sábado, 17 de maio de 2008

Meu nome não é Paulo


As salas de cinema do Brasil estão exibindo um filme estrelado por Selton Melo, que tem por título: “Meu nome não é Jhonny”, onde se retrata a vida de João Estrela, um playboy da classe média carioca que se tornou traficante, foi preso e condenado, cumpriu pena de dois anos e atualmente realiza palestras contra o consumo de entorpecentes. João tinha tudo para dar certo. Bem nascido, morava na Zona Sul do Rio, estudou nos melhores colégios, freqüentava os melhores restaurantes, enfim tinha a vida que qualquer jovem pediria a Deus. Contudo, contrariando todas as expectativas de sua família, tornou-se um apóstolo da venda de drogas, até ser alcançado pela mão da justiça dos homens. Já outro jovem, a cerca de dois mil anos passados, cidadão romano, fariseu, estudioso da lei aos pés do grande Gamaliel, seguidor dedicado do judaísmo que mais parecia um terrorista matando a sangue frio os santos de Deus, foi alcançado pela graça, tornou-se cristão e de perseguidor passou a ser perseguido, recebendo o título de Apóstolo dos Gentios e, porque não dizer, o maior líder cristão já conhecido. Este jovem de Tarso com coragem destemida, firmeza de mente e de espírito, revolucionou sua geração, deixando-a de pernas para o ar com incansável determinação. Aquele que foi considerado o maior dos Apóstolos, afirmava ser o menor dos santos e o maior entre os pecadores. O homem que enfrentou naufrágios, chibatadas, prisões, perseguidos por amor à Cristo, nunca conseguiu superar sua gratidão por ter recebido a graça da salvação. Quando observamos na Igreja contemporânea a busca incessante de cargos e títulos eclesiásticos e as sucessivas auto-intitulações apostólicas, percebemos o quão distantes estamos do exemplo verdadeiro de Paulo, que morreu decapitado por amor à Cristo. Quantos aos pseudo-apóstolos da Igreja Evangélica Brasileira, foram encarcerados por pregarem o Evangelho? Quantos foram açoitados, sofreram naufrágio por serem discípulos de Cristo? O escritor Charles Swindoll declara que os líderes cristãos que se tornam fantoches da mídia e se concentram em agradar as pessoas com um evangelho de açúcar, não passam de covardes patéticos. Que Deus possa libertar cada pastor honesto, cada obreiro sincero que tem compromisso com a noiva de Cristo da escravidão de agradar a si mesmo com títulos para o qual o Senhor da Igreja não lhe concedeu. Afinal de contas, meu nome não é Paulo e muito pouco sofri, para ser ou receber o apostolado. “De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte”. (2 Co 12:9-10).

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