quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Raio X Denominacional



No final do ano de 2008, depois de 6 anos ininterruptos na presidência do Conselho de Pastores de Rio das Ostras, fizemos um balanço e resolvemos tirar umas férias do ativismo religioso, depois de quase percorrermos as cercas de 200 Igrejas da cidade. Apesar de participarmos da comunidade evangélica em pequena cidade de apenas 16 anos, encontramos representações da maioria das denominações, assim como diversas outras não filiadas a qualquer denominação, ou seja, as chamadas: independentes.
Nesses anos de reuniões pastorais, descobri que as igrejas em Rio das Ostras estão bem diversificadas, divididas entre tradicionais históricas, pentecostais e neo-pentecostais. Algumas poucas com mais de 40 anos de fundação, e a maioria ainda entrando no vigor da juventude. Algumas possuem corais, mais a maioria absoluta tem bandas de louvor com guitarras elétricas, baterias e teclados eletrônicos, projetando seus hinos em telões. Alguns oficiais das igrejas se vestem solenemente com terno e gravata, mais já existem aqueles que usam calças jeans e camisas de manga curta, afinal de contas o clima e tropical.
Aos domingos pelas manhãs durante a escola Bíblica, as igrejas histórias, estão repletas na busca incessante pelo conhecimento da Palavra. Já a noite, as igrejas pentecostais se tornaram pequenas para abrigar o povo sedento de ver deus operar seus milagres através da sua Palavra. Algumas se reúnem segunda feira, com as eternas campanhas de libertação. Outras seguem uma liturgia americana-europeia permanentes, trazida pelos missionários estrangeiros no século passado para o Brasil, outras aparentemente decidem a ordem do culto conforme a direção do Espírito Santo.
Em algumas igrejas, o culto solene o povo permanece colado nos bancos e somente o Pastor permanece em pé atrás do púlpito. Já em outras, o povo permanece quase que o tempo todo em pé, batendo palmas, movimentando o corpo e declarando: Aleluia. Existem aquelas que com uma visão integral, investem na ação social buscando alcançar os desvalidos de uma maneira “ politicamente correta”. Enfim, existe uma verdadeira diversidade eclesiástica. Conforme estudo sobre a igreja do novo testamento, percebo que desde o pentecoste, a Igreja Cristã, derrubou as barreiras dos gêneros, raça e classe social, que marcavam as congregações judaicas. O apóstolo Paulo, que enquanto mestre dos fariseus agradecia diariamente a Deus por não ter nascido mulher, escravo ou gentio, estaria maravilhado com a mudança radical em Rio das Ostras:” Não a judeu nem grego, escravo nem livre, Homem nem mulher, pois todos são um em Cristo Jesus”. Gálatas 3-28.
Quanto a unidade da Igreja estamos trabalhando nesse propósito na grande oração registrada em João 17, onde Jesus destaca o pedido sobre todos os outros: “Que sejam um”. Estamos orando para que uma brisa da fragrância da unidade venha soprar na Igreja evangélica riostrense, mesmo com toda diversidade. A propósito nestes anos de visitas as dezenas de igrejas, nunca encontrei uma perfeita, pois afinal de contas, a igreja visível perfeita, formada de pecadores redimidos não existe.

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