quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Igreja, permaneça uma Igreja!


A Frase acima dita pelo teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer(foto) em julho de 1933 num sermão memorável antes da eleição d o Bispo Nacional da Igreja Luterana, Ludwig Muller, um simpatizante do nazismo, revela um conflito sobre o papel a ser desempenhado pela igreja como agência salvidica de Deus no mundo ou agência sócio política do Estado.
Na Alemanha nazista, muitos cristãos trocaram a cruz de Cristo pela suástica de Hitler, adotando o programa ideológico do partido socialista nacional como parte do seu credo.
Hitler passou a ser o modo do Espírito e da vontade de Deus para o povo alemão entrar na Igreja de Cristo. O cumulo do absurdo, foi o “ Sínodo Marrom”, onde os pastores da igreja alemã usaram uniforme nazista fazendo a saudação ariana, negando o púlpito aos pastores de origem judaica, condenando-os aos campos de concentração e aos fornos crematórios .
Na igreja alemã, Hitler tomou o lugar de Jesus, e passou a ser adorado como Messias. O resultado todos nos sabemos, foi a divisão da igreja protestante alemã e a colocação ode inúmeros pastores na folha de pagamento do partido nazista, visando estabelecimento do III Reich.
A separação da igreja de Cristo do Estado, e essencial para a sobrevivência da pureza do evangelho e a não corrupção de seus sacerdotes. Como bem disse Bonhoeffer, a igreja fica a deriva; quando busca o conforto dos palácios e deixa de confessar Jesus com coragem incomum e passa a aceitar sem hesitação toda idolatria e valores seculares.
As eleições municipais de 2008 revelarão uma previa das eleições presidenciais de 2010, com o crescimento dos evangélicos no Brasil e o envolvimento e participação da liderança evangélica na política partidária, onde muitos pastores, lideres denominacionais de grande expressão trocaram o púlpito pelo palanque, com conseqüências desagradáveis para o evangelho com o surgimento de inúmeros escândalos. Esta provado, que quando a igreja deixa de ser igreja e se envolve em uma guerra política usando as mesmas armas deste mundo, ela nega o evangelho genuíno, pois nessa luta pelo poder temporal, os cristãos matam os valores Bíblicos e assumem os ideais alardeados que so mascaram objetivos políticos dos mais sinistros.
Quando observo a “constantinização” da igreja evangélica brasileira, através de alguns seguimentos pentecostais, causa-nos preocupação as conseqüências em um futuro não muito distante.
Enquanto esse tempo não chega, permanece em meus ouvidos a voz da Igreja Confessante no brado de um mártir moderno: “ Igreja, permaneça uma Igreja”.

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