terça-feira, 17 de junho de 2008

Qual o teu símbolo


A linda Porsche 550 prateada zunia pelo deserto de Salinas, Califórnia, entre onduções naturais daquele asfalto quente. Dentro dela o seu dono, ator e piloto James Dean, no auge da fama partia deste mundo após emergir forte em uma lombada e encontrar uma picape Ford 1950 na contramão. A 550 nº 130, ‘Little Bastard”, com seu esguio pára-brisas e baixíssima altura não havia sido vista pelo motorista do carro maio. James também não viu o caminhão e bateu, morrendo pouco depois. Dean ganhou a imortalidade naquele momento e passou a simbolizar o que os jovens queriam questionar, dentro de jaquetas de couro sobre veículos velozes.
Dean gostava da velocidade em carros, motos, o que andasse mais. Era um apaixonado pela falsa liberdade vendida nos cinemas em uma época de glamour e transformações. Para várias gerações, James Dean, o protagonista de “Juventude Transviada”, tornou-se um símbolo de rebeldia, um ícone americano.
Todos os povos e nações possuem símbolos, alguns de poder e glória, outros de tristezas e vergonhas. Na História das Civilizações, o homem passou a adorar símbolos, como verdadeiros deuses em detrimento do Deus Vivo. Para os judeus o mais sagrado símbolo de aliança com Deus, está na circuncisão. Para eles, tornou-se um sinal de autoridade e com os séculos passaram a confiar mais no símbolo que em Deus. Para muitos na Igreja Evangélica Brasileira, o símbolo contemporâneo de certeza de salvação, está no batismo nas águas, a participação na Santa Ceia ou ser membro fundador da Igreja. Outros são aqueles, que confiam na proteção do Salmo 91, com a Bíblia aberta na cristaleira.
Ás vezes fico pensando, de que assim, como o apóstolo Paulo acusou os judeus de confiar no símbolo da circuncisão, em detrimento de sua essência, da mesma forma, poderia hoje, acusar os mesmos erros cometidos pelos crentes da Igreja Pós-Moderna..
Todos os anos, multidões de turistas religiosos viajam para Israel, para se batizarem no Rio Jordão, a exemplo de Cristo por João Batista, como um símbolo de salvação, quando está escrito, que Deus nos salva, não porque confiamos em um símbolo, mas porque confiamos em um Salvador.O mundo anseia por símbolos, principalmente os revolucionários sejam eles políticos, religiosos, científicos, onde o povo deposita sua confiança e adoração, e quando ele morre, é transformado em um mito. Não foi assim com Che Guevara?
O médico argentino Ernesto Guevara de La Serna – mais conhecido como ‘Che’, por causa do sotaque portenho – foi o braço direito de Fidel na Revolução Cubana. Um dos 82 guerrilheiros que chegaram à Ilha a bordo do Granma, Che logo trocou a maleta de remédios pela caixa de munição de um companheiro morto. Quando Fidel assumiu o poder, confiou a Che o Ministério da Indústria e, mais tarde, a presidência do Banco Nacional. Em suas andanças pela América Latina, Che Guevara visitou o Brasil em 1961, quando foi condecorado pelo então presidente Jânio Quadros com a Ordem do Cruzeiro do Sul. Quatro anos depois, resolveu deixar a ilha para propagar os ideais revolucionários pelo mundo. Após uma malsucedida incursão pelo Congo, seguiu para a Bolívia em 1966. Sem o apoio do governo cubano, porém, a guerrilha fracassou e Che foi capturado e executado pela CIA e 9 de outubro de 1967.
Morria o homem e nascia o mito. Quase 40 anos depois, sua imagem foi imortalizada como ‘ídolo pop’ graças á pintura que o artista plástico Jim Fitzpatrick fez a partir da foto de Alberto Korda. Na aldeia de La Higuera, onde foi morto, Che é cultuado como santo, ainda que não tenha ressuscitado ao terceiro dia. Não confie em símbolos humanos, pois um belo dia eles acabam ou são trocados, porém continue confiando em Deus e no símbolo maior de seu amor: Jesus Cristo, pois esse, não morre jamais.
“Os que confiam no Senhor, são como Monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre”. Sl 125.1

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