quarta-feira, 21 de maio de 2008
A Igreja da Multidão X Igreja dos Discípulos
Ao olharmos para o futuro da Igreja Evangélica Brasileira no seu crescimento meteórico, chegando na casa dos 40 milhões, segundo estimativas do Instituto de Pesquisas DataFolha, somos tomados por um sentimento de apreensão e perplexidade. Com sua perda de valores e conformismo com o pecado no mundo. Vivemos os dias da Igreja da multidão. Caso fosse feita a pergunta de Jesus aos seus discípulos na igreja atual: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” (Mt 16:13), certamente teríamos como resposta: um grande profeta, um filósofo, um revolucionário, etc.A Igreja Brasileira oferece uma infinidade de programas, atividades e várias formas de entretenimento religioso, tais como: festa da roça, festa das nações, festival gospel... visando atrair à juventude e se inserir no contexto na sociedade, contudo, tem perdido um grau de compromisso e fidelidade para com a verdade bíblica. A Igreja da multidão buscava Jesus para se alimentar materialmente e saciar suas necessidades básicas de cura. Na região de Cesaréia de Filipe, o povo buscava o profeta ao pé do monte Hermon, para atender suas crendices, assim como hoje, o povo visita grandes os templos para buscar as revelações dos pseudo-profetas ou palavras de prosperidade dos mercantilistas da fé com intensa propaganda na mídia. Em Cesaréia Herodes o Grande, construiu um templo branco de puro mármore e o dedicou a César Augusto, imperador romano para alcançar graça. A Igreja da multidão semelhantemente se reúne em verdadeiras catedrais de mármore ou estádios de futebol para negociar a graça barata de um Deus mercadológico em troca de algumas moedas, mas sem compromisso com o Deus vivo, que derramou seu sangue na cruz. Os cruzados que tentaram libertar Jerusalém dos muçulmanos, construíram em Cesaréia um majestoso Castelo, em uma ramificação da montanha, distante cerca de 350 metros do manancial de águas límpidas, do Rio Jordão. Semelhantemente, nos dias atuais, a igreja da multidão está encastelada no individualismo com resposta a secularização e o crescente movimento que valoriza o “ter” em detrimento do “ser”, assim como também o evangelho massificado vendido pelos tele-evangelistas como auto-ajuda. A igreja da multidão, não deseja de arrepender dos seus pecados e os seus sacerdotes não pregam arrependimento e mudanças de vida, ao contrário da cruz, pregam a vitória do carro importado, da casa de praia, do salário em dólares. Alguns teólogos contemporâneos como o espanhol Juan Martin Velasco, declaram que o fenômeno da Igreja da multidão é a crise da transmissão da fé verdadeiro e genuína onde uma espiritualidade superficial tem sido pregada em milhares de púlpitos, intensificando a alienação cristocêntrica e não promovendo um relacionamento de plena comunhão com o Deus Trino (Pai, Filho e Espírito Santo). Durante a realização de uma programação jovem no templo da Igreja Batista Nova Jerusalém de Rio das Ostras, no início de 2008, o pastor Ailton Siqueira, falando sobre as características da Igreja da Multidão, perguntava ao povo: “Qual a sua história com Cristo?” Isso me fez, refletir: Qual será a minha história na História da Igreja Evangélica Riostrense? Será que pertencemos a Igreja da Multidão ou Igreja dos Discípulos? Entendemos que o caminho para enfrentar essa crise que se abate sobre a igreja passa por uma espiritualidade centrada na Trindade e na Palavra Sagrada. Somente com o retorno a um relacionamento pessoal com Cristo e ação completa do Espírito Santo em nossas vidas, poderemos recuperar a fé da Igreja dos discípulos e resistirmos à futilidade da Igreja da multidão.
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