sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

O Marketing em nome do Senhor


O professor Jose Roberto Whitaker Penteado(foto), um dos mestres da escola de marketing do Rio de Janeiro, declarou em um artigo inteligente na Revista de Propaganda, que o marketing moderno completou seu centenário no mundo em 2005 e no Brasil seu cinqüentenário em 2006, quando foi fundado em São Paulo em 1956, a ADVB – Associação dos Dirigentes de Vendas na Brasil, tendo como seu primeiro presidente William James Pepper. Naquela época, marketing significava a arte de conquistar e manter os clientes, como escrevia Theodore Levitt. Em 4 décadas, as empresas que praticaram o marketing corretamente assumiram a liderança do mercado, enquanto outras desapareceram. De la pra cá, muita coisa mudou, e a falta de ética nos negócios, transformaram o instrumento do marketing em manchetes das colunas policiais, através da pratica de falsos serviços, contratos mal intencionados , roubo no peso dos produtos etc. o Consumidor moderno tem sido agredido, violentado e roubado pelos oligopólios e monopólios do mercado.
Contudo, caro leitor, você me perguntara: O que isto tem haver com a Igreja de Cristo?
Na semana do Natal de 2008, assisti a propaganda na televisão de uma mega Igreja com sua retrospectiva de intensas atividades, onde se proclamava em rede nacional, o numero de batismos, consagrações de obreiros, aberturas de novos templos, enfim sua força denominacional. No final o slogan: “Igreja Tal, uma máquina a serviço de Deus”. A Igreja deixou de ser uma agencia salvidica do amor de Deus, para ser comparada segundo os marqueteiros da Fé de plantão em maquina de consumidores religiosos do mercado. Já foi dito por alguns especialistas em crescimento da igreja, que qualquer pastor para ser bem sucedido no seu ministério, tem que investir na mídia eletrônica de preferência na televisão e com um marketing religioso agressivo, que o diferencie das centenas de denominações fundadas na onda neo-pentecostal. O ano passado, descansou no Senhor um presbítero veterano da Assembléia de Deus em Barra de São João, o irmão Fagundes, mais conhecido como “ em nome do Senhor”. Fagundes, homem simples sem nenhuma instrução, freqüentador assíduo da escola Bíblica Dominical, enquanto tinha saúde, sempre que era chamado para uma atividade Evangelística ou de Oração no seu bairro, afirmava em alto e bom tom: Em nome do Senhor, faremos evangelismo. Em nome do Senhor, oraremos pelos enfermos. Em nome do Senhor expulsaremos demônios. Na época do irmão Fagundes, nos primórdios do movimento pentecostal, a igreja crescia e avançava: em nome do Senhor. Não existiam programas de rádio e televisão. Não existiam jornais religiosos com grande tiragem. Não existia mega templos. Não existia o culto da personalidade. Não existia competição entre sacerdote para atrair as multidões com técnica de marketing. Na época do irmão Fagundes, o povo tinha os cristãos em grande estima ( Atos 5-13-B). Naqueles tempos, igual na igreja primitiva: louvava a Deus, caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor a igreja, aqueles que iam sendo salvos ( Atos 2-47). E por isso que vejo o atual sucesso ministerial de pequenas igrejas com seu crescimento baseado no discipulado do amor de cristo como uma verdadeira lufada de ar fresco, como se dizia antigamente. Gosto principalmente das palavras do irmão Fagundes, aluno dedicado para aprender na igreja, aquilo que não conseguiu nos bancos escolares, pois teve que trabalhar ainda cedo, bem menino na roça, segurando o cabo da enxada. Ele dizia coisas simples, porem de profunda sabedoria: “A ovelha gosta de carinho, amor e proteção e os auxiliares do pastor também; não se pode pregar o amor de cristo La fora, se não existe o amor aqui dentro. Ganhar almas para Jesus e importante, mais alimentar o amor de cristo no coração das pessoas com gestos e não apenas com palavras, e mais importante ainda”.”Filhinhos, não a menos de palavra, nem de língua, mais de fato e de verdade”.(1João: 3-18). Na atual crise de valores morais provocado, sobre tudo pela ganância e falta de caráter de falsos sacerdotes e confortador ver como este marketing do amor Cristão a moda antiga de evangelhos como o irmão Fagundes, continua dando certo.

Pr.Sergio cunha e Jornalista e presidente do Conselho de Pastores de Rio das Ostras.

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