domingo, 28 de dezembro de 2008

Tende Bom Ânimo.


Antes da virada do ano, conversei com duas pessoas que amo. De idade e sexo diferentes, crentes em Jesus, membros efetivos de denominações diferentes, porem ambas, atravessando um sentimento comum de desânimo, mediante as lutas enfrentadas no decorrer do ano. A primeira pessoa desanimada com a vida de 71 anos, por causa da chegada de um recente mal de Parkinson, que lhe tiro as forças das mãos, para cuidar de sua casa, após 35 anos de trabalho como tecelã na fabrica de tecidos Nova America em Del Castilho, subúrbio do Rio de Janeiro, sempre como uma mulher forte e independente. Que viajava para diversos lugares do Brasil, sem necessitar da ajuda de ninguém. Essa anciã de cabelos brancos e porte altivo com origem sertaneja, atende pelo nome de Ivanilde.
A segunda pessoa um homem forte, filho único, 40 anos dirigente de uma pequena congregação pentecostal em um bairro carente da periferia de Rio das Ostras, estava desanimado com o crescimento do rebanho após oito anos de pastoreio continuo e dedicação semi-integral a Obra do Senhor. Com a falta de perspectivas para 2009, resolveu passar o cajado, me convidando para assumir a direção da igreja, o qual após orações e reflexões Bíblicas, declinei. Ambos necessitavam de uma palavra de reanimação no Senhor. Foi onde me lembrei de que em certa ocasião, um dos mais atraentes personagens da história sagrada passou por vários reveses. A cidade onde Davi e outros 600 homens e suas famílias viviam foi incendiada. As esposas e os filhos foram levados cativos por seus inimigos. Todos choraram até não mais poder. Alguns ficaram insatisfeitos com a liderança de Davi e chegaram a pensar em apedrejar o seu chefe. Foi no meio dessa trapalhada toda que “Davi se reanimou no Senhor” (1 Sm 30.6). Para tomar qualquer providência, para agir com acerto e coragem, e até para começar a movimentar-se depois daquela tragédia, Davi precisou recobrar seu velho ânimo. Sem ânimo, ele não saberia o que fazer nem como fazer. O expediente deu certo. Uma vez reanimado, Davi perseguiu e derrotou os amalequitas e trouxe de volta o despojo, as mulheres e as crianças. Algum tempo antes, frente aos problemas gerados pela insegurança de Saul, Jônatas havia fortalecido a confiança de Davi em Deus (1 Sm 23.16). A esta altura foi Davi mesmo quem procurou reanimar-se no Senhor. Você já observou quantas vezes Jesus apela para a reanimação? Ao paralítico de Cafarnaum (Mt 9.2) e à mulher hemorrágica (Mt 9.22), Ele ordenou: “Tem bom ânimo”. Aos discípulos no mar da Galiléia (Mt 14.27) ou no cenáculo de Jerusalém (Jo 16.33), Jesus repetiu: “Tende bom ânimo”. E a Paulo, quando o apóstolo estava preso numa fortaleza em Jerusalém, “o Senhor, pondo-se ao lado dele, disse: Coragem!” (At 23.11). Não abra mão do ânimo. Se ele estiver em baixa, trate de renová-lo. Se ele tiver acabado, busque-o outra vez. Não cometa suicídio emocional. Apegue-se à prática diária da reanimação. O segredo da reanimação repousa na expressão “no Senhor”. Lembre que Davi se reanimou no Senhor e deu certo. Abra o Salmo 37 e veja lá estas expressões: “Confia no Senhor” (v. 3), “Descansa no Senhor” (v. 7) e “Espera no Senhor” (v. 34). São as mesmas palavras que Paulo usa na Epístola aos Filipenses: “Alegrai-vos sempre no Senhor” (v. 4). Dirija suas súplicas de reanimação a Deus. Fale abertamente de sua necessidade de reanimação. Peça sem timidez alguma: “Anima-me!”, “Fortalece-me!”, “Livra-me do desânimo”, “Dá-me outra vez o ânimo de outrora” ou “Pastoreia-me!”. Pratique o derrame de queixas e preocupações na presença de Deus. Esse desabafo espiritual esvazia sua alma de temores e abre espaço para o ânimo. Você fica cheio não de medos, mas de ânimo. Então você dirá sem vaidade alguma: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4.13), durante todo o Ano Novo. Deus o abençoe!

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