Fui criado pela minha avó, enquanto minha mãe trabalhava fora em uma tecelagem para ajudar nas despesas da casa. A velha Rita, descendente direta de escravos, não sabia ler e tão pouco escrever, porém possuía uma sabedoria de vida de fazer inveja a muitos professores universitários. Nascida e criada no interior, cresceu trabalhando na roça, onde durante muitos anos, plantou e colheu café nos morros de Jerônimo Monteiro, no estado do Espírito Santo. Quando eu tinha 14 anos, fui conhecer minhas origens rurais, andando a cavalo em direção ao morro da Cava Roxa. Foi quando acompanhado de minha avó, ela perguntou-me:
- Você está ouvindo o barulho da carroça, ela deve estar vazia.
De onde estávamos, não podíamos enxergar a tal carroça, assim perguntei curioso:
- Como a senhora sabe que a carroça esta vazia?
- Muito simples meu neto.
-Como, não entendi:
- por causa do barulho que faz. Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que ela faz.
Passado tantos anos, após sua morte depois que me casei e com meus filhos adolescentes, quando encontro uma pessoa muito tagarela e sem conteúdo suas palavras, lembro-me da sabedoria da dona Rita em reconhecer uma carroça vazia.
- Você está ouvindo o barulho da carroça, ela deve estar vazia.
De onde estávamos, não podíamos enxergar a tal carroça, assim perguntei curioso:
- Como a senhora sabe que a carroça esta vazia?
- Muito simples meu neto.
-Como, não entendi:
- por causa do barulho que faz. Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que ela faz.
Passado tantos anos, após sua morte depois que me casei e com meus filhos adolescentes, quando encontro uma pessoa muito tagarela e sem conteúdo suas palavras, lembro-me da sabedoria da dona Rita em reconhecer uma carroça vazia.
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