que de maneira poderosas, algumas sutis e outras a luz do dia, estão tentando domar os verdadeiros pastores a servirem o Deus desse mundo e abrirem mão de suas identidades. Na primeira semana de agosto, estive na Catedral das Assembléias de Deus de Campos dos Goitacazes, Norte – Fluminense, durante as comemorações dos 70 anos de Fundação do Templo. Majestoso e imponente a beira da rodovia que corta a cidade. Ao observar a galeria dos pastores que pela terra dos Goitacazes passaram, lembrei-me do saudoso pastor Enock Alberto Silva, considerando o apóstolo pentecostal da Região dos Lagos, que durante mais de 40 anos, construiu cerca de 105 templos e chegou a liderar um rebanho com quase 17 mil ovelhas, que não passou por nenhum seminário bíblico, antes freqüentava a Escola Dominical na Igreja Batista em Alagoas e quando foi alcançado pelo fogo pentecostal e transferiu-se para a Assembléia de Deus. Pastor Enock, homem simples e forte como todo sertanejo brasileiro, ganhava a vida no início de seu ministério. Sem ser pesado a Igreja, como barbeiro. Após pastorear as igrejas de Campos, Volta Redonda e Bauru-SP, foi empossado pelo patriarca do Ministério de Madureira, pastor Paulo Leivas Macalão em Cabo Frio permanecendo até sua jubilação em 1988.
Certa vez, ao conversar com ele no seu gabinete, após comunicar-lhe o noivado com Ruth Gomes da Silva, filha do então presbítero Enéas Gomes, um dos fundadores da Assembléia de Deus em Barra de São João, perguntei-lhe como deveria fazer para tornar-me um bom pastor?
Pastor Enock com sua simplicidade e humildade respondeu-me: “Nunca seja um pastor profissional, procure sempre seguir ao Senhor Jesus Cristo, procure sempre amar ao próximo e trabalhar para levar as pessoas aos pés de Jesus. O resto e desnecessário, pois nunca chegaremos à condição do bom pastor”. Lembrando de suas sábias palavras, fico a pensar, que bons tempos aqueles, em que podíamos encontrar pastores imitadores do Rei dos Reis, pastor dos pastores. Baruch Há Shem.
“Precisa-se de um pastor”, que tenha dons especiais, boa palavra, simpático, amoroso e experiência no meio religioso. Paga-se bem, com todos os direitos trabalhistas.
Procurar igrejas, tal, tel, tal...
Estamos vivendo dias, em que o ministério pastoral deixou de ser chamado vocação sacerdotal, para tornar-se profissão com uma disputa selvagem no mercado religioso, onde as técnicas de marketing e manipulação estão lotando auditórios ávidos por riquezas materiais propaladas pela teologia importada da prosperidade. Relendo o clássico “O Pastor Desnecessário” do pastor canadense Eugene Peterson(foto), depois de mais de 40 anos de pastorado, de que existem em nossa cultura secular forças poderosas, determinadas a transformar Jesus em um sábio camponês, simpático, errante, que ensinou como viver bem, com uma sabedoria simples e estão determinadas a transformar-nos, os pastores e líderes da Igreja em figuras religiosas simpáticas, homens que orientam em momentos de dificuldade, tais como morte, enfermidade, desempregos e que levantam a auto-estima a caminho do céu, sem porém pregar arrependimento de pecado, pois isto está fora de moda. O Evangelho que leva multidões aos templos e estádios, que dá audiência aos tele-evangelistas, segundo as leis de mercado, é a pregação água com açúcar, recheada de palavras de auto-ajuda.
A competição entre pastores e suas respectivas denominações, seguindo a lógica da concorrência predatória, está nos reduzindo à profissionais da fé, em réplicas de políticos que usam a tribunas na procura do poder, influência e prestígio.
Alguns meses passados, o prefeito de Rio das Ostras, convidou um pregador famoso que está na mídia nacional para pregar na cidade, ao que ele pediu de oferta para seu ministério, cerca de oito mil reais, pois segundo ele, um pastor vitorioso é um bem sucedido executivo da fé, que necessita se trajar com ternos de corte italiano, sapatos como alemão, gravatas de seda, carro importado, e tudo isso, custa muito caro.
Em uma igreja assim, cujos líderes ostentam riquezas e glórias humanas, fica difícil cultivar uma verdadeira palavra de Jesus, crucificado e ressurreto. Durante meu período no seminário, aprendi com professores experientes e pastores idôneos, que é obrigação dos pastores manterem clara a distinção entre as mentiras do mundo e a verdade do Evangelho.
Para minha decepção, após 10 anos de ordenação pastoral, é que houve inversão de valores em muitas Casas de Oração. Pastores de cabeça branca abandonaram o compromisso de manter vivo a proclamação das Boas Novas e de olhar pelas almas perdidas e tornaram-se animadores de platéia, fazendo vista grossa ao pecado que silenciosamente está destruindo a vida de muitas ovelhas, a exemplo do sacerdote Eli.
Há forças do Inferno que de maneira poderosas, algumas sutis e outras a luz do dia, estão tentando domar os verdadeiros pastores a servirem o Deus desse mundo e abrirem mão de suas identidades. Na primeira semana de agosto, estive na Catedral das Assembléias de Deus de Campos dos Goitacazes, Norte – Fluminense, durante as comemorações dos 70 anos de Fundação do Templo. Majestoso e imponente a beira da rodovia que corta a cidade. Ao observar a galeria dos pastores que pela terra dos Goitacazes passaram, lembrei-me do saudoso pastor Enock Alberto Silva, considerando o apóstolo pentecostal da Região dos Lagos, que durante mais de 40 anos, construiu cerca de 105 templos e chegou a liderar um rebanho com quase 17 mil ovelhas, que não passou por nenhum seminário bíblico, antes freqüentava a Escola Dominical na Igreja Batista em Alagoas e quando foi alcançado pelo fogo pentecostal e transferiu-se para a Assembléia de Deus. Pastor Enock, homem simples e forte como todo sertanejo brasileiro, ganhava a vida no início de seu ministério. Sem ser pesado a Igreja, como barbeiro. Após pastorear as igrejas de Campos, Volta Redonda e Bauru-SP, foi empossado pelo patriarca do Ministério de Madureira, pastor Paulo Leivas Macalão em Cabo Frio permanecendo até sua jubilação em 1988.
Certa vez, ao conversar com ele no seu gabinete, após comunicar-lhe o noivado com Ruth Gomes da Silva, filha do então presbítero Enéas Gomes, um dos fundadores da Assembléia de Deus em Barra de São João, perguntei-lhe como deveria fazer para tornar-me um bom pastor?
Pastor Enock com sua simplicidade e humildade respondeu-me: “Nunca seja um pastor profissional, procure sempre seguir ao Senhor Jesus Cristo, procure sempre amar ao próximo e trabalhar para levar as pessoas aos pés de Jesus. O resto e desnecessário, pois nunca chegaremos à condição do bom pastor”. Lembrando de suas sábias palavras, fico a pensar, que bons tempos aqueles, em que podíamos encontrar pastores imitadores do Rei dos Reis, pastor dos pastores. Baruch Há Shem.
Um comentário:
Meus olhos enchem de lágrimas quando leio ou ouço histórias de pastores como a do Pastor Enock. Saudosos tempos dos pastores piedosos.
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