domingo, 11 de maio de 2008

Bons tempos aqueles...


De vez em quando me sinto saudosista e começa a passar um filme na minha cabeça, um verdadeiro longa metragem com cenas de fé explícita, do tipo que quase não existem mais. Lembro-me do início da minha caminhada cristã, sendo levado pela minha mãe para a Escola Dominical na Primeira Igreja Batista em Belford Roxo e depois na Central da Rua Lúcia. Os acampamentos dos Embaixadores do Rei com o pastor Alvin Hatton no Sítio do Sossego em Casimiro de Abreu, com viajem do trem Maria Fumaça, que tornarem-se inesquecíveis. Os hinos do cantor cristão entoados pela esposa do pastor Paulo Seabra, certamente mexiam com nossos corações. O pastor sempre alinhado trazia-nos uma mensagem bíblica com autoridade e zelo pela verdade da Palavra. Ao final dos cultos, os pecadores arrependidos buscavam aconselhamento. Naqueles tempos não haviam estrelas no púlpito cobrando cachê para ministrar o amor de Deus. Havia sim, pessoas simples comprometidas com o Reino, que se alegraram quando um filho se reconciliava com o pai. Naquela época, não havia play back, CD player, mesas de 36 canais, nenhuma parafernália eletrônica. Quem sabia cantava a capela e a Igreja se alegrava no Senhor. Quando alguém se convertia, passava por um longo período de discipulado até chegar o dia do batismo, com a aprovação do plenário da Igreja. Hoje, o indivíduo levanta a mão e se tiver muito dinheiro no bolso e no banco, com um mês em certas igrejas caça-níquel, será consagrado ao ministério pastoral de Simão.
Nas vigílias de oração, os crentes buscavam o poder que vem do alto com os joelhos dobrados e a face no pó do piso. Naqueles tempos, não havia shows, coreografias sensuais, música gospel romântica. Havia sim, olhos lacrimejantes na presença do Senhor. No último dia 24 de fevereiro de 2008, durante o culto de Ação de Graças pela fundação da Igreja Assembléia de Deus – Ministério Pedra Viva, entrou uma saudade no coração, mediante o testemunho do pastor Marcelino Margarida, ministro jubilado da Assembléia de Deus de Cordovil/RJ, no alto de seus 88 anos com bastante lucidez, falar com memória viva dos tempos de Daniel Berg, Samuel Nigstron, Macalão, pioneiros do movimento pentecostal, onde éramos minoria no Brasil, mas tínhamos qualidade e identidade. Bons tempos aqueles, que não voltam jamais. Porém nem tudo está perdido, ainda existem remanescentes fiéis, que guardam a fidelidade à Palavra. Que Deus tenha misericórdia de todos nós.

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