domingo, 7 de dezembro de 2008

A Disciplina da Submissão



Nem bem o ano de 2009 teve inicio e foi convocada uma reunião urgente com os oficiais de uma igreja pentecostal sexagenária na região, para resolver o problema de uma suposta rebelião em uma das congregações. No ano anterior a mesma coisa havia acontecido, quando da remoção de um jovem obreiro na direção da congregação. Parecia que a praga da rebelião, estava contaminando todos os oficiais daquela igreja, tão sofrida e exaurida com escândalos morais. O presidente da Igreja,estava decidido a tomar medidas punitivas como a exclusão sumaria do rool de membros e o amaldiçoamento do pecado de feitiçaria aos rebeldes. Aplicaria para tanto a disciplina da submissão ou seja: eu mando, e vocês obedecem. Eu ordeno, e vocês cumprem.
Para encurtar a historia, o resultado final foi o esfacelamento daquele ministério outrora dinâmico, mais que agora estava em acelerada decadência. Analisando do lado de fora, os sucessivos rachas daquela igreja, percebemos que o presidente, não conseguia entender que “liderança” e um ato de submissão a Deus. Que ser líder significa escutar todos os tipos de pessoas e de situações. Que a partir dessa escuta, podemos discernir a mente de Deus no melhor que pudermos. Esse e o preço da liderança – ele e um ato de sacrifício.
A liderança pastoral e parte e parcela do trabalho de submissão a Deus, como bem declarou o Pastor Richard Foster(foto) no Best Seller “ Celebração da Disciplina”. o Pastor ainda que seja o presidente da igreja, não é o senhor da Igreja, conforme muitos ministros pentecostais costumam agir e pensar. Há um sentimento de chamado para assumir papeis de liderança no apascentar das ovelhas de Cristo. O Pastor apascentador esta servindo pessoas e submetendo-se a Deus no melhor que pode. Alguns lideres religiosos, alteram o versículo paulino, afirmando categoricamente: “ Tudo posso, pois sou o chefe e o cargo me fortalece” . Esquecem-se de outras palavras de Paulo, quando ele nos aconselha: “Submetam-se uns aos outros como conseqüência de sua reverencia a Cristo” – pois há subordinação, marido e esposa, pais e filhos, patrão e empregado, pastores e ovelhas. Muitos jovens sacerdotes querem chegar ao topo da carreira ministerial, como presidentes de grandes igrejas, simplesmente para obterem o “ poder” de mandar e usufruir dos benefícios do cargo eclesiástico. Lembro-me da palavra do profeta Jeremias ao seu servo Baruque – “ você busca grandes coisas para si? Não as busque” – nisso resulta sabedoria e amarga experiência.
Estudando a historia do Cristianismo encontramos o papa Gregório, o Grande. Ele queria orar e estudar no mosteiro, e no entanto, quando foi escolhido para liderar a Igreja Romana, era objetivo em seu trabalho administrativo e submisso a sua vocação sacerdotal, e nessa submissão, tornou-se um grande líder religioso.
Um pastor somente estará seguro para liderar um rebanho, quando estiver livre para se submeter a direção de Deus e servir aos seus irmãos, e não ao contrario, servir-se deles, como muitos fazem, causando verdadeiras divisões no reino de Deus. Dificilmente um pastor humilde amoroso e submisso perdera as ovelhas do rebanho de cristo para o lobo devorador. Quando paixões egocêntricas derem lugar a um coração abnegado e humilde. Quando a raiva, ódio, malicia e prepotência forem substituídas pelo amor, compaixão e a disciplina da submissão, não haverá mais disputas no coração da Igreja de Cristo. Contextualizando, o puritano inglês John Flavel do século 17 no seu livro: “ Mantendo o coração”, “a maior dificuldade na conversão do homem e ganhar um coração submisso para Deus; e a maior dificuldade após a conversão e entrada no ministério pastoral, é manter o coração submisso a Deus.

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