quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A Síndrome da Primeira Impressão


Quando fui designado para assumir a direção da maior congregação do campo de trabalho de Barra de São João no Município de Rio das Ostras, meu coração se encheu de alegria. Minha posse foi em uma sexta-feira com a Igreja vazia.
O pastor que substituí, não queria entregar a direção do trabalho, estava enraizado no púlpito e possuía o coração das ovelhas como Absalão.
Após receber as chaves do templo que possuía 40 anos de fundação com paredes sem embolso, o terreno sem muros e portões, e o livro caixa com recursos suficientes apenas para pagar a conta de energia. Naquele momento estávamos passando pelo teste da primeira impressão. Diga-se de passagem, bastante desanimadora.
Diante daquela imensa Igreja, totalmente vazia, com paredes descascadas, o teto cheio de vazamentos e ninho de pombos, instrumentos musicais velhos e caindo aos pedaços e uma membrezia composta na sua maioria de senhoras-idosas, viúvas e pensionistas, uma pergunta vinha a mente: o que eu estou fazendo aqui?
Estava claro que meu ministério pastoral, estava sendo colocada a prova. Por outro lado, o Espírito Santo me dizia: “Não desista”.
Com isso, aprendi que nunca devemos subestimar a primeira impressão, pois ela em geral é um teste.
Fico imaginando, o profeta Elias em seu treinamento avançado em Sarepta depois de viajar centenas de quilômetros por uma terra seca e estéril, e ao chegar ao seu destino desesperado por água, encontra uma mulher apanhando lenha e lhe pede água e comida. Porém, ela respondeu: tão certo como vive o Senhor, teu Deus, nada tenho cozido; há somente um punhado de farinha numa panela e um pouco de azeite numa botija; e vês aqui, apanhei dois cavacos e vou preparar esse resto de comida para mim e para meu filho, comê-lo-emos e morreremos. (I RS 17:12).
Que surpresa! Bem-vindo a Sarepta! Bem-vindo ao Palmital! A Igreja do Palmital, foi uma escola de treinamento ministerial. Pois logo na primeira semana, comecei fazendo um sepultamento do filho de um filho do presbítero auxiliar. Algo bastante animador, para não dizer o contrário, que não estava nos meus planos.
Nas primeiras semanas naquela comunidade, confesso que foi derrotado pela primeira impressão. Foi desolador. Porém, da mesma maneira como o Senhor falou com Paulo, ele me disse: a minha graça te basta!
Ao procurar conselhos com um pastor de mais de 40 anos de ministério, ele me disse:
- Sérgio, essas dificuldades você não aprende como enfrentá-los no Seminário, não permita que a decepção da primeira impressão o derrote. Olhe para as possibilidades da Igreja, obedeça a Deus sem hesitação e tenha fé nas suas promessas: “A farinha da tua panela não se acabará, e o azeite da tua botija não faltará, até o dia em que o Senhor fizer chover sobre a Terra. (I Rs 17:13-14).
Assim como a viúva de Sarepta conheceu a Deus na cozinha, olhando para a panela e encontrando farinha. Olhando para a botija e encontrando azeite. Da mesma maneira, no período em que durante 2 anos estive na Assembléia de Deus no Palmital conheci a Deus do profeta Elias, pois nunca faltou farinha como alimento da Palavra e tão pouco o azeite do Espírito Santo, para a glória do Nome do Senhor. Baruch Há Shem!

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